sexta-feira, dezembro 28, 2007

Até para o ano

Parto amanhã e só regresso em 2008. Espera-se que as entradas no novo ano sejam melhores que as saídas.

domingo, dezembro 23, 2007

Feliz Natal!!

Obviamente, um postal de Natal escolhido por mim nunca seria algo muito normal.
(Aproveitem para visitar o site de Mark Ryden e admirar os seus quadros, que são realmente espantosos e quase hipnotizantes. Sim, alguns são macabros. Todos são estranhos. E o senhor deve fumar umas coisas poderosas...)

Dispersão

Quando achava que me ia dedicar ao projecto de ilustração científica ou TPC de férias de Natal, como queiram chamar, sobre a fauna macaronésia, já tinha começado os esboços do caranguejo, do napoleão, ontem estive a rabiscar uns amendoins e umas nozes, a pintar uma concha de lapa e a preparar o projecto da caixa de sapatos.
Como se não bastasse, hoje ao vir do almoço de Natal encontrei este escaravelho (Carabus sp.) congelado no chão que obviamente já foi modelo para uma série de desenhos. É que assim não vale! Tanta coisa para fazer e tão pouco tempo...

Mais um almoço de Natal

Desta vez, com as minhas ex-colegas. Canelonis de salmão que comi até estoirar, empurrados para baixo com um tinto da Adega de Pias e para sobremesa, torta de laranja e azevias, tudo magistralmente executado pela mestra tia Mikas. A acompanhar o café ouvi queixas de meia-noite de um certo local de trabalho e de 2 monos que por lá andam, que devem ter ficado praticamente sem orelhas. Sabe sempre bem rever amigos da linha e matar saudades de cortar na casaca do (agora ex) chefe.

sábado, dezembro 22, 2007

E peixes, posso desenhar???


Napoleão (Cheilinus undulatus)
Ontem ouvi falar deste peixe que obviamente, não anda com um chapéu na cabeça nem com a barbatana ao peito. Depois de comer ontem à noite uns quantos pedaços de parentes deste bicho, passei a manhã a desenhá-lo. Este ainda é um esboço muito provisório, que provavelmente vai ficar a meio - não esqueci o projecto da caixa de sapatos - porque aquelas linhas são de cortar o papel às postas!

Guia gastronómico

Com a sequência de almoços e jantares comemorativos desta quadra já fazia falta a crítica gastronómica; acho que é notório que comida e biologia andam aqui de mãos dadas - ou mais correctamente, sentam-se à mesma mesa.
A Petisqueira foi o restaurante escolhido para o jantar de quinta-feira com família. Boas entradas, as costeletas recheadas com farinheira foram uma bomba, regadas com um tinto Periquita de 2004. Ainda houve direito a ouvir cantar o fado pelo irmão do Camané e mais umas quantas senhoras. Ah fadista! Na verdade, a parte da cantoria era dispensável porque a frase "Silêncio que se vai cantar o fado" é tão verdadeira que parecia que ao mínimo sussurro me habilitava a levar com uma guitarra portuguesa na cabeça.
O almoço de sexta, com 3/5 da Irmandade da Esteva, foi no sítio do costume na espalanada do Dolce Vitta. Pataniscas com arroz de feijão estavam na ementa do dia mas acabou por ser o momento mais natalício até agora, quando saquei de 2 árvores de Natal para a Maria Amélia e a Pintinhas, que prometeram guardá-las até ficarem roxas e com um tapete de bolor. Sabe sempre bem surpreender os amigos.
Ontem,jantar de Natal do curso de Ilustração Científica num restaurante japonês chamado Hokkaido. Aqui a filosofia é all you can eat e pareceu-me bem melhor que o japonês dos jantares de mestrado. As toneladas de sushi e sahimi foram empurradas com um tinto Cartuxa e no final, um copo de saké quente. A repetir.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Tcharam!

Tal como previ há algum tempo atrás, finalmente aconteceu e o Guia de Campo marcou mais uma cruzinha, desta vez numa espécie exótica - Mephitis mephitis. Ontem tive o primeiro encontro com um destes bichos e, apesar de tudo, devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido.
Obviamente, continuo bem-cheiroso e perfumado, como vos tenho habituado porque as conhecidas glândulas já tinham ido à faca.
Um senão: informaram-me que terei em breve muitas mais visitas, não só de mofetas (afinal para além do tal grupinho de 10 indivíduos, foram importados mais cem) mas de coisas ainda mais estranhas...

terça-feira, dezembro 18, 2007

Expulsão!

Informo que vai ser votada em assembleia geral da Irmandade da Esteva a expulsão da Maria Amélia por falta de comparência ao campo e, mais grave, por trocar um jantar com os amigos e aniversário do Sócio por um jantar foleiro com os amiguinhos engenheiros. E depois anda a tentar comprar-nos com convites para o cinema à pressão. Acho lamentável!

domingo, dezembro 16, 2007

E caranguejos, posso desenhar?

Nota: este foi só o primeiro esboço; ainda tenho muito trabalho pela frente.

Prova superada!

Ah ah! As últimas 48 horas comprovaram que ainda estou em forma, sempre com o lema "mais vale sofrer intensamente 1 dia ou 2, do que moderadamente durante 2 ou 3 semanas".
A prova começou sexta de manhã com o trabalho habitual, curso de ilustração científica à tarde, 5 consultas à noite e ficar acordado até às 3h00 para acabar uma apresentação em powerpoint; dormir 3 horas, ir para as salinas do Samouco apanhar pitos, ver as primeiras águias-pesqueiras (Pandion haliaetus) do ano - desta vez não houve agrícolas, fraquinho... - regressar a Lisboa para pôr um ar civilizado, à tarde fazer uma apresentação sobre papagaios psicopatas de 3 horas com uma voz nasalada e fungosa, chegar a casa e ainda conseguir fazer alguns TPCs do curso até cair para o lado.
Depois de 13 horas de sono ininterrupto - podiam ser mais mas o despertador tocou às 11h - rumar a Santarém para um almoço de Natal com os amigos scalabitanos, que acabou por ser a melhor medalha de ouro para esta maratona.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Os melhores desenhos animados!

No outro dia estava a zappar e encontrei isto. Quase tão bom com os míticos "Ren e Stimpy" mas ainda mais non-sense. Altamente recomedável, ora vejam aqui alguns excertos - o do boneco de neve é genial :)

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Interrupção

Não deve ser novidade para ninguém, especialmente aqueles que passam os olhos por esta colecção electrónica de disparates, que vez por outra gosto de me queixar. É verdade, confesso. No entanto, não se deixem enganar por esses resmungos e explosões de maus-fígados porque acaba por ser tudo meio a fingir e ninguém acaba verdadeiramente magoado. Muitas vezes, acho que acaba por dar um ar de sua graça e algum tempero a alguns posts mais insonsos.
Não é com falsa modéstia ou com qualquer outra qualidade mais ou menos obscura que digo que até sou um bocadinho estóico. Mercê das crises de gota ou de outras situações, acaba-se por desenvolver mecanismos de defesa e tenta-se disfarçar a coisa. Essas sim, que por vezes dão razões de sobra para alguém se queixar.
Neste momento, a 56ª constipação deste Inverno a instalar-se nas minhas fossas nasais que leva a derrames "prestigesticos" de ranho por onde passo, a situação meio precária da empresa, o estar atafulhado em trabalho, o não ver fim ao mestrado, a ausência de vida social, o orçamento quase todo absorvido pelo carro a 2 semanas do Natal, tudo junto fazem com que o Guia de Campo não tenha onde cair muerto.
Depois ponho-me a pensar no que é que me faz vir para aqui deixar escarrapachada na blogosfera estas verborreias todas, para leitura de amigos, conhecidos ou desconhecidos. Será da febre, que me tolda o juízo? Ou será porque, ridiculamente, é mais fácil encarar um ecrã cheio de pixels do que uma conversa? Acho que toda a gente tem direito a uma neura, vez por outra. O pior é quando já se esgotaram ideias para a neura se ir embora. Será que chega ir ver uns pássaros no Sábado? Ou beber como se não houvesse amanhã na passagem de ano?
Espero que, mais importante que a situação, mas a minha percepção dessa mesma situação melhore em breve. Amanhã à tarde há curso de ilustração científica, pode ser que sim.
(O normal funcionamento deste blog - com os habituais disparates e queixas inconsequentes - retomará dentro de momentos. Pedimos desculpa pela interrupção)

domingo, dezembro 09, 2007

De volta à Lagoa de Albufeira

Acordar a horas criminosas. Vestir-me como se fosse para a Antártida. Pensar que havia milhares de outras coisas para fazer a um sábado de manhã, estando no topo dessa lista dormir. Felizmente, pensamentos mais resmungueiros vão desaparecendo durante a manhã. A caminho, ainda se parou para pegar num trio de alunos, mercê dos projectos da faculdade.

