segunda-feira, janeiro 29, 2007

A última hora

Ontem à noite, ou mais correctamente, hoje de madrugada, a SIC passou num horário totalmente criminoso um dos melhores filmes do Spike Lee e também um dos meus filmes preferidos. O título "25th hour", ou a sua tradução para português "A última hora", não deixaram de parecer apropriados dada a hora do visionamento, mas consegui ver o filme até ao fim (só não digo a que horas acabou) e rever cenas de arrepiar:
A noite da discoteca, com todas as frustrações e palavras não ditas a transbordar de copos cheios de whisky ou champanhe.
Os últimos favores pedidos aos amigos no parque: a entrega do cão Doyle e a cena do espancamento.
O futuro alternativo que podia ter ocorrido e no fim, a reviravolta e subsequente despertar para a realidade.
Imperdível. Valeu o esforço para ficar acordado. E a manhã de merda que estou a ter.

Colesterol

Ah! Ah! Hoje tive consulta de medicina do trabalho (basicamente, como perder 2 horas de uma manhã ler revistas do ano passado) e o colesterol (após ter morfado um galão e um croissant com queijo) marcava 163 mg/dL. Como o limite máximo ronda os 220 mg/dL quer dizer que ainda tenho alvará de soltura para uma série de excessos culinários. Agora, se era o HDL (o colesterol bom) ou o LDL (o colesterol mau) já não sei. Mas também não interessa...

Espécies condenadas à extinção II

Fadas mal-sucedidas: a fada-madrinha

Espécies condenadas à extinção I

Após inspirar-me um pouco no mais puro nonsense aqui, dou hoje início a estes devaneios BD.
Fadas mal-sucedidas: A fada-traça

domingo, janeiro 28, 2007

Noite de porquês

Este é um post ligeiramente diferente, mais recheado de perguntas retóricas do que um perú no dia de Natal. Confesso que ainda não descobri a resposta à maioria das questões.
Porque é que, tendo provado sangria de melão, tive a ilusão que sangria de morango seria muito melhor? Só mesmo a cor é que mudava, de um verde-ranho para um cor-de-rosa deslavado pois o sabor a champanhe rasca ou vinho de mesa "casal da eira" mantinha-se.
Porque é que o cheiro a bebidas de canela ainda me dá náuseas? O chá até podia ser muito bom, apesar de achar que não ligasse nada com comida italiana. Mas só o breve contacto do meu nariz com os vapores a canela fizeram a minha memória gregoriar o nome de uma bebida. Goldstrike. Já foi há muitos anos mas acho que provei o suficiente até à quinta geração.
Porque é que há carros com sorte? Ou roupa, não interessa.
Porque é que um amigo meu assassinou vários caixotes de lixo na rua? Ele não é muito sociável, mas achei que não partisse para a violência...
Porque é que há bares que empregam ao balcão bombas loiras e com poderes de hipnotismo?
Porque é que trabalho sábado o dia inteiro e chego às 2 da manhã num farrapo que mal consegue abrir os olhos, tal é o sono que tenho? E hoje a questão foi: poque é que não bebi 3 cafés ou 2 redbull e fiquei como o resto da malta até às 7 da manhã?
Porque é que não aproveito ou crio oportunidades?
Se alguém souber a resposta a alguma destas questões, especialmente a da sangria, não deixe de me avisar

