domingo, junho 29, 2008

Instantâneos no Zoo

Hoje foi dia de mais uma saída dos Morcegos e após 10 horas passadas no Zoo de Lisboa estes foram alguns dos 18 esboços produzidos:
Oryx gazella, grafite e marcador preto aguarelável
Artocephalus spp., grafite

Aceros plicatus, aguarela


Bycanistes buccinator, grafite



Pauxi pauxi, grafite e lápis de cor

Podiamos ficar por aqui com estes instantâneos da visita mas houve outros muito mais interessantes que, infelizmente, não dão para desenhar:

  1. A visita relâmpago à papelaria Fernandes do Colombo para comprar um caderno de campo novo. Um pouco a medo, já que os senhores raramente têm as coisas que preciso. Acabei por ficar infinitamente aquém dos meus objectivos megalómanos, que eram preencher o caderno inteiro. Com 18 bonecos fiquei-me por um terço das páginas...;
  2. Uma certa pergunta repetida até à exaustão durante o dia inteiro;
  3. A quantidade de baboseiras ouvidas durante o show dos répteis;
  4. Abanar árvores de frutos exóticos para estes caírem em cima das pessoas;
  5. O almoço mais desenxabido dos últimos tempos;
  6. O terror de andar pendurado no teleférico acentuado por alguém umas cabinas à frente que não parava de abanar a geringonça toda;
  7. A quantidade de coisas que caíram dentro dos recintos dos animais, desde desenhos a óculos de sol, tendo estes últimos voado até ao sítio dos "Bambis" (o revirar de olhos e os "veados" sibilados por mim foram perfeitamente inocentes);
  8. Não chegar a tempo de impedir uma pessoa de beber água de uma garrafa lambida por um esquilo.
Ao fim do dia, cansado mas muito satisfeito. Só que para a próxima levo mesmo a zarabatana e os dardos.

sábado, junho 28, 2008

Por fim, abrandar

Neste último mês acho que andei mesmo a testar os limites - não só os meus mas os de algumas pessoas que me rodeiam - e, apesar de ainda achar que consigo alcançar o Santo António, agora vai saber bem parar um pouco.
Esta última semana passou-se entre trabalho, pequenas escapadelas à beira-rio que sabem sempre a pouco, uma excelente introdução à gravura na Associação Água-Forte (e um grande bem-haja à Fátima por ter tido a paciência para nos aturar uma tarde inteira), o regresso a Elvas ou, se calhar mais correctamente a descida ao inferno de 5000º C à sombra (só aplacado ao fim de um longo e cansativo dia de trabalho campesino com umas rodadas de mines), a última aula de IC antes das férias e mais uma noite em claro a fazer powerpoints para uma palestra dada hoje de manhã.
Poder-se-ia dizer que não aprendi nada com o último mês mas não é verdade. Aprendi que, por mais que tente organizar-me, a minha gestão (ou seja lá o que se possa chamar) do tempo é mesmo assim e que, apesar das facadas nas horas de sono, consigo ir estando um pouco com toda a gente e em quase todos os sítios. A amizade e outros sentimentos prestam-se a estes sacrifícios.
Às vezes acho que tenho um coração tão grande mas tão grande que devo ter uma bruta cardiomiopatia dilatada.
Nota: a saída no zoo, as capturas de limícolas e as vampiragens a corujas e pernilongos já marcadas para esta semana, entre outros programas mirambolantes que entretanto surjam, atestam que não aprendi mesmo nada nas últimas semanas. Ou será mesmo assim?

segunda-feira, junho 23, 2008

Globetrotter #6 - Lagoa de Albufeira

Já a abrandar o passo e depois do primeiro jantar de sardinha assada do ano, onde me apercebi que nunca mais me livro da fama de comilão (obrigado Joana...), acordar às horas do costume para dar um pouco mais ao alicate. Depois de uma manhã recheada de cromos, sem motas, o primeiro Dendrocopus, almoço no Mequinhus, tarde na