Na lagoa não estava assim tanto frio - a temperatura é capaz de ter rondado os amenos 0º C - e durante a tarde até se andou de manga curta, o que só comprova que o microclima daquele local é mesmo estranho. Acho que foi das poucas vezes que estive na lagoa ainda de noite e poder ver o amanhecer entre rolos de nevoeiro, tentando evitar que caísse o nariz com o gelo.
Durante a manhã houve distribuição de anilhas a cerca de 60 bichos e retomou-se a recolha de caca. O saldo foi mais que positivo e tenho 3 cromos novos na caderneta: galinha-d'água (Gallinula chloropus), chapim-de-mascarilha (Remiz pendulinus) e escrevedeira-dos-caniços (Emberiza shoeniclus). Ainda houve tempo para piquenicar à sombra de um pinheiro, combater a lanzeirite que se começava a instalar e fazer umas prospecções por outras partes da lagoa para projectos futuros.
O dia foi passado em boa companhia do Sócio, da sua estagiária, do dr. Salinas (que teve uma série de peripécias para conseguir chegar ao ponto de encontro), da TSC (que alguém traduziu para Tarada Sexual Compulsiva), do meu homónimo e da Pintinhas, que sabiamente ficou a dormir até mais tarde mas que perdeu metade da diversão.



quinta-feira, dezembro 06, 2007

To do List

É verdade que tenho andado desaparecido de alguns circulos e que não tenho cumprido as minhas funções de amigo dedicado. A imagem ao lado é mais ou menos exemplificativa do que se tem passado: do lado esquerdo, a pilha de coisas que já foram feitas e do lado direito, muito maior, a pilha de coisas por fazer.

O que vale é que algumas coisas ainda vão dando pica, outras nem por isso. Mas paciência. Vejam lá esta lista e se não ficam logo cheios de pena de mim:
  1. Amanhã de manhã, dar uma formação;
  2. Curso de ilustração cientíca à tarde (pronto, nem tudo é mau);
  3. Sábado reinicio os trabalhos na lagoa e simultaneamente um projecto da faculdade;
  4. No laboratório esperam-me centenas de extracções de DNA e PCRs (boring...);
  5. Pensar em escrever a tese (deves...);
  6. Preparar 3 powerpoints diferentes para a semana que vem;
  7. Preparar 1 powerpoint para a pós-graduação;
  8. Acabar o artigo das chinchilas;
  9. Algumas dezenas de jantares, almoços e lanches de Natal;
  10. E há sempres mais umas dezenas de coisas, umas de rotina, outras nem por isso, que vão aparecendo.
Pensando bem não devia ter feito esta lista. Começo-me a preocupar um pouco...

quarta-feira, dezembro 05, 2007

duplo... triplo... 1060 vezes dasse!

Hoje fui buscar o carro à oficina onde ficou a fazer a revisão- sim, agora podem ficar mais descansados quando vos der boleia, que os travões já estão bons e já não há ruídos estranhos- e, entre as tretas habituais, as questões dos travões e mudanças de algumas peças, entre elas a famigerada correia de distribuição, foi-me cobrada a módica quantia de 1060 euricos.
Pormenor: os senhores mecânicos ainda queriam fazer um rol de coisas mais, que faria provavelmente duplicar este simpático valor. Quando comecei a ouvir falar de mudar isto, substituir aquilo e o camandro foi dizer alto e bom som: "Stop! O carro precisa de fazer isso para poder andar? Não? Então deixem-se de paneleirices!"
Resultado: fui a pé à oficina buscar a carroça e ia voltando de ambulância pois estive quase a precisar de ser reanimado pelo INEM (ainda acho que preciso de uma transfusão de capital na conta bancária). Também me quer parecer que as prendas que vou oferecer este Natal vão ser mesmo só paz e amor já que o orçamento não vai permitir muito mais.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Guia de Campo ainda melhor

Este blog é mesmo muito à frente... já repararam nas 2 novas famílias na barra lateral? Para vosso deleite!

domingo, dezembro 02, 2007

Field Sketching Trip

Há uns anos a esta parte achava que era um pretensiosismo extremo e querer armar-me aos Van Goghs, felizmente com as duas orelhas no sítio, andar com papel e material de desenho atrás a fingir que sabia desenhar.
Por volta dessa altura, com a desculpa de mais tarde rabiscar qualquer coisa no conforto do lar, é que passei a andar com a máquina fotográfica a captar pormenores de escaravelhos, lagartixas e plantinhas.
Só bem mais recentemente é que me decidi a levar algumas tralhas, principalmente para o Gerês, e passar alguns entretantos do trabalho entretido a desenhar. Se as outras pessoas presentes achavam que era estar a armar-me aos cucos, paciência. Mas acredito que não, que atire a primeira pedra aquele que, nas andanças da anilhagem e do trabalho de campo não tenha feito coisas estranhas como ficar horas a fio dentro de uma tenda para fotografar um pássaro qualquer, pendurado numa árvore a montar ninhos para abutres-negros ou à beira de um precipício à procura de vestígios de carnívoros selvagens. Doravante, esta vai ser só mais uma dessas actividades pouco compreendidas pela população em geral.
Mas já me estou a desviar... ontem foi a primeira- esperemos que muitas- saída de campo do curso de ilustração científica, desta vez à zona da arriba fóssil da Costa da Caparica. A paisagem, impressionante e puxava por estas contemplações. Apesar do frio, as horas passaram num instante e ficou a certeza que quero fazer isto muitas mais vezes. Ainda houve tempo, obviamente, para a parte gastronómica do passeio e alambazar-me com umas tostas gigantes à beira-mar.
Estes foram alguns dos esboços traçados ontem no campo. Não sejam muito severos com a crítica de arte; as condições ambientais eram más e não havia um único animalzinho com vontade de ser modelo, portanto tive que me contentar com plantinhas.


(grafite, marcador e lápis de cor)

(grafite e aguarela)





(grafite e aguarela)

terça-feira, novembro 27, 2007

Cine-banhada

A maldição cinematográfica da Irmandade da Esteva continua; desta vez, enrolados pela conversa da Maria Amélia, sem dúvida incentivado pela Bânia, que esteve momentos antes de decidirmos que filme ver, acabámos por ir ver isto. E isto é muito mau. Mesmo.
Se as lendas dos escandinavos são assim, antes venha a nossa luso-padeira de Aljubarrota, que ainda dava para ver uns coños a levarem nos cornos. O filme parece um jogo de computador, os bonecos parecem de plástico (então as rainhas parecem bonecas insufláveis) e não convecem mesmo ninguém, a Angelina Jolie não tem mamilos e anda de saltos altos (que modernos estes monstros do século V) sobre a água.
Ainda por cima tivemos de pagar mais 1,5 € por uns óculos pirosos porque parece que o filme é em 3D! O que me trouxe à memória traumas antigos de infância quando os meus pais não me deixaram ver "O Monstro da Lagoa Suja" ou lá o que era. Pelo menos neste, o monstro mais o seu fato de borracha assumem logo desde o princípio que são de série Z.
Menos mal, apesar da Maria Amélia ter sido o único (da sala?) a ter gostado desta banhada, ganhamos uns óculos escuros para nos mascararmos no Carnaval.
E já são dois proibidos de escolher mais filmes.

Uff...

Finalmente consegui despachar as aulas da pós-graduação no passado Sábado, que nas semanas anteriores me assombraram o pensamento. Não que estivesse muito ocupado a prepará-las, mas estive sempre muito ocupado em pensar que devia ir prepará-las. O que é uma coisa muito diferente mas ligeiramente mais angustiante. Mas o raciocínio que faço sempre nestas situações é: se vou andar feito zombie a preparar isto, mais vale sofrer durante 2 ou 3 dias intensamente do que durante 2 ou 3 semanas moderadamente. O resultado esteve à vista, que foi ter ficado acordado até às 4h30 da véspera a acabar de fazer os powerpoints.

Isso, a somar, à descoberta que as aulas práticas seriam nesse dia à tarde, fez com que a hora de almoço fosse uma correria a... digamos, juntar uns quantos voluntários para as ditas aulas.

Mas nem tudo foi mau, apesar da minha tagarelice aguda nesse Sábado, que fez com que falasse durante horas a fio sem me cansar, parece que o pessoal gostou e até parece que aprendeu umas coisas. Obviamente, eu também aprendi umas coisas e, como sempre, a concentração de cromos por metro quadrado nestes eventos é extremamente elevada. A saber:
  1. A rainha dos estrogénios a.k.a. dra. TPM, que teve de ser mandada calar por mim duas vezes com umas indirectas ligeiramente directas quando se punha aos guinchos a reclamar por isto e por aquilo. Falta de tubo da cola...
  2. O salvador dos animaizinhos que, para além de nos ter dado uma lição sobre reciclagem de material médico, nos ensinou conceitos interessantíssimos sobre a fisiologia gastro-intestinal dos coelhos;
  3. A desorganização da entidade organizadora;
  4. Decididamente, não percebo um pentelho de computadores e datashow;
  5. Foi uma má ideia juntar na mesma sala amigos meus e alunos; parece-me que vou andar a ser gozado durante um bom par de semanas.

Em todo o caso, obrigado à companhia da Maria Amélia e de mais umas amigas que sempre iam fazendo caretas e dizendo palhaçadas durante as aulas. Daqui a 3 semanas há mais (mas só me vou preocupar com isso 2 dias antes).

quarta-feira, novembro 21, 2007

Last minute panic

Era o que estava a precisar para acabar as apresentações para Sábado. Ainda falta tanto...