sexta-feira, janeiro 26, 2007

A conspiração da TV

Nas últimas semanas, entre mestrados, trabalho(s), encontros técnicos e empresa (ok, até nem tem dado muito que fazer mas é só para dramatizar um pouco), seria de esperar que quando me arrastasse para casa fosse directo para a caminha, para um sono reparador, certo? Errado! Apesar de ter tido aquele Domingo, em que devo ter sido picado por uma mosca tsé-tsé ou similar e dormi uma alarvidade de horas, a norma é ainda estar acordado (ou mais ou menos) por volta das 1h ou 2h da manhã. E perguntarão vocês, preocupados com a minha saude mental (confessem que ficaram assustados com o atentado ao patrão com a agulha...), "Porquê?" Pois bem, a culpa é de todos os canais de televisão, nacionais ou de cabo, que debitam quase de seguida estas séries todas e que fazem com que a altas horas da noite ainda esteja (semi-)acordado a tentar a grande custo seguir estoicamente os episódios.
Esta é uma das grandes questões da humanidade: "Porque é que só há televisão de jeito depois da 00h30?". Qual "haverá vida noutros planetas?", qual quê! Se Paul Gauguin tivesse vivido por esta altura de certeza que, atormentado por estas grandes incertezas, teria pintado um quadro intitulado "Em que canal? A que horas? A que dia? " em vez do conhecido "Quem somos? De onde vimos? Para onde vamos?". Pois, porque para ajuda à festa, os canais trocam-nos as voltas e andam sempre a mudar os horários e dias.
E digo mais: esta conspiração ultrapassa as esferas de emissão hertzina! Sim, porque no dia a seguir, para estar minimamente funcional, tenho que andar movido a cafeina. De certeza que os cafés fazem parte deste grande esquema sórdido. Começo a desconfiar da senhora do bar do instituto que já sabe o que eu tomo ao pequeno-almoço... um café e um croissant com queijo?

Eis os culpados:


Mas o Oscar vai mesmo para esta senhora... Reconhecem a doutora Cameron? Com médicas destas nem me importava de ter uma crise de gota todos os dias, só para ir às urgências...

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Sabemos que o dia está ganho quando...

... sem querer nos salta uma agulha (vá lá, era das cor de laranja) sob pressão das mãos que vai espetar-se na perna do patrão, sentado a 3 m de distância. Houve quem achasse pouco, se calhar queria que atirasse um ferro em brasa ferrugento e com esporos de tétano. Mas eu juro que foi sem querer! Ou será que foi um acto inconsciente e involuntário?
A propósito, há algum ponto de acupuntura especial por aqueles lados? tipo o "chefe do pâncreas" ou o "supra-renal 14 e 1/2"...

terça-feira, janeiro 23, 2007

Mais um fim de semana

Mais um fim de semana se passou, pródigo como sempre em acontecimentos:
  1. Trabalho sábado de manhã a estender-se demasiadas horas para além do expediente, seguido de um miserável almoço/lanche de uma sandocha e um sumol;
  2. Reuniões técnicas na ex-casa do Roberto Leal, com o meu ego a hipertrofiar perigosamente lá para o fim da tarde;
  3. A primeira reunião da irmandade da esteva-folha-limpa-panela sábado à noite para vermos o "Babel". Apesar de todos gostarem, acho que gostei um bocadinho mais que o resto da seita, mas gostos são gostos. A crítica cinéfila fica para outro dia.
  4. Uma apresentação sobre parasitas Domingo de manhã, que me pareceu fraquinha, especialmente quando passei ao slide da análise estatística... (qual análise?). Pormenor: era eu o orador e acho que a plateia foi um pouco condescendente comigo. Mas também não estava a falar de coisas tipo, introduzir um ou dois ursos nâ serra do Gerês;
  5. O cansaço acumulado nos últimos dias bateu fortemente Domingo à tarde, quando me deitei para dormir uma sesta, acordei para jantar, voltei a deitar-me e voltei a acordar à meia noite para vestir o pijama e voltar a dormir. Soube mesmo bem!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Argh!!

Neste momento em que escrevo estas linhas só me apetece arrancar o escalpo à princesa Maria amélia. Talvez o possa usar para fazer um casaco de chinchila... Com amigos destes quem precisa de inimigos??

P.S.: Para a próxima, convidem-me para andar de patins para o raio-que-o-parta e a seguir façam-me destas, que eu gosto. E já agora, quem quer fazer por mim a apresentação para amanhã? É que antevejo um serão grávido de problemas...

