quinta-feira, julho 30, 2009

segunda-feira, julho 27, 2009

urban-sketching

Decididamente, parece que as tardes de Domingo estão a ficar destinadas ao desenho urbano da bela cidade alfacinha, embora sempre em busca dos seus elementos naturais, quer seja por mais um painel (devem estar na moda aqui) com fotografias de cones de cicas, quer pelo início dos treinos desenhísticos amazónicos no jardim botânico. Desta vez, acompanhado da Erica e da nossa Produtora, também membras da direcção do Clube de Fãs do Grupo do Risco. Depois do jardim, jolas e colas no miradouro da Graça, para descer mais tarde à mouraria e à casa do Aziz para moamba e chacuti (é assim que se escreve?) e acabar o Domingo em grande (digestão).

motmot-style

quinta-feira, julho 23, 2009

42 horas em Tornada

Então foi assim: dormitórios de andorinhas, fintas ao sono, bombardeamentos de mensagens do Pqt e do seu discípulo (e tentativas de manter a compostura e evitar gargalhar), empaturrar-me no Pinheiro e no Cortiço, convenções informais de bird-nerds, pólens e plasmodiuns, chuva, fazer magias e tirar Ixobrychus do casaco, mais um cromo na caderneta e arroz de egagrópilos. E sim, também se trabalhou.

segunda-feira, julho 20, 2009

Até para o ano, PEEC do Samouco!

Se alguém duvida que as Aves evoluíram a partir de Dinossáurios Terópodes carnívoros devia ter um Lanius senator, mesmo que puto imberbe, a bicar-lhe os dedos ou uma parte mais querida da sua anatomia. Antes da captura dos gémeos do mal, que o diga a Dra. Camarinha, foi também observado um Coracias garrulus a descrever tangentes às redes e a fazer piretes ao pessoal cá em baixo.
Portanto, uma manhã recheada de cromos. Como não bastasse de actividade e para regressar ao modo "estica-prazos" habitual ainda houve tempo de montar um portfolio quase de raíz à hora de almoço e ir a voar para uma entrevista.
Não vou aparecer nas notícias mas espero notícias lá para Setembro.
No Samouco, só há PEEC para o ano que vem mas espera-se que as actividades avícolas continuem o rsto do ano.

Lisbon stories

Nem só de passarinhos e dinossáurios (passe a redundância) vive um caderno de campo. Lisboa oferece uma infinidade de coisas para esboçar embora, mesmo quando o tema é arquitectónico, há uma clara referência a elementos naturais. É mais forte que eu.
Só não foi possível fazer mais porque entre a história estarrecedora de uma amiga que andou a fazer de slot machine no eixo Norte-Sul e que, felizmente escapou apenas com uns hematomas e material para alguns pesadelos, aniversários de elogio à gula e respectiva ressaca, prova dos (nem por isso) melhores caracóis de Lisboa e despedida da Flicts que partiu para o Sudeste Asiático, faltou o tempo e inspiração.

quinta-feira, julho 16, 2009

Missão cumprida

12 desenhos terminados, digitalizados e editados - recorrendo aos meus vastíssimos conhecimentos de edição de imagem e a softwares de ponta - e, pasme-se! A dois dias de terminar o prazo de entrega.
Agora, os dados estão lançados e vamos ver como corre esta nova aventura pós-graduada. A esperança não é muita e, talvez por isso, estes 12 bonecos só vão ver a luz do dia bloguístico lá para Setembro. Também para não estragar a surpresa de algumas pessoas.

quarta-feira, julho 15, 2009

Teaser spoiler

Erithacus rubecula desenhados até ao enjôo.