Não há duas sem três

... que seria caso para dizer que a seguir à amigdalite-gripe-coisa-indefenida seguiu-se uma simpática intolerância à claritromicina, que era o antibiótico que estava a tomar.
Ao fim de 5 dias de secura na boca e ligeiros desarranjos intestinais, seguiu-se o apocalipse no estômago, qual vulcão a cuspir croquetes de magma ácido. Durante 2 dias nem um grão de arroz dava para aguentar no estômago, que não viesse parar cá fora uma horita depois. Apesar dos litros de sucralfato tragados a custo (aquela m***a sabe mal para c*****o) a coisa só acalmou quando mandei a p**a da claritromicina para o lixo.
Como estou a ficar mais adulto, espero ter tirado algum proveito desta situação, que terá sido ter perdido 1 kg ou 2 sem fazer grande coisa, a não ser ir a correr gregoriar-me ou ficar a olhar para o tecto enjoado como uma pescada.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Novas contratações

Ontem chegou uma encomenda de livros, para o Guia de Campo ficar ainda mais cromo:

Vou saber isto tudo!! :-)))

domingo, novembro 18, 2007

Rói-te de inveja, Costeau!

Hoje de manhã vesti o fato de mergulho e fui fazer fotografia sub-aquática para os lados do Dafundo. Não fosse um bando de putos a fazer gritaria pelos corredores - que pena não haver um tanque com tubarões, famintos de preferência - e os disparates que as pessoas dizem frente aos aquários, a visita tinha sido melhor.
Em todo o caso, deu para tirar um monte de fotos - 70 % das quais desfocadas e já devidamente eliminadas - que, em breve, serão transformadas em ilustrações mais ou menos científicas.
Não digam a ninguém, mas ainda consegui avariar um daqueles painéis luminosos com informações. Mas também ninguém lê mesmo aquilo...

Parabéns Madre Juanita!

Ontem a Madrezita Juanitazita a.k.a. 'Ricinho fez 290 anos e, como manda a tradição, o pessoal reuniu-se no La Rucula para comemorar o acontecimento. Sortuda, até teve direito a uma vela xpto que assobia e tudo.
Surpreendentemente, a Piko não pediu Rondellini de franguini, mas a comprovar que há coisas que continuam na mesma, rapou os pratos de toda a gente, que quase dava para ver o reflexo. Não só os pratos rapados e luzidios, mas a boa disposição continua a mesma.

sábado, novembro 17, 2007

...Dasse!

Ontem, achando-me ligeiramente melhor da gripe-amigdalite-mas-que-também-dá-tosse-puta-da-médica-que-me-atendeu-para-a-próxima-leva-com-um-melro-cheio-de-clamídias-na-tromba, resolvi vestir meia dúzia de casacos, não fosse o diabo tecê-las, e ir ao curso de ilustração científica, o que é sempre uma boa motivação para esquecer por uns momentos os vírus.
À porta da UAL há um cafézito com uma esplanada sossegada e sentei-me lá a beber um café antes da aula. "Hummm! Café... há quantos dias não bebia...". Estava eu em adoração ao café e a compor uma ode à cafeína, quando fui interrompido por uma gorda desdentada desgrenhada que, obviamente, devia ser a maluquinha do bairro (todos os bairros têm um/uma).
"A esplanada é muito agradável não é? blá blá blá blá blá..." e nunca mais desgrudava de frente da mesa. Como sou um cavalheiro, modelo da educação e moderação, ou talvez porque a febre do outro dia me tenha derretido com o centro cerebral da malignidade, fiz uso de todas as indirectas para a mandar embora; eu olhava para o fundo da chávena; eu via as horas; eu soprava; eu revirava os olhos. E a gaja continuava na sua ladainha. Quando estava prestes a disparar um "F***-se!! Mas eu perguntei-lhe alguma coisa?? Baza daqui P**a do c*****o!!!" ela foi-se embora.
Mas porque é que eu nunca sou abordado por loiras (ou morenas, tanto faz) boazonas e ninfomaníacas???

quarta-feira, novembro 14, 2007

"Eu sou uma pessoa doente..."

... de tanto repetir esta frase quando me deparava com a eventualidade de trabalhos mais chatos ou que não me apetecessem fazer, estou agora a ser severamente punido por estes acessos de clarividência.
Ontem acordei com a amena temperatura de 39,9º C que teimava em não descer apesar das overdoses de Paracetamol e Aspegic tomados ao longo desse dia; somando às dores desde a ponta do nariz aos dedos mindinhos dos pés, que mantiveram na cama e à tosse e dores de garganta, foi um dia muito bem passado.
À noite justificava-se ir às urgências e foi lá que, mais uma vez pude admirar o enorme profissionalismo da nossa classe média. A sorte é que os senhores doutores me apanham sempre tão K.O. que não têm a oportunidade de levar uma dose de mau feitio.
Ora então a senhora doutora, depois da triagem, após ter ouvido a lista de queixas - febre, dores musculares, dores de garganta e tosse (o que me fez pensar para que é que servia o raio da triagem pois tive de repetir a mesma lengalenga duas vezes) - pede para dizer "Aaaahh", vê-me as goelas et voilá! Amigdalite diagnosticada!
"Sim, amigdalite, mas causada por quê?" pensei eu. Não houve cá auscultações, zaragatoas nem nada. O pseudo-exame físico baseou-se em deitar a língua de fora à senhora, que se calhar até é a versão feminina do Dr. House e estou eu aqui a difamá-la. Nem quando referi qual a minha área profissional e o contacto frequente com passarinhos clamidiosos a doutora se compadeceu e limitou-se a receitar um antibiótico.
Duas certezas: 1) tivesse eu alguma vez feito uma consulta assim, de certeza que seria insultado e, no mínimo, teria os pneus do carro furados; 2) A vantagem de estar a tomar antibiótico pela terceira vez na vida fez com que ao fim da segunda toma esteja francamente melhor e possa estar aqui a escrever estes disparates.
Para a próxima garanto que vou ser consultado por um dos veterinários que por aqui passa!

segunda-feira, novembro 12, 2007

What the fuck??!!

Alguns de vocês devem certamente lembrar-se daquela história da menina da zaragatoa, dos passarinhos e das fraldinhas. Pois bem, finalmente hoje chegou algo para amostra. Seria de pensar que ao fim de umas 3 semanas de espera viesse um carregamento de 5 quilos de caca mas não... um mísero e solitário cagalhoto no fundo de uma caixinha.

A menina foi peremptória e disse logo "pois, só consegui isto e não foi da maneira como disse para recolher!"

A medo, perguntei: "Ah não? então como é que fez?"

A resposta, foi lançada como uma bomba: "olhe, soltei os passarinhos no quarto e cobri a mobília com papel"

A bomba estoirou e foram as minhas gargalhadas.

dai-me paciência!

sábado, novembro 10, 2007

Mais anilhas

Anteontem no Samouco, hoje na Peninha... não, não apanhamos mais Acrocephalus agricola nem outras coisas raras - agora era todos os dias, não? depois ficava mal habituado - mas foi uma manhã agradável, o sol a brilhar, um ou outro passarinho, as p***s das Prunellas modularis que só me apeteceu vazar-lhe os olhinhos ou pintá-los com a caneta de acetato vermelha...
Sim, porque conceitos como "castanho avermelhado-acastanhado" não me parecem propriamente objectivos e foi ver bichos etiquetados com 3 ora com olho verde-azeitona, ora com castanho-avermelhado (pelo menos para mim, que nem sequer pertenço ao clube e se calhar, a juntar à lista enciclopédica de defeitos sou daltónico e que me fez por em causa a qualidade - pelos vistos, fraca - do meu trabalho com o alicate). E novidade das novidades, eis que surgiu o critério da cor do bico, qual rosa milagrosamente caída do regaço da rainha D. Isabel, para dizer se determinado bicho tem direito a cartão jovem ou não, coisa nunca antes ouvida pelos meus ouvidos mas se o senhor Svenson diz que é, é porque é - pelo menos, quando dá jeito. Porque doutras vezes, está ao nível da revista Maria.
Antes que me comecem a chamar de rancoroso, maus-fígados, mandar tomar a vacina da raiva e outras calúnias, não me interessa ganhar nenhuma medalha no concurso euro-anilhas e provar que tenho razão, só acho que critérios como cores (particularmente da pupila, que depende de, entre outros factores, concentrações sanguíneas de hormonas sexuais) e 300 técnicas diferentes de usar uma craveira por 300 pessoas diferentes sejam assim a modos que subjectivozitos... Como dizia a outra: Whatever! Por esta altura deve estar a Prunella com olho castanho-avermelhado-cor-de-burro-quando-foge, toda contente a contar aos seus bisnetos como os senhores simpáticos a chamaram de jovem.
Depois de despejar toda a bílis, ainda houve tempo para rabiscar uns esboços no caderno de campo com o burrico "Parente", descendente de Equus africanus, a fazer de modelo. Houve, porém, uma altura em que me perdi um pouco...

quinta-feira, novembro 08, 2007

Quiz

Hoje foi dia de anilhar no Samouco e, entre coisas mais vulgares, apanhamos isto:


Eu dou uma ajuda e como estou inspirado, vai em forma de verso:

Eu sou agricola muito procurada
raramente observada
por alguém, duas vezes cobiçada
mas nunca anilhada