Magnetismo pessoal

Hoje devo ter acordado com um forte magnetismo pessoal, mas todo concentrado na cabeça. O que até é natural, dada a grande actividade sináptica e ideias geniais que circulam pelos meus neurónios...
A suspeita de tão bizarra situação surgiu logo de manhã cedo quando ia ver as verdadeiras pegas de Monsanto (a azul e a rabuda, o que é que pensaram??) e uma águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) me fez uma razia a 5 cm do escalpo. Para os que estiverem a pensar que eu estava dentro de uma gaiola, enganam-se! estava na rua e o atacante aéreo é um daqueles que anda agora a fazer parada nupcial na zona.
Recomposto da surpresa e sem deixar de comentar a "fixeza" da situação, seguiu-se uma forte cabeçada num armário e passadas umas 2 horas estava a cortar o cabelo. Isto tudo numa manhã. Nem imagino como será a tarde. Alguém tem um capacete para me emprestar?

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Anúncio oficial

Hoje ao almoço, entre bifes de perú recheados com elásticos e grandes esquemas de espionagem industrial, decretou-se que a irmandade da esteva-folha-limpa-panela vai ser reactivada, reunindo-se todas as 3ªs (ou 4ªs ou 5ªs) para idas ao cinema e demais programas lúdicos. Estão abertas as inscrições.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Fim de semana ribatejano

Ah... acaba de terminar mais um fim de semana e apesar, da fadiga (começo esta semana mais cansado que terminei a anterior) e das olheiras poderem dizer o contrário, a disposição é boa pois acabo de regressar de 36 horas daquelas. Se todos os fins de semana fossem assim... provavelmente já tinha ido parar ao hospital com um fígado de cortiça. Já diziam os Cake no seu primeiro albúm, a antever o meu destino se mantiver este nível de actividade:
"...Your liver pays dearly now for youthfull magic moments
but rocks on completely with some brand new components..."
Mas adiante, que há que fazer a crítica gastronómica (e não só).
Sábado: festa de aniversário tripla na "Tertúlia o Forcado" num fim do mundo chamado Omnias. Tinha estado o dia todo a trabalhar (sim, sou um dos desgraçados que trabalha ao Sábado) e cheguei com uma fome e sede de cão. Então vai de morfar morcelas, azeitonas e pão e emborcar médias até chegar a grelhada de carne mista. Os whiskys e licores manhosos, que supostamente seriam digestivos no final, serviram apenas para dar continuidade aos treinos em casa de um dos aniversariantes a derrubar mais médias. Ao longo da noite as beberagens etílicas revelaram uma das suas vantagens para a saúde, que é desinibir as pessoas e a conversa correu fluida até às 4 da matina, em que fiquei a conhecer um pouco melhor amigos já de longa data. Ao fim da noite tinhamos também já uma folha cheia de mulheres-insecto e outros invertebrados.
Domingo: ainda em Santarém, acordar às 13h (que já não fazia há séculos), almoçar com amigos e sem querer, pregar um susto de morte à filha de 2 anos e meio. Mas lá fizemos as pazes quando lhe dei um chocolate no café. Próxima paragem: Benavente, rever mais amigos. Lanche. Incauto, fui apanhado de surpresa e ainda estive a alombar com móveis para a casa nova. Com um grupo mais composto, jantar de petiscos (o primeiro do ano); Entre moelas óptimas, pica-pau, salada de polvo e buxo, apareceram umas coisas fritas que localmente chamadas de torresmos. Foi só depois de ter deglutido uma dessas coisas que percebi que tinha comido um bocado de mesentério com linfonodo (yuck!). Terminámos a noite em casa de uns deles, no meio do fumo e bebidas, a partilhar histórias irreais (soube que estive em riscos de levar com uma bengala na cabeça na antevéspera de Natal no pesadelo de compras do Colombo), reconstruir histórias de festas passadas e basicamente a debitar gargalhadas à força toda. Já eram quase 3 h quando cheguei a casa e hoje estou a pensar seriamente abrir os olhos com fita-cola e injectar directamente na veia 1 L de café, mas vale a pena o sofrimento.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Musicoteca 1993-1998