Apesar da intensa actividade desenhadeira dos últimos dias, o caderno de campo só foi aberto para desenhar um pimento mas o modelo acabou nas brasas, fatiado e degustado juntamente com as sardinhas no Sábado passado.
No entanto, o caderno de estudos, que às vezes também vai passear ao campo, tem muitas páginas novas.

terça-feira, julho 14, 2009

Fim da digestão

Domingo foi um dia muito difícil e laborioso: depois do desfilar durante todo a tarde de chamuças, rissóis, saladas, entrecostos e febras, pudins, tartes e outras sobremesas, camarões, queijos vários e leitão, a digestão não podia ser fácil. Tanto, que obrigou a mudar das minis para a água castelo e deu direito a desapertar o botão das calças - mas por aquela hora, já não era o único - e se pensarmos que esta batalha foi travada sob um calor sufocante, a puxar pela sesta pós-prandial, não obstante o encharcar em cafés, dá para chegar a 2 conclusões inequívocas:
  1. até gosto de (alguns) baptizados;

  2. foi virtualmente impossível escrever uma única linha;
Sim, porque apesar de ter perdido os melhores caracóis do mundo, algures na Bica, entre conversas sobre música ou cinema, a sessão de PEEC na lagoa foi memorável porque, para além do enxame de andorinhas que fez tombar as redes, capturou-se um cromo novo, que o Sócio teve o prazer de marcar mantendo os dedos todos, e terminou-se os trabalhos da melhor maneira possível: com uma arca cheia de minis e uma pilha de sardinhas assadas e o insuperável pão de alfarim, quase mas quase tão bom como a bela da sardinha.


Quer-me parecer que as sessões de anilhagem do Sul estão a ganhar uns pontos às de outras paragens... Não vos parece?

Cochothraustes cochothraustes, ávida de esmagar umas cabeças de dedos.

quinta-feira, julho 09, 2009

Henkelotherium guimarotae

Que estranho, estarão alguns a pensar, um desenho completo. Mesmo que não o pareça, é mesmo para ficar assim. Aliás, nos próximos dias a produção de artes finais vai ter um pico e alguns leitores mais assíduos vão estranhar encontrar aqui coisas sem serem esboços ou caricaturas saídas do caderno do campo.


E porquê? Porque na verdade eu gostava era que um dia o Guia de Campo aparecesse nos Scienceblogs e porque de vez em quando tenho estes devaneios nerd. Nada de novo, portanto.


Mas porquê este bicho? Para começar, Henkelotherium guimarotae é um mamífero Driolestóide antigo, de pequenas dimensões (o comprimento da cabeça e corpo não ultrapassava uns 6-7 cm de comprimento), viveu no final do Jurássico e como se pode ver pelo cladograma ao lado (Ji 2002), ocupa uma posição evolutiva intermédia entre mamíferos ancestrais, como Morganucodon, e outros mais modernos. Felizmente, foram encontrados esqueletos praticamente completos e foi possível estudar bem a fundo a sua anatomia. Simultaneamente, estão presentes características anatómicas modernas, como a presença de uma fossa supra-espinhosa na escápula ou um colo do fémur bem definido, e outras, como a presença de côndilos assimétricos no fémur, consideradas primitivas (embora estejam presentes em algumas famílias de mamíferos modernos como tupaias e marsupiais didelfídeos) (Vazquez-Molinero 2008).
Para além disso, a coluna dorsal flexível, a cauda longa e falanges compridas sugerem adaptações a um estilo de vida arborícola ou, pelo menos, adaptado à locomoção num meio ambiente tridimensional. Todas estas características sugerem ainda um tipo de mobilidade moderna (mobilidade da escápula, abdução/adução dos membros, etc.)
Recentemente, os seus ossos do ouvido foram submetidos a exames de TAC e, novamente, foram detectadas características consideradas primitivas e outras mais derivadas, que permitiam detectar sons de alta frequência, tal como fazem os mamíferos modernos (Ruf 2009).
Finalmente, os fósseis desta espécie foram encontrados em Guimarota, perto de Leiria, colocando Portugal no mapa do estudo da evolução dos mamíferos mesozóicos (os fósseis de Haldanodon, outro mamífero jurássico basal também são tugas). Na altura, a região teria um ecossistema semelhante às Everglades, alternando zonas pantanosas com zonas de vegetação densa, habitat onde um mamífero de pequenas dimensões e arborícola se poderia movimentar com facilidade.
Mas a grande questão deve ser mesmo: porquê esta urgência em acabar desenhos? A ver vamos.