Douro Road Trip

Mais uma vez, o Guia de Campo é deixado ao abandono devido a um misto de trabalho e lazer. Contudo, aqui vai uma actualização relativa à grande expedição ornitológica à região do Douro Internacional.
No fim de semana (prolongado) passado o planalto mirandês foi o centro do mundo; para além da nossa empresa científica à região - obviamente, a actividade mais importante - houve todo o tipo de eventos: um festival de cinema, o congresso internacional da gaita de foles mirandesa e um curso com os amigos burricos. Como sempre, a Irmandade da Esteva, embora desfalcada de 2 membros (ponham-se finos que ainda perdem direito à inscrição), que foram substiuídos pelo casal de alcochetenses, foi recebida de forma exemplar e hospitaleira pelos seus amigos transmontanos.
Apesar da viagem não ter começado da melhor maneira - as longas 7 horas e tal de caminho que nos fizeram chegar às 4h30 a Atenor, o pânico de conduzir um jipe vintage cuja direcção tinha vontade própria e ter assustado o resto dos viajantes com a cara de morto-vivo algures numa estação de serviço conha, tudo se dissipou no dia seguinte.
Passeios às arribas e a possíveis locais de anilhagem, conhecer a burrica recém-nascida e os terroristas bascos e alambazar-me com as belas alheiras. À noite tive a confirmação que Portugal é mesmo um penico e que toda a gente conhece toda a gente, pois no sítio mais improvável do mundo, no restaurante "O Lagostim", quando me preparava para atacar um javali assado com tomilho, encontrei um amigo de Lisboa.
Os 2 dia seguintes foram de anilhagem. E a primeira coisa que me vem à memória é o frio! O frio que às 7h00 me congelava as orelhas e o nariz e que me anestesiava os dedos e que nem com todos os casacos e polares que levei vestidos passava. Ao longo da manhã era ver-nos a tirar roupa à medida que a temperatura aumentava até chegar a uns confortáveis 2o e tal graus. Uma espécie nova anilhada (Turdus iliacus), uma nova observada (Scolopax rusticola) e um enigma de penas que ainda hoje nos deixa a pensar em que espécie seria e que passaremos a chamar de Turdus atenorensis.
Sábado à noite ainda houve oportunidade, depois de atestarmos bem o depósito com uma jeropiga de estalo, de ir a Miranda do Douro ouvir as gaitas de foles e, pelo menos para mim, ver pela primeira vez uma actuação dos Pauliteiros de Miranda. Esta parte do programa, etnográfica, complementou o restante e tornou muito mais viva a imagem que tenho daquela região.
Domingo ainda deu tempo de ir ver umas reais e bonelis a sobrevoar as arribas, almoçar até estoirar e fazer a viagem de volta de 7 horas e meia.
Um grande bem-haja a quem nos recebeu só sendo de lamentar não ter podido ir o resto do pessoal.

domingo, outubro 28, 2007

E a viagem continua...

... e o Guia de Campo continua a papar kms e a contribuir estoicamente para encher os bolsos à Brisa (não sem chamar todo o reportório de palavrões de cada vez que passo nas portagens). Depois da ida-e-volta a Vila Nova de Gaia na sexta, nada como descer à planície alentejana no sábado.
Este fim de semana decorreu na bela localidade de Mértola um encontro técnico sobre as Trixomonas (como já ouvi alguém dizer) e as águias de boné. Como sempre, oportunidade de rever o pessoal de sempre, apesar de faltarem personagens do Clube Amigos Disney. Oportunidade de, como sempre, aprender montes de coisas, trocar ideias e vir com a cabeça a fervilhar de projectos. Conheci um colega de profissão que tem vindo a trabalhar nas Maurícias com as espécies mais fixes - sem desprimor para as nossa águia de boné - desde pombos-cor-de-rosa (Nesoenas mayeri) a periquitos-das-maurícias (Psittacula echo), passando por programas de reprodução em cativeiro espetaculares e investigações super interessantes (para cromos como nós).
Inevitavelmente, qualquer actividade profissional ou lúdica nunca estaria completa sem a componente gastronómica. Desta vez foram as empadas e pastéis de nata consumidos nos intervalos da reunião (há que fazer chegar glicose aos neurónios), as migas de espargos, a sopa de cação, o bacalhau assado e a estupenda açorda de perdiz - que, evidentemente, não foram consumidos de uma assentada mas espaçadamente ao longo destes 2 dias. A acompanhar, uns tintos da região (eram da casa, não perguntem os nomes) e a bela da mine ao fim do dia de trabalho de sábado. O jantar de sábado ainda soube melhor porque não o paguei.
Voltar ao Clube Náutico para dormir e, de manhã, ficar indeciso entre tomar duche com água "fria" ou "gelada". Isso e maravilhosas (NOT!) sandes de queijo no núcleo sportinguista foram, apesar de tudo, as partes menos boas.
A repetir. O sítio. O tema (isso vai ser já em breve). A companhia (alguma também será dentro de pouco tempo). A comida.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Viagem relâmpago

Como sou um gajo porreiro (leia-se, não sei dizer que não) estive esta semana toda a preparar uma apresentação sobre a gripe dos pitos, a pedido de uma professora minha do mestrado. A semana toda é capaz de ser exagero... foi mais 90 % a pensar que tinha de fazê-la e 10 % a ler artigos e relatórios da OMS a um ritmo louco para depois passar algumas ideias-chave para o powerpoint.
Correu tudo bem blá blá blá mas o importante foi o tratamento VIP que tive (e leiam muito bem as próximas linhas quando me cravarem para ir falar sobre isto ou aquilo... é que agora a fasquia foi um pouco aumentada). Como os senhores da organização devem ter descoberto que não consigo estar parado um segundo, decidiram contribuir para mais uma viagem-relâmpago, neste caso, ir e vir a Vila Nova de Gaia no mesmo dia. Até aí nada de mais.
Realmente fiquei com a pulga atrás da orelha quando troquei mails nos dias anteriores com a minha "assistente logística das jornadas", que me veio felicitar pela minha "honrosa participação no encontro". Depois, recebi os bilhetes de comboio (primeira classe, claro!) por correio azul. Quando cheguei a Devesas tinha uma senhora à minha espera com uma placa com o meu nome. "senhor doutor isto", "senhor doutor fez boa viagem", carro com motorista à porta da estação. Almoço pago, garrafa de vinho do porto de 10 anos para a viagem e "muito obrigado pela excelente comunicação", palminhas e votos de boa viagem (necessariamente, de carro com motorista e comboio de primeira classe).
Tudo muito bonito e se este post ficasse por aqui de certeza que tinha já 5 comentários na próxima hora a chamar-me de caganeiroso.
Mas... como seria de esperar, os acontecimentos surreais continuam a perseguir-me, de maneira a alimentar estes relatos digitais.
Primeiro, cheguei a casa há coisa de 2 horas e ainda não percebi para quem estive a falar. Eles eram engenheiros de estradas, bombeiros, médicos e outras coisas mais. Depois, eu e os meus professores (eramos um trio que saiu e voltou a Lisboa no mesmo dia) reparámos na grande percentagem de pessoas esquizofrénicas na sala. Era o senhor amnésico, era o senhor ciborgue que ao ajustar o microfone no iníco da minha faladura ia deixando cair a mão artificial à minha frente.
Mas, sem dúvida nenhuma, a rainha do Prozac foi uma menina que brindou cada uma das nossas apresentações com participações indizíveis: primeira apresentação, do professor, interrompeu para dizer "eu estou muito feliz por aqui estar apesar de achar que sou uma cobaia"; segunda apresentação, da professora, desatou a chorar convulsivamente. Claro que o melhor ficou para o fim e, não conseguindo interromper o meu discurso porque levou logo com um "perguntas é no fim" rosnado por mim, começou a puxar longas e viscosas tiras de ranho e outras mucosidades das suas narinas enquanto recomeçava a chorar baixinho.
Que quererá isto dizer? Amanhã vou para Mértola para mais um workshop e nem quero pensar no que me espera...

quarta-feira, outubro 24, 2007

M-E-D-O!!!

Esta semana temos uma coleguinha nova lá no laboratório. Estava eu ao microscópio já com os olhos em bico de ver tanta lâmina, levantei-me para ir buscar mais uma dita na minha infindável procura por maleitas e miasmas quando entra a Mary Lou com a coleguinha nova.
"Olha, esta é a Cátia Vanessa [nome fictício] que vem para cá fazer a tese dela com cocó de gato. Vocês não se conhecem? Fizeram o mesmo mestrado e são colegas de profissão."
"Ah Olá! Pois... agora assim de repente não me estou a lembrar" disse eu, com um nó na cabeça e a fazer listas mentais de pessoas, qual uma slot-machine de fotografias tipo passe, a ver se me lembrava da moça.
"Ah e tal, eu sou de um ano antes do teu e ia às cenas do grupo Fone (como a tia Lucy lhe chamava)" tornou ela, só para fazer a slot-machine ainda girar mais depressa.
"Pois, não me lembro mesmo... desculpa lá!" enquanto pensava da necessidade em fazer suplementos de magnésio e ginseng para o Tico e Teco - pequeno aparte e aparente contradição: eu, que há uns tempos estive a almoçar e mantendo uma conversa fluida com uma gaja durante meia hora sem saber quem ela era, sou chamado de "freak" por saber um ou outro nome duma espécie qualquer!
"Ah deixa lá, eu conheço a tua vida toda!" foi nesse momento que comecei a ouvir a banda sonora do psycho e juro que lhe vi um volume por baixo da bata que de certeza era um picador do gelo (e não, ela não tem nada a ver com a Sharon Stone). Saí de fininho o mais depressa que pude.

sábado, outubro 20, 2007

Sábado de manhã...