No outro dia estava a tirar o pó às cordas da guitarra para me iludir que toco alguma coisa, quando ao passar por uma música antiga de que já não me lembrava bem, decidi procurar a cassete (será que alguém se lembra do que é isto?) onde a tinha gravado para refrescar a memória auditiva. Toca de abrir caixas cheias de pó com dezenas das ditas e procurar o walkman e pilhas. Confesso que podia ir à net procurar a música em questão, mas na altura pareceu-me que a coisa mais lógica seria fazer à maneira antiga. Ao ouvir os primeiros momentos da canção as minhas sinapses fizeram qualquer associação a ligar o som a uma qualquer memória. A partir daí foi um passo começar a fazer outras associações entre músicas e lugares, pessoas ou acontecimentos e começar a compilar a banda sonora da minha vida. Confesso que para trás de 1993 não tenho presente estas associações e confesso também que me assustei com algumas destas músicas (as coisas que eu ouvia...). Também tenho alguma pena de não relacionar algumas músicas que gosto bastante a alguns momentos felizes e vice-versa e o mais certo é esta banda sonora ter uma série de falhas mas o filme começa assim:

Algures no secundário, 10º ano por aí era o que eu ouvia. Os R.E.M. foram a minha primeira banda preferida e o álbum "Automatic for the people", foi na altura qualquer coisa para mim. Não me faz lembrar nenhum momento em particular, provavelmente foi a música de fundo para muitas coisas que se passaram na altura.






No final do 10º ano, naquele limite entre aulas e férias e com a confusão das primeiras provas globais, lembro-me de "Mr Jones" passar na rádio e ter cá ficado. Uns anos mais tarde voltei a ouvir a mesma música numa passagem de ano que me marcou e tocada por um amigo. Quando voltei a casa tinha comprado o albúm.



Banda sonora da visita de estudo a Londres no 11º ano. Muito mais negro e caótico que o album anterior, "Monster" lembra-me as primeiras bebedeiras, sessões espíritas e outras palermices e das primeiras vezes que me vi longe de casa e achar que tinha a vida toda pela frente.






Ok, pronto, confesso que ouvia isto quando tinha 16 anos (a insensatez da juventude...) mas que podia eu fazer? Estava em toda a parte, por isso é natural que muitos momentos engraçados na altura tenham como música de fundo este albúm.



Pronto, mais uma pérola musical da qual não me orgulho, mas o albúm "Throwing copper" foi dos primeiros cd's que comprei, após regressar da primeira passagem de ano fora de casa com os amigos do secundário.





E como não há duas sem três, aqui fica mais uma pérola (negra) da qual não me orgulho muito de ter (mesmo sendo gravada em cassete), mas reparem, era o que estava a ouvir quando chegava ao Gerês e toda aquela explosão de verde, com a luz a passar entre a folhagem ao longo da estrada marcou. Foi a minha primeira de muitas visitas à região, naquela que foi uma visita de estudo mítica no 12º . Lembro-me que foi, em muitos aspectos, um divisor de águas e que depois de voltar, ficou sempre na memória todos os pormenores da viagem.

Após uma saída à noite no mítico e saudoso Rockline, após míticos acontecimentos, durante o não menos mítico 12º ano, cheguei a casa com uma cassete com o albúm gravado e pus-me a ouvir madrugada fora.






Este albúm e esta banda tinham que estar aqui. Apesar de não ser O albúm (esse foi o "Siamese Dream"), este foi o primeiro de muitos (todos) os que ouvi de Smashing Pumpkins, por isso é natural que durante as inúmeras peripécias dos 17 anos esta fosse uma banda sonora mais ou menos omnipresente. Escolho "Bodies" e "33".




"She hangs brightly" dos estintos Mazzy Star foi ouvido pela primeira vez numa festa depois dos exames de admissão à universidade concluídos e foi uma parte importante da banda sonora desse longo e espetacular Verão.