sábado, julho 04, 2009

Sterna nilotica

Ligeiramente mais bem disposto. Regresso ao Caia para terminar a marcação da colónia de gaivinas-de-bico-preto, niloticas para os amigos, almoçar no Mónaco e fazer um esboço rápido a guache a partir das fotos tiradas com a mega-máquina.

sexta-feira, julho 03, 2009

Pesadelo

Decididamente, ontem foi um daqueles dias em que devia ter ficado trancado em casa, com o ar condicionado ligado, a escrever projectos ou a corrigir certas coisas. Mas como ler calinadas de primeiro grau como "quidados" também faz mal à saúde, achei que lidar com mosquitos, carraças, variações térmicas de 20º C e morte por afogamento em barcos furados era bem mais simpático.
Portanto, era dia de ir à lagoa. Último dia do PEEC, garças e a rambóia do costume. Mas sobretudo, assistir a um certo episódio ofídico.
Às 5h15 já tinha saído de casa e uns 15 minutos depois estava no centro de Lisboa à espera de uma colega para lhe dar boleia. Quando rodo a chave na ignição, o QI faz um som vindo das entranhas que me fez gelar o coração, as luzes do tablier piscam e apagam-se e nada de arrancar. A cada vez que repetia a operação o resultado era o mesmo: uns gorgolejos e imobilidade.
Primeira ideia genial: o carro estava parado no meio da rua. Vamos fazê-lo recuar um pouco.
Pormenor: a rua tem uma suave inclinação e, apesar do carro ter ficado mais ou menos estacionado, foi muito divertido andar a fazer manobras sem direcção assistida. Mas pelo menos, assim não estorvava o trânsito.
Segunda ideia genial: o carro ficou parado num espaço de descargas de uma loja Modelo. Ainda estava a recuperar o fôlego e a ligar para o reboque quando estaciona um camião monstro para, pareceu-nos, largar hortaliças e peixe - que tinha um odor muito pouco saudável - tendo ficado a bloquear a rua. A partir daí, tenho a memória turva: estava a amanhecer, carros a buzinar, outros a fazer manobras suicidas, munícipes a gritar, as ambulâncias do INEM a querer sair, os chorrilhos de palavrões que larguei. Felizmente, chegou o reboque que, depois de largar uns parafusos (wtf?!) e ter içado o carro de uma maneira muito original me levou dali para fora, antes de ser linchado pela população ou que os funcionários do modelo começassem a atirar-me com fruta podre.
Depois do carro ficar na oficina veio a pior parte: o telefonema com o orçamento da reparação. Alternador, correia de distribuição, fusíveis, blá, blá,...
E é assim que vos escrevo, do leito do hospital, onde fui parar depois de ouvir um valor "assim por alto que falta o IVA" e ter tido três apoplexias. Tudo isto para dizer que nos próximos dias tenho mobilidade reduzida e que o estado de humor está a uns 10% daquela história do cinto em S. Tomé (os que assistiram devem estar a tremer de medo mas são uns exagerados). Portanto, tratem-me bem e tenham muita paciência comigo.

quarta-feira, julho 01, 2009

Globalização é...

Receber mails de colegas paquistaneses - por segundos ainda pensei que fosse uma mensagem-bomba ou qualquer artefacto terrorista mas quaisquer devaneios preconceituosos desvaneceram-se depois de uma rápida pesquisa no Google - a indagar coisas sobre um artigo de minha autoria publicado a semana passada nas américas. As voltas que as transfusões sanguíneas dão ao planeta!

Uma manhã... incipiente*

* Eu sei que sou previsível mas não resisti!


Pardais, melanocephalas, Cisticolas e melros resumiram a manhã que, apesar da monotonia ornitológica, deve ter batido records numéricos no PEEC deste ano. Também digno de nota foi a estreia de 2 maçaricas no maravilhoso mundo da anilhagem.
Estreia também da minha fantástica máquina fotográfica nova que, com o seu zoom telescópico, quase que tira fotos de minha casa para os bichos das salinas.