Finalmente, ao fim de mais de 4 anos de quase escravidão ao início do fim de semana, qual foi a primeira coisa que acham que fiz com o primeiro fim de semana completamente livre? Dormir até ao meio-dia ou ficar a ver desenhos animados ou os maravilhosos programas televisivos de sábado à tarde, qual vegetal virado para um sol quadrado e às cores. Errado!
Naturalmente, acordei às 6h00 para ir para o Samouco, para ser devorado por hordas de mosquitos canibais (que deita por terra a minha teoria que estes monstros só se bamboleiam de noite) que, decerto contribuíram alguns vírus de West Nile e outras coisas porreiras para a minha corrente sanguínea, derreter sob um sol escaldante (alguém reparou que estamos a meio de Outubro??), passar fome de cão e andar atrás de pitos até às 3 da tarde.

Naturalmente estas foram as coisas não-muito-fixes, como diria o Leve-leve sobre o paludismo, mas a verdade é que após almoçar... digo, lanchar um polvo à lagareiro e regressar a casa num fim de tarde soalheiro depois de largar os pombos tricomónicos na Quinta, só tenho a enviar um grande bem-haja aos anfitirões deste dia e companheiros de alicate!

Iupi!

Peço desculpa pela interjeição meio infantil de alegria, mas ontem comecei o curso de ilustração científica na UAL com o super-mestre Pedro Salgado. Portanto, e dada a dose paquidérmica de estímulo, motivação e etc., 3 avisos:
  1. Vou andar ainda mais contente. Se o "sorriso-de-orelha-a-orelha" avança mais 1 cm que seja, descai-me o crânio para a nuca e fico a parecer-me com um boneco dos marretas;
  2. Vou andar com os cadernos, lapiseiras e aguarelas atrás de mim quando for para o campo (portanto, vou trabalhar menos pois vou estar em estado de contemplação criativa);
  3. Prevê-se nova vaga de proporções tsunâmicas daqueles desenhos lindos de dinosauros e animais alternativos de dimensões paralelas.

Em suma, mais difícil de aturar mas com muito menos mau-feitio (ou preferiam a versão anterior e inversa?)

sexta-feira, outubro 19, 2007

Pepe le Pew

Venho por este meio informar uma sub-população de leitores deste blog que há por aí um novo animal de companhia, exótico é evidente, com que se podem deparar no vosso dia-a-dia. Hoje tive um desses encontros imediatos do 3º grau com uma mofeta (Mephitis mephitis) e até lhe estive a fazer festinhas na cabeça. Soube também que há mais 9 por lares deste nosso país.


Sim, até é simpático (lembram-dos desenhos da WarnerBros?) mas qual será a nova moda seguinte? Morcegos-da-fruta (Pteropus spp.), Fanecos (Fennecus zerda), Suricatas (Suricata suricata), Tegús (Tupinambis spp.) ou kingajus (Potos flavus)? Divido-me entre o fascínio por novas espécies e o pânico de não saber lidar com elas (vão ver o que é cada um desse exemplos e depois vão perceber do que falo).
Nota para aqueles que acham que passei a manhã a tomar banho e a perfurmar-me: as famosas glândulas destes bichos já foram removidas cirurgicamente!

segunda-feira, outubro 15, 2007

Contou-me um passarinho...

... não o pombo do post anterior, que, como sabeis, não é pássaro e neste momento deve estar mais preocupado em apresentar queixa à Sociedade Protectora dos Animais por ter sido violado por uma zaragatoa.
- Mas senhor juíz, foi tudo em nome da ciência! E até humedeci cuidadosamente a ponta de algodão da zaragatoa com soro para não magoar o bicho - diria eu em minha defesa.
Mas voltando à questão inicial, veio um passarinho segredar-me ao ouvido que sou uma pessoa horrível (a sério?), um péssino profissional (Não!...), que era o ex-chefe que me resolvia os casos todos (neste momento atirei-me ao chão agarrado ao estômago a rir) and so on and so on. Já perceberam que este passarinho veio a voar dos lados de Cascais? Apesar destas acusações terem sido proferidas pela mulher esquizofrénica do chefe, já se sabe o que a casa gasta (devia gastar mais em medicação anti-psicótica).
Pessoal, ficam já a saber que sou o novo Anti-Cristo!!! Cuidado comigo!

Hoje quase ganhei o dia...

...quando ouvi alguém dizer "Que fixe! É o primeiro animal que vemos aqui". E estamos a falar de um pombo!
Depois ia-me escangalhando a rir (sim, daquelas gargalhadas very typical) quando, ao introduzir uma zaragatoa - de modo firme mas gentil - na cloaca do dito columbídeo e ouvi "Oh! Coitadinho!!!" ao mesmo tempo que alguém fez um profundo esgar de dor e repulsa.
Isto promete... Cheira-me que o Monstro vai ter muita matéria prima.

domingo, outubro 14, 2007

Encontro Nacional de Centros de Recuperação

Após um breve interregno de escrita por estes lados, devido a 3 dias de palestras e muita conversa, eis-me regressado para fazer o balanço deste encontro.
Obviamente que não estamos a falar de recuperação de edifícios ou de fisioterapia para acidentados no trabalho (embora haja algumas pessoas que devem ser verdadeiros acidentes profissionais mas isso é outra história).
Obviamente que este tipo de reuniões, carinhosamente apelidadas por mim de Clube Amigos Disney - porque somos quase sempre o mesmo grupo de habituées e, sinceramente, acho que somos verdadeiras personagens (alguns mais cartoonescos que outros) - me estimula e me dá imenso prazer. Não tanto pelas palestras, algumas muito boas, outras nem por isso (aquela da gripe aviária... WTF?!), mas pelo reencontrar e conhecer amigos e colegas e por tudo o que se passa pelos bastidores.
Não se trata de nenhuma teoria da conspiração e como os tais acontecimentos dos corredores não aparecem no livro de comunicações, vou levantar uma ponta do véu. Até porque sinceramente, passado uns tempos ninguém se lembra da comunicação A ou B, mas sim da palhaçada C ou do cromo D.
Antes de mais, foi curioso finalmente conhecer pessoalmente colegas com que já comunicava via electrónica há bastante tempo. Ainda ganhei um hemoclip improvisado e nos intervalos deliciei-me com belos pratos de pastéis de nata e queques. Para além do fluxo constante de cafés, que deve dar para manter acordada a população de uma aldeia média transmontana durante uns meses. Jantar de sábado animado para ficar com a pulga atrás da orelha, entre outras coisas, do pica-miolos. Uma comunicação hoje à tarde que esteve quase a necessitar de distribuição de luvas de boxe e uma visão do inferno do Jabba the Hut a ter orgasmos múltiplos atrás de golfinhos (!). Também foi muito agradável rever (NOT!) o projecto de Lara Croft à portuguesa (quem esteve na companhia dos lobos há uns anos sabe de quem falo) que ora punha ora tirava um cachecol muito curioso ( o Sócio elaborou a sua teoria).
Mas o que vai ficar mesmo na memória, e pelas piores razões possíveis, foi o almoço de sábado e o coleguinha que ficou à minha frente. Entre um nariz empinado que quase lhe batia na nuca, um ego que batia no tecto da sala e saídas geniais como:
"não se pode negar um cigarro a um gajo com tuberculose" - quando este anda a escarrar bacilos pelos corredores hospitalares, como vi durante 1 ano de mestrado;
"não sei se sabes o que é bumblefoot..." - frase que ecoou propositadamente mais tarde na sala;
"estes colegas novos..." - confesso que nesse momento deixei de ouvir que disparates saíam do Tico e do Teco (vêm? uma referência Disney)
... fizeram com que quase ganhasse uma faca espetada na testa. Só quem esteve naquele canto da mesa é que entende a dificuldade que foi conter o vómito com aquela conversa e o Sócio e uma quase-aluna já reviravam os olhos, embora temessem pelo homicídio, perfeitamente justificado, daquele calhau. Não ganhei um exemplar da bíblia da medicina de rapinas do século XVII, mas em compensação tive o enorme prazer de fazer uma careta à frente do gajo que, sinceramente espero que a tenha visto. E não me importar um c*****o com isso!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Update

Eu sei que já faz 2 semanas que o Guia de Campo não é actualizado e que todos vocês sofrem nos vossos lares, na expectativa de novos posts, mas aqueles que têm seguido as últimas páginas do Guia ou que têm participado directamente nos seus capítulos, sabem que estes últimos dias têm sido ricos em acontecimentos que têm absorvido a minha atenção. Por outro lado, especulo que acontecimentos afortunados como estes últimos não sejam tão inspiradores para blogar (reparei que grande percentagem de posts são verdadeiras verborreias de maus fígados), mas como alguns de vós me acusam, injusta e caluniosamente, de ter sempre um quê de mau feitio (que mentes iluminadas designariam por sarcasmo...), acho que rapidamente vou encontrar alvos para algumas farpas.
Então só para actualizar e organizar cronologicamente as cenas dos últimos capítulos:
  1. Depois da bomba lançada ao agora ex-chefe, rumei novamente ao Porto para uma reunião no Sábado. Havia ainda trabalho para fazer Domingo, mas este ficou irremediavelmente comprometido com um desfile de caipirinhas, whisky e finos (que é o que os meus amigos tripeiros chamam às imperiais) na noite anterior. O que é realmente importante referir é que ainda continuamos em grande forma! Foi uma noite de copos à antiga, excelente companhia e galhofa noite fora. Ressaca? Nada que 2 pratadas de arroz de cabidela no dia seguinte não resolva... Pessoal da Inbicta: fica combinado para futuras visitas, aí ou na capital alfacinha, igual tratamento VIP.
  2. Nos últimos dias no antigo emprego foi difícil evitar as longas trombas do ex-chefe espalhadas por todo o lado. Paciência! Hoje tive a noção que o ressabiamento está elevado à nona potência mas quero lá saber. O chato é que ainda tenho de lá passar para ir buscar alguns pertences e o difícil vai ser parar de rir
  3. Breve passagem por Santo André no fim de semana e anilhagem de cromos novos: Jynx torquilla, Acrocephalus schonobaenus, Luscinia svecica e Cisticola juncidis. Oportunidade de conhecer outros cromos, como o inglês-hiperactivo. Só foi pena não ter ido o resto da pandilha.
  4. E finalmente, começar no emprego novo esta segunda. Devo dizer que ainda estou em estado de graça, nem que seja pelos horários maravilhosos, por ter tempo para terminar o mestrado, inscrever-me no curso de ilustração científica da UAL e uma infinidade de outras pequenas coisas que agora me vai ser permitido fazer. Ainda é cedo para fazer mais juízos de valor mas desenganem-se aqueles que me queriam transformar em sucedâneos do Meireles, do Homer Simpson ou do Taveira.