Os R.E.M. fecham curiosamente um ciclo da minha vida que adorei, que foi o secundário. O álbum "New Adventures in Hi-fi" saiu em Setembro, quando soube que tinha entrado para a universidade e gastava os últimos cartuchos das férias grandes. Coincidiu com as primeiras chuvas, com umas férias inesquecíveis em Moledo e metaforicamente falando, com o fim do Verão e início do Outono.



E começou o ciclo de música "sad-core"; os Tindersticks marcaram o Outono de 1996 e as primeiras aulas na faculdade.










No Natal de 1996 saiu o 3º e último álbum de Mazzy Star e lembra-me sempre a notícia de que ia mudar de casa para fora de Lisboa. Músicas como "Look on down from the bridge" faziam todo o sentido na altura.








No fim desse ano sai também "No Code" de Pearl Jam e apesar de já os ouvir há algum tempo, calhou ouvir o albúm na passagem de ano 1996-97, daí lembrá-lo com algum saudosismo, especialmente músicas com "Off he goes".






1997 seguiu sem grandes surpresas musicais e o estado de apatia devido à mudança de casa foi quebrado no Outono desse ano quando fui a primeira vez a Santarém, cheguei à conclusão que estava a tirar o curso certo, que tinha feitos muitos e bons amigos na faculdade e serviu um bocado para fazer as pazes comigo próprio. "Too many days without thinking" de Swell não deixa de ser outro dos meus pilares do "sad-core".

O ponto máximo do desterro de Tercena, uma ilha dos Açores para algumas pessoas, foi no Outono de 1997 quando saiu um albúm novo de Tindersticks e fui vê-los ao Coliseu sozinho. O concerto foi avassalador e na altura, pareceu-me que estava a ser tocado para mim. A viagem para casa, sozinho no último comboio, era perfeitamente coerente com o que tinha ouvido. Por esta altura


Primavera de 1998. As longas viagens de camioneta para casa. Umas férias da Páscoa em Vila Nova de Milfontes. Ainda no ciclo "sad-core"