Em suma, não tenho conseguido tirar este sorriso idiota da fronha!! :)

quinta-feira, setembro 27, 2007

A notícia caiu como uma bomba!!

VOU MUDAR DE EMPREGO!
(O actual chefe é que não achou muita piada...)

terça-feira, setembro 25, 2007

Guia de Campo agora com música

Quem é amigo, quem é? Agora têm mais uma razão para vir aqui (como se fosse preciso...) , que é o produto das minhas viciantes deambulações pela Last FM, o que faz com que a playlist esteja bastante actualizada e é outra maneira, súbtil é certo, de saberem o que se vai passando comigo. Agora, música!

A espera impacienta-me

Eu sei que a paciência é uma virtude mas não me sinto particularmente virtuoso esta semana.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Death Cab for Cutie - I will follow you into the dark

Próxima banda preferida? Mais da Last FM

The Killers Bones

From Last FM. Parece que o vídeo foi realizado pelo Tim Burton

2 Novos vícios

Couchsurfing
(ainda não me inscrevi mas antevejo um mundo de oportunidades)

Last FM
(overdose musical. Vejam a minha selecção em Fuzhong)

domingo, setembro 23, 2007

Tardes de Domingo

Mais uma tarde a beber "mines" (não muitas que ainda tinha de voltar direito para casa) e a comer, desta vez em Sintra. Há já algum tempo que não estava junto com este pessoal, a falar de pequenas e grandes coisas, pondo basicamente a conversa em dia como se tivesse sido mesmo na véspera que estivessemos estado a descer o rio Zêzere de canoa ou a beber imperiais numa tasca qualquer.
A casa estava repleta de catraios, poder-se-ia dizer que a lembrar-me do meu encalhanço crónico, mas também a mostrar-me que até gosto de crianças, desde que os decibéis estejam dentro das normas da CE. Tanto mudou nas nossas vidas mas continuamos os mesmos.
Para finalizar, um chá, uns travesseiros de Sintra e estes pensamentos sobre uma pacata e relaxante tarde de Domingo.

sábado, setembro 22, 2007

Ciclo Chinês

Ontem começou um novo ciclo cinéfilo-gastronómico com o grupo do costume, desta vez em casa do Xico. Ainda a recuperar de um super-buffet de comida chinesa com a Irmandade da Esteva na noite anterior, repetir nova dose da mesma cozinha era capaz de me deixar com os olhos em bico mas até agora, a parte digestiva ainda não se queixou.
Apesar de ter descoberto logo no início uma surpresa narrativa fundamental, de me ter deixado dormir pelo meio e do leitor de DVD ter encravado, o filme é muito bom. Claro que as cenas a brincar aos dentistas quase que fizeram o chau-min saltar cá para fora mas de resto, quase que parecia que estávamos no topo dos Himalaias. Quase...

Expedição à Peninha

Devido a uma semana repleta de algumas novidades e de um sem fim de coisas para fazer só me foi possível actualizar o blog neste fim de sábado. A bem da minha sanidade mental a lista de coisas a fazer não inclui só trabalho e por isso 4ª e 5ª de manhã consegui escapulir-me às minhas tarefas para poder ir anilhar para Sintra. E este é um daqueles trabalhos que é sempre um prazer fazer.
A zona da Peninha tem uma paisagem de cortar a respiração sobre o Guincho e, em dias limpos é possível ver a linha de costa quase até ao infinito. E é onde a serra de Sintra mergulha no mar, entre matagais de giesta e murta, a lembrar como seria outrora uma paisagem mediterrânica, que temos o estaminé montado e é difícil pensar em melhor local de trabalho que este. Sortudos dos burros que passam o dia a pastar e a olhar para o mar.

Quarta-feira estava o (quase) pânico instalado na estação, com uma passagem em massa de Phylloscopus trochillus, que faziam com que não fosse possível libertar mais depressa os pássaros do que a velocidade com que caiam nas redes. O meu pânico foi reencotrar o suiço(ida) que, não tendo uma falésia por perto, optou por andar a subir às árvores. Distância dele, não queria repetir a dose de Dezembro passado (ver post de então). Ainda houve tempo de almoçar uma massada de bacalhau óptima e ser condecorado com uma dúzia de medalhas de molho, o que fez com que entrasse no local de trabalho de casaco vestido.

Quinta-feira a manhã foi bem mais soft e deu para começar a perceber a confusão que é determinar sexos e idades de Sylvia melanocephala. Apesar do curto percurso, foi óptimo subir a serra e beber água fresca de uma fonte secular enquanto se conversava, sempre sem conseguir deixar de admirar toda a paisagem.

Por isso, um grande bem-haja ao cicerone João Paulo e todo o pessoal que acompanhou durante estes dias, que souberam que nem ginjas para escapar à rotina.

terça-feira, setembro 18, 2007

"Welcome to the dark side..."

Pois é, passei-me para o outro lado. Sou um vendido. Ah! Ah! Ah! :)))))

domingo, setembro 16, 2007

Fim de semana-relâmpago

Litoral a Norte de Espinho visto da carruagem em andamento


E foi com um enorme prazer que ontem à tarde lá embarquei na estação de Santa Apolónia rumo ao Porto para uma reunião-relâmpago de trabalho, mas evidentemente, desculpa para rever amigos. Já quase me tinha esquecido do enorme prazer que é viajar de comboio e, por momentos, esqueci-me completamente quando o sr. passageiro à minha frente passou a primeira hora de viagem a puxar grossas e mucosas escarretas, ao que logo após as tragava com um trajeito de prazer. Quando toda a carruagem, incluindo o Sérgio Godinho que viajava atrás de mim, já se encontrava perfeitamente agoniada e repudiada ante tal hino às doenças infecto-contagiosas e ao catarro, o sr. escarreta lá adormeceu. Quando estávamos quase a chegar a Campanhã lá despertou e entre mais 2 escarros balbuciou-me qualquer coisa a que respondi com uma careta.
Antes de trabalhar e visto que cheguei à hora de jantar, foi de vital importância nutrir o corpo com uma grande, rechonchuda e deliciosa francesinha a nadar em molhanga no Paquete. Para além do outro Sócio, o Abtúrsio e a Caracol acompanharam na jantarada a que se seguiu sessão de trabalho (3 em simultâneo!) até às 2h30, intercalanda com alguns momentos de profundo debate filosófico entre o Sócio e a Caracol que só eles...
Ainda tempo para assistir, antes da estreia mundial, à comunicação que a Caracol deve apresentar em terras inglesas esta semana. (Nota: o facto de ter adormecido deveu-se, para além do enorme cansaço, de uma simulaçãozinha pois é sabido que em congressos há sempre alguém a dormir enquanto se apresenta as coisas).
Hoje, acordar, tragar uma excelente sopa de peixe e 2 pratadas de feijoada em casa da avó do sócio (só dispensado partes menos reconhecíveis da anatomia intestinal animal- aquelas coisas chamadas "tripas" que se comem lá em cima) e chegar à conclusão que 90% dos meus posts metem descrições gastronómicas.
Amanhã promete ser um dia bem interessante, especialmente por volta do meio dia. Provavelmente estou a iludir-me e a depositar excessivas esperanças mas já não sentia este arrepio no estômago (e sem ter nada a ver com o festival de feijões que devorei ao almoço) desde os últimos exames na faculdade. A ver vamos.

sexta-feira, setembro 14, 2007

O dia em que o porco do Hugo foi capado

Que é uma maneira mais mediática de dizer que um Cavia porcellus de nome Corisco, pertencente a esse senhor, perdeu os ditos.

Parabéns para mim!

Ontem completei 29 primaveras. Yay.

quarta-feira, setembro 12, 2007

:-)

Melhor do que ir de férias é regressar e ter boas notícias à espera na caixa de correio .

Kaput!

Ao fim de exactamente oito longos anos com inúmeras espécies a passarem-lhes pelas objectivas os meus binóculos deram o peido mestre. As oculares já andavam meio periclitantes desde Somiedo e os prismas desregulados foram a sua sentença de morte.
Já vos disse que faço anos amanhã?
Não sabem o que me vão oferecer?
Pensem nisso...

Gerês Parte III - Os momentos de ausência

Eis o que todos aguardavam ansiosamente. Quais pássaros, qual anilhagem, toda a gente que saber é das situações galhofeiras e momentos "duh", indissociáveis de todo este processo e que ficaram marcados para toda a posteridade no Guia de Campo.
Como também tem sido hábito, uma grande percentagem dessas bacoradas foram vividas ou produzidas pela minha humilde pessoa. Portanto, as narrativas aqui expostas servem para contrariar um pouco algumas vozes caluniosas que têm apelidado este espaço de "monstro" e que têm pensado duas vezes antes de dizer qualquer coisa na minha presença. Que culpa tenho eu que os meus amigos sejam pródigos em dizer disparates, que são posteriormente aqui reproduzidos?! Descontextualizados, por vezes. Ligeiramente distorcidos, talvez. Mas sempre para vosso (e meu) deleite.
Os enxames de lobos- Mais uma vez, o Batman e o Robin encontraram-se na Mourela, acompanhados das suas respectivas bat-girls em uma mais implacável perseguição a lobos. Já alguém reparou que é sempre esta dupla que os encontra?... Eles, certamente dirão que será devido às suas apuradas técnicas de campo, sorte ou à eficácia dos bat-radares. Eu começo a achar suspeito... alucinações devido à falta de horas de sono? contrato de exclusividade com os bichos? ou simplesmente, andaram nas provas de aguardente pelas aldeias da região?
O contacto com a natureza- mais giro que ficar atascado nas salinas, é ficar atascado nas turfeiras. Naquele momento em que vi os meus pés serem tragados pela terra quis lá saber se aquilo era habitat de conservação prioritária! Era drenar e queimar aquela merda toda! Quando finalmente, consegui sair para terreno firme, já a imaginar o meu corpo fossilizado vir a ser descoberto daí a uns milhares de anos e a ser estudado pelos arqueólogos da altura, lá voltei a achar que aquela amálgama de vegetação e água sempre serve às narcejas e outros bichos. Contudo, evitei voltar àquele sítio em especial...
Os fantasmas da Mourela- durante a semana passada (e imagino que por esta hora) a noite fria do planalto foi cortada pelo uivo lacinante de almas penadas "Uuuuhhh", seguido por um coro de gargalhadas abafadas, que afastavam qualquer hipótese de observação de fauna nocturna. No meu caso em particular, tive direito a ser imaginado de mortalha branca e a arrastar correntes.
As pescarias nocturnas- O Sócio quase que apanhava um coelho e quase que esborrachava um Athene noctua com o seu camaroeiro. Faltou-lhe só um danoninho. Os Otus scops nem davam hipótese de por o pé fora do carro. Mas deu para rir, especialmente com a finta que o coelho fez.
O mistério intestinal esclarecido- Nos anos anteriores, ir para o Gerês era sinónimo para mim de cólicas, timpanismo, borborigmos e outros ruídos corporais, que tentava disfarçar tossindo ou assim se em presença de outras pessoas. Seria dos panics mistos de Salmonellas e E. colli ingeridos de manhã ao pequeno almoço? Ou das belas e carnudas amoras, veículos de Cryptosporidium, que enfeitavam as sebes dos caminhos? Era a água senhores! Esta semana quase só bebi água engarrafada e estive impecável. Um conselho: mantenham-se afastados da água fresca das fontes.
A amiga Nelsa e a sua cozinha variada- Como não podia deixar de ser, massa e simpatia foram as palavras-chave à hora de almoço.
A frase da semana- "Ick! Já tenho langonha a escorrer pelas costas!" VanVan, eu avisei que isto ia ser descontextualizado...
O momento da semana- foi indubitavelmente meu. Por volta de sexta-feira fui acometido de grave alergia, constipação ou gripe aviária. Os olhos, chorosos, mal consegui manter abertos e do nariz escorriam rios de muco, que tentava não deixar pingar para cima dos pássaros. Nessa noite, recorri à minha farmácia portátil, que tantos necessitado tem ajudado e tomei um Nimed e um anti-histamínico de nome Ceftrisina. No dia seguinte, alegria, estava como novo. À hora de almoço, compadecido com uma colega que sofria do mesmo mal, ia-lhe a dar as mesmas drogas quando me apercebi que na véspera tinha tomado não Ceftrisina, o anti-histamínico, mas sim Ceftrisil. Que é, nada mais, nada menos, que daquelas pastilhas de cloro para desinfectar a água! O que é certo é que funcionou e devo ter ficado todo desinfectado por dentro.
Mais algum momento assim digno de nota?

segunda-feira, setembro 10, 2007

Gerês Parte II - A Ciência

Isto de ir para o Gerês e ficar a dormir até ao meio dia enquanto outros estão (semi-)acordados e a laborar desde o nascer do Sol, é só mesmo para alguns. Mas na verdade não me queixo, toda a gente sabe ao que vai e gosta do que faz. Para além do enorme prazer que é o convívio, a galhofa e o contacto directo com a Natureza (neste caso em particular as Aves), é produzido e divulgado conhecimento científico a alta velocidade; a troca de ideias e conhecimento entre pessoas ocorre a velocidade estonteante; são debatidas hipóteses e teorias de migrações, identificações, biologia, ecologia; volto sempre com a cabeça a fervilhar de ideias destes encontros.
Apesar da biodiversidade brutal circundante, as Aves são mesmo as rainhas da festa, por isso, eis as jóias da coroa desta semana (pelo menos para mim, aceitam-se outras opiniões):

Accipiter nisus, fêmea adulta, residente

Phylloscopus bonelli, migrador

Locustella naevia, juvenil, migrador

Mas houve muitos, muitos mais. Com penas, com escamas, com pelos, rastejantes, nadadores, voadores, com e sem coluna vertebral, animais ou vegetais, cuja descrição não cabia em todo o ciberespaço.

Gerês Parte I - A Viagem

Eis-me regressado de mais uma curta semana e um dia (benditos dias de "mestrado") de férias, passados, como já vem sendo habitual de há uns 5 anos para cá, nas altas terras do Barroso entre Pitões das Júnias e Tourém. Apesar dos dias de férias pedidos ao patronato, grande parte do tempo foi empregue a trabalhar, quer a dar ao alicate, quer a sugar preciosas amostras de sangue para a minha tese megalómana, segundo alguns.
Devido à semana anterior, perfeitamente caótica em termos de trabalho, embora com alguns picos de actividade social (as festas do 2B), não me foi possível informar alguns de vós de que iria estar fora entre paisagens bucólicas e o trinar dos passarinhos, enquanto alguns desgraçados ficavam por cá, verdes de inveja e a trabalhar. Bwah-ah-ah! Mas como tudo o que é bom acaba depressa, cá estou eu a mentalizar-me de que vou regressar ao meu local de labuta amanhã... Nãooooo!!!
Quanto à viagem em si, confesso que foi difícil fazer as malas às 2h da manhã para um casamento em Castelo Branco, um fim de semana com amigos em Figueira e uma semana de anilhagem no Gerês. Como é habitual, ficaram algumas coisas em casa que me fizeram falta e levei um exagero de roupa, da qual metade voltou mais ou menos intacta. Desta vez não me esqueci da pasta de dentes ou dos sapatos, foi mesmo de material de trabalho e como é difícil recolher amostras de sangue sem agulhas e seringa, lá me desenrasquei e repus o stock na farmácia de Montalegre, onde os diabéticos locais devem ter passado um pouco mal sem as suas injecções diárias de insulina e a farmacêutica me olhou com um ligeiro ar de desconfiança, certamente pensando que ia inaugurar uma casa de chuto ao levar tanta seringa.
Portanto, Lisboa - Castelo Branco - Figueira - Fróia - Manteigas - Pitões das Júnias/Tourém. Um dos maiores prazeres em viajar, mesmo por terras nacionais, é a viagem em si, a antecipação de chegar e imaginar que paisagem vai aparecer depois daquela curva. Quando se viaja sozinho, coisa que tenho vindo a fazer de há uns anos para cá, tanto melhor, pois há tempo de arrumar ideias e fazer uma segunda viagem paralela, mais introspectiva (e sem necessidade de queques de chocolate).
O casamento foi agradável, deu para rever pessoas que já não via há anos e constatar que estamos mais velhos, mais gordos, alguns com menos cabelo, uns casados e com filhos e outros já divorciados. também foi interessante estar sóbrio num casamento (ainda ia para a Figueira nessa noite) e divertir-me com as lindas figuras de alguns dos convivas.
O dia e meio passados na Figueira e na praia fluvial da Fróia souberam muito bem, boa companhia, consegui desforrar-me das horas de abstémia do casório e a confirmação de que começo a gostar mais de praias fluviais que marinhas.
A passagem pela Serra da Estrela foi rápida, só passar por alguns locais onde já não ia há alguns anos e tirar algumas fotografias. Lamentavelmente, não consegui fotografar os Iberolacerta monticola, embora tenha visto uns Timon lepidus de proporções komodianas. É claro que, graças ao Sr. Murphy, não tinha a câmara comigo e portanto não os pude fotografar.
Finalmente, o destino último que era o Gerês, a oportunidade de passar uns belos dias a fazer coisas que gosto, desenhar, anilhar, farolar, apanhar rãs e peixes (porque os coelhos e mochos-galegos ficam só para alguns) como se fosse novamente puto, rever amigos e conhecer mais pessoal porreiro. Finalmente, o Centro e Sul do país começa a ter alguma representação nestas semanas. Mais, só para Junho de 2008. Ficamos à espera.

sábado, setembro 01, 2007

Vivam as festas do 2B!

Venho por este meio agradecer ao anfitrião desta semana cultural que durou de Sábado até Quarta. Ele foi gastronomia, enologia, música, fotografia, cinema. Um must!

sexta-feira, agosto 31, 2007

Dia Internacional dos Mortos-vivos

É oficial. O dia 31 de Agosto passa a ser oficialmente o dia internacional, embora com celebrações mais centradas na zona de Lisboa e Alcochete, dos mortos-vivos, vulgo zombies. Se hoje encontraram algumas pessoas a vaguear sem rumo pelos locais de trabalho, com olheiras de meio metro e um fiozinho de baba a escorrer pelo canto da boca, enquanto tentavam manter-se acordados, provavelmente essas almas penadas estiveram a noite passada no Estuário do Tejo. Ou talvez não, porque só mesmo um pequeníssimo punhado de loucos (em que desgraçadamente me incluo) é que se mete nestas coisas.
Mas mais importante que as celebrações, passadeiras vermelhas e discursos inflamados, este dia é principalmente um dia de aprendizagem. Eis então o que eu aprendi:

1. É má gestão da agenda social marcar a uma quinta-feira uma louca caça aos gambozinos, quando se teve uma sequência de borga nos dias anteriores e a borga se prolonga durante o fim de semana. O facto de ter ido trabalhar hoje com 2 míseras horas de sono é irrelevante;

2. Quando se afirma peremptoriamente que se regressa cedo a casa e que às 2h da manhã já se está transformado em abóbora deitado na cama, é mentira! O que se quer dizer na realidade é que só vamos regressar a casa quase às 7h00 quando as pessoas normais estão a sair dos seus lares para irem trabalhar;

3. Novamente, os cabrões dos mosquitos. Aprendi que nem a combinação Prebutix + Tabard + contrapic me salvou dos mosquitos sedentos de sangue do Samouco e que estes filhos das putas conseguem picar através da roupa. MEDO!

4. O facto de que as salinas são poços de areias movediças prontos a sugar qualquer caminhante incauto, já eu sabia; O que fiquei a sabir é que é sadicamente divertido ver as outras pessoas (coitada da Pintinhas) a enterrarem-se repetidamente naquela massa amorfa de sal, lodo e água;

5. Vou passar a andar sempre com 3 ou 4 isqueiros, uma dúzia de caixas de fósforos, um maçarico e um lança-chamas. Descobri que são coisas extremamente úteis e senti um laço de empatia com os nossos antepassados homens das cavernas;

6. Para fazer café (bebida quente e reconfortante, rica em cafeína), dá jeito ter café (pó); Água só não chega;

7. Apesar da minha triste figura de hoje e da actividade cerebral virtualmente nula, tenho que admitir que ainda vão sendo estes programas que vão atenuando um pouco a neura das últimas semanas.

domingo, agosto 26, 2007

quinta-feira, agosto 23, 2007

Estou morto

Estou completamente k.o. Longe vão os meus tempos áureos de jovem destemido e intrépido, em que conseguia trabalhar 24 horas seguidas. Ontem, 15 horas de labuta somadas às 10 de hoje deixaram-me de rastos. Só consegui reunir forças para vos avisar.
Será que também me estou a "vaniar"?

segunda-feira, agosto 20, 2007

The Breeders - CannonBall

Antigo, eu sei mas dá vontade de começar a saltar pela sala e partir a mobília toda.

Carry the Zero - Built to Spill

Já não punha músicas aqui há algum tempo... já tinham saudades? Estes gajos têm músicas incríveis, esta é das minhas preferidas. Infelizmente, são pouco dados à imagem, pelo que só têm um quadrado azul para olhar enquanto ouvem os riffs de guitarra enquanto imaginam um qualquer vídeo genial.

Só para avisar...

... quem anda a seguir a novela dos inquéritos sorológicos, que finalmente recebi os meus resultados, após terem ido parar a casa de outra pessoa, que amavelmente os digitalizou e me enviou via e-mail.
Obviamente que as meninas vampiras me vão ouvir amanhã ao telefone no modo "Monstro" por tão distinta salganhada.
Ficam também desde já a saber que, se daqui a uns tempos começar a andar por aí a delirar (mais do que o habitual) e com um ar febril e assim, quiçá mesmo em coma, obviamente não-alcoólico, a culpa não é minha...
É da Borrelia burgdorferi! Ou, mais uma desculpa para comportamentos socialmente pouco aceitáveis...

Há lá organismo mais fashion que este!...

Nota: avisam-se as mentes mais crédulas que, efectivamente, não ando aí a espalhar a peste ou outra peçonha. Quer só dizer que o meu sistema imunitário já contactou com este ser vivo e que tenho anticorpos protectores. Para qualquer dúvida, vão rever "Era uma vez a vida..."

Pequenos prazeres

Ir à praia ao fim da tarde de sábado com amigos. Comer bolas de berlim (com creme! Não digam nada à ASAE) na praia. Jantar frango assado e galhofa até altas horas e, mais uma vez, constatar que Portugal é mesmo um penico, em que toda a gente conhece toda a gente. Dormir até altas horas no Domingo. Voltar à praia à tarde e comer mais uma grande bola cheia de creme. Ao fim do dia, ir petiscar mexilhões de cebolada e choco frito ao Sr. Domingos, embora dispensasse as criancinhas a correr pela esplanada aos guinchos e a fazer gongos das bandejas, mas mesmo estas situações deram azo a mais galhofa. Terminar a noite no sítio do costume.
Eu sei que não me canso de gabar e acarinhar estes momentos, mas vão sendo cada vez mais raros, logo mais preciosos. E quando hoje retornei ao meu, por vezes infernal, dia-a-dia só penso no próximo fim de semana.

quinta-feira, agosto 16, 2007

O feriado de 15 de Agosto em números

28 minutos de atraso com que chegou o resto do pessoal (o que vale é que já tenho anos de prática e já estava a contar com isso...);

6 de 6 pessoas que rumaram ontem à Comporta de manhã acharam que estávamos loucos em ir para a praia com aquele tempo;

25 minutos que aguentámos na praia até começar a chover a potes;

48 sardinhas que foram devoradas à hora de almoço;

2 de 6 pessoas ainda conseguiam continuar a degustar alarvemente mais umas sardinhas;

30 graus célsios marcavam os termómetros depois de almoço, anunciando uma bela tarde de praia;

13 toques seguidos de vólei foi o máximo que 5 totós conseguiram dar na areia;

15 graus célsios (mais coisa menos coisa) devia estar a temperatura da água, mas que soube como se estivesse a 25;

47 fotografias idiotas que conseguimos tirar durante a tarde;

1 único mosquito à volta para os carros (e nem sei se chegou a picar a Pintinhas);

1 ano passado desde a última vez que apanhámos um dia de praia excelente e a vontade, espero, de repetir mais vezes o programa.

Parabéns... fora de prazo

Então não é que este pasquim, veículo de informação, por vezes deformada, é certo, do conhecimento científico e social da nossa praça fez 1 ANO no passado dia 12 e eu nem me dei conta?
A celebração acabou por ocorrer da terça-feira, noutro aniversário, este da minha irmã, quando fazia uma pilha monumental com as cascas de camarões, que tinha devorado. Como me esqueci do evento, estão desculpados por não darem os parabéns e podem compensar a vossa falha oferecendo a este escriba lindos presentes, como uns travões novos para o carro, um emprego novo - que, como alguns bem sabem, o presente já enjoa.
PARABÉNS A MIM!! E a vocês, que estoicamente, me aturam - embora eu saiba que, secretamente, não conseguem viver sem o GUIA DE CAMPO...

terça-feira, agosto 14, 2007

Invasão!

Parece que o SEF tem mais um imigrante ilegal sul-americano com que se preocupar. Já com ninhos - e cheios de crias - ,identificados em Algés e Sintra, parece que os guias de campo ornitológicos vão ter mais uma página para um novo residente nacional, a fazer companhia às hordas de periquitos de colar (Psittacula krameri) que já sobrevoam Lisboa.
Não se deixem enganar pelo ar simpático do bicho. Quem já passou por Barcelona sabe que estes periquitos-de-peito-cinzento (Myipsitta monachus) formam pragas de proporções bíblicas. E desenganem-se aqueles que supõem que seriam uma alternativa mais colorida e simpática aos pombos. É que estes animaizinhos também conseguem ser um reservatório de doenças bem interessante.
É mais um dos efeitos da globalização.
É curioso.

Investigadores embrenhados no coração das florestas equatoriais da República Democrática do Congo descobrem várias espécies de vertebrados novos para a ciência, entre anfíbios, morcegos, roedores e insectívoros.

Na China, o golfinho-de-rio-chinês ou baiji (Lipotes vexilifer) passa a ser oficialmente dado como extinto, substiuindo as águas escuras do rio Yangtzé por prateleiras de museu ou um punhado de fotografias. Fruto da poluição, do tráfico intenso de embarcações no rio e da construcção desenfreada de barragens, qualquer população residual que ainda reste está condenada a desaparecer.

Não estou a falar do equilíbrio natural das coisas, desaparecem umas espécies, são descobertas outras e obviamente, uma situação não compensa a outra. Também não pretendo moralizar ninguém, estava só a constatar 2 factos, aparentemente aleatórios.