terça-feira, janeiro 09, 2007

Resoluções de Ano Novo

Os primeiros dias do ano não foram dos melhores, passados a curar uma gripalhada e parcialmente a trabalhar. Entre espirros, tosses e anti-inflamatórios lembrei-me desse odioso tema que são as resoluções de ano novo. Era só passar os olhos pela blogosfera e pela atmosfera planetária em geral para constatar que o acto de mudar um número no calendário leva as pessoas a pensar em fazer palermices. Quantos terão decidido começar a fazer dieta ou a ir ao ginásio queimar as banhas para quando chegarem a Março estarem a tentar esquecer estas decisões à força de ovos de chocolate? Quantos terão decidido serem mais pontuais/generosos/organizados/bonzinhos/mauzinhos/cortar o cabelo/viajar/ir à lua/etc. para passadas umas semanas terem esquecido por completo estas resoluções ou sentirem-se frustrados por não conseguirem alcançar metas ilusórias?
Confesso que eu não escapei ileso (deve ter sido por causa do vírus da gripe) e não pude deixar de pensar nestas coisas. E como sou lambão, pensei logo numa lista de coisas a fazer. Por isso, e a jeito de promessa pública, aqui ficam escarrapachadas as Minhas Resoluções de Ano Novo.
Aconselho só a, por volta de Março, não me virem melgar com perguntas "Ah e tal, já fizeste aquilo ou aqueloutro?..."
#1: Procurar estabilidade profissional/financeira. O que passa necessariamente por levar certas corujas a fazerem vôos mais altos... independentemente desses vôos tentar fazer o que gosto dentro dessas áreas de trabalho (ver e tratar de pitos e lagartixas).
#2: Viajar. Dentro e fora de Portugal. Conhecer novas paragens e rever sítios conhecidos. Se possível, sempre na companhia das pessoas que gosto. Senão, viajar sozinho também já não me apoquenta tanto como há uns anos atrás. Bem vistas as coisas, algumas viajens feitas só com a minha pessoa como companhia foram marcantes pela positiva. Este ponto depende directamente do anterior, pois... haja dinheiro! Outra desculpa para viajar é a da formação profissional. A oferta de cursos e estágios é vasta e, até agora, já surgiu o convite de revisitar os states.
#3: Desenhar. Muito. Peixes. Rebenta-camas. Super-heróis. Rabiscos. Para isso ia precisar de tempo (novamente a necessidade do dia de 48 horas) e de auto-financiamento. Pois, porque o papel e os pinceis não nascem nas árvore!
#4: Não fazer dieta. Porque é que me devo constrangir de fazer uma coisa que me dá prazer, como comer? Para mais, todas estas incursões gastronómicas são sempre na companhia de amigos e sempre uma boa desculpa para conviver. Que se lixe! Já sei que vou pagar a factura mais tarde; quando for velhinho já sei que vou ter algumas articulações roídas pelo ácido úrico mas que a articulação do maxilar vai funcionar na perfeição de tanto rir à custa destes momentos. De resto, espero que nessa altura a engenharia genética já nos permita clonar fígados em série. Nunca se sabe... Mas pronto, ainda posso pensar em voltar a nadar ou qualquer coisa que não me dê muito trabalho.
#5: Música. 2006 foi muito pobre em termos musicais: pouca música ouvida, ainda menos tocada e apenas um ou outro concerto. Espero inverter esta escala musical e que ao longo do ano vá subindo de tom.
#6: podia dizer daquelas coisas "que acabe a fome no mundo", "que acabe a desflorestação" ou "desejo a paz mundial", mas isto não é nenhum concurso de misses e sei que a maioria destas coisas transcendem-me completamente. Espero contudo aplicar aquele conceito, think globally- act locally. Assim, seria mais correcto dizer: "que haja sempre muitos almoços e jantares com amigos, por tudo ou por nada", "que o grão de areia, que é o meu trabalho, possa ajudar a preservar o ambiente que me rodeia" ou "que haja, na medida do possível, paz entre as pessoas de que gosto". Aceitam-se todas as participações para me ajudar a cumprir o tópico #6.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Instantâneos da passagem de ano

A meia noite de dia 31 de Dezembro é só uma desculpa para uns dias antes e depois se poder combinar um programa com amigos e este ano não foi excepção. Mantendo a tradição há algum tempo para cá de os reveillon serem passados numa área protegida, rumamos para o Parque Natural da Serra da Arrábida no passado dia 30. Seguem-se então os momentos mais marcantes dos vários dias de festa:
dia 29: jantar de sócios (fixes, claro) na casa da Peninha. Se o caminho já era assustador, nessa noite estava completamente blairwitchiano, com paredes de nevoeiro. As únicas vítimas foram multidões de Salamandra salamandra gallaica que foram posteriormente raspadas com uma espátula dos pneus. Chegámos à conclusão que é difícil cozinhar sem fósforos. Momento de paragem cardíaca (viajava no quase lugar do morto) quando vi o carro ir em frente e a estrada para a direita. Medo, muito medo.
As toneladas de comida. Arroz de marisco. Patés. Picanha. Carbonara. Doces. Queijo da serra. Tostas mistas. Tudo excelente. A única dúvida foi o estranho sabor salmonélico da carbonara. Mas como as natas eram de soja, achámos que era normal e como lindos meninos que somos, comemos tudo.
Os litros de álcool. Assustador. Estarei a ficar imune aos efeitos etílicos? Transformados em esponjas humanas, bebemos. Bebemos. Bebemos. Caipirinha ao jarro. Sangria ao alguidar. Shots (fase de decadência) de vodka com laranja, limão, martini e baba de camelo. Tudo normal. No dia seguinte, onde está a ressaca???
As palermices dos costume. Luta de limas. Colheres voadoras. Guerra de shots de champanhe. A bela da lingerie como prenda de aniversário. Uvas com pimenta. Caipirinha com pimenta. Muito "na na na", "la la la" e "tri tri tri". Só não nos deixaram disparar rolhas de champanhe a arder...
De resto, a festa. O convívio. Os amigos. O tempo bem passado. Estou a esquecer-me de alguma coisa?

2006 revisitado

Apesar do lugar-comum no início deste novo ano, apetece-me passear pelos meses de 2006 e rever alguns dos acontecimentos mais marcantes na minha vidinha. Provavelmente vou-me esquecer de alguns e outros devem estar cronologicamente trocados, mas acaba por ser a melhor aproximação que posso fazer ao ano que terminou há alguns dias.
Janeiro: Início do ano em Portimão no evento que ficou conhecido como "passagem de ano dos encalhados". Fondue inesquecível. Neva em Lisboa. Início do mestrado. 2º empréstimo do banco. Regresso à faculdade para dar umas aulas. 3ª de bowling. Algumas festas e aniversários.
Fevereiro: Início do mês com sequência de aniversários. Primeiros atritos com o patronato. Ultimato. Serões de jogatana. 2ª crise de gota. Amaldiçoo o ácido úrico. Termino curso de ilustração científica. Dúvidas sobre escolhas profissionais.
Março: Sinto a vida puxar-me o tapete debaixo dos pés quando morre uma amiga. Funeral. Apanho os pedaços e sigo em frente. Apresentações no congresso da SPEA. Novas espécies. Mais atritos com o patronato. Estou a um passo de estoirar. Ou de estoirar alguém.
Abril: Constituição da Empresa. Curso na Malcata. Rever amigos. Conhecer outros. Jantares. Mais um curso de formação dado. Discussões laborais. Novo ultimato.
Maio: Festas e aniversários non stop. Férias no Norte. Gerês. Montesinho. Douro. Descanso. Início de actividade da Empresa. Obras no local de trabalho. Casamento de amigos no Ribatejo.
Junho: mais festas. Falho os Santos Populares. Semana de anilhagem. Gerês. 2 artigos aceites para publicação. Início do trabalho de tese. Início de atrasos de pagamentos. Inesquecível café no Chapitô.
Julho: Casamento de uma amiga. Nascimento do primeiro filho de outra. Batem-me no carro. Saídas e petiscos. Inesquecível performance japonesa na galeria zdb? Chego à conclusão que há relações que não voltam atrás.
Agosto: Aniversários pai e irmã. Dias de canoagem sabem-me a pouco. Atravesso o país em chamas.
Setembro: Praia na Comporta. Mosquitos nucleares. Início das saídas de campo regulares. Artigos publicados. 1º projecto em grande da Empresa. Aniversário.
Outubro: Semana no Gerês. Lobos. Frio. Grandes jantares. Mais um curso de formação dado. Início do trabalho no Instituto.
Novembro: Cansaço. Jantares. Gift no casino Estoril. Férias em São Tomé. Descanso. Estala todo o verniz no local de trabalho. Quero sair.
Dezembro: Dias em Sintra-Cascais. Rever amigos. Conhecer outros. Nascimento de filhos de amigos. Livro com primeiras ilustrações publicado. Cirurgia da minha avó. 2 semanas alucinantes de jantares e festas. Decido não arriscar amores de longa distância.
Findo o ano posso dizer que não foi bom, nem mau. Teve coisas memoráveis. Pela positiva. Pela negativa. Apesar de tentar aplicar o lema escolhido no início de ano "Tou nem aí", acho que foi mais "quanto mais as coisas mudam, mais ficam na mesma".
Não quero criar expectativas para 2007 mas gostava de ver a minha situação profissional melhorada. Com novo emprego e novo (maior) rendimento. Viajar (tantos destinos e tão pouco tempo... e t€mpo). Sair de casa. Terminar a tese. Estabilizar. Que a família e amigos sejam felizes, pois a minha felicidade depende em larga medida da deles. Não perder mais amigos de formas incompreensíveis. Ter calma e sabedoria para resolver as coisas. Simples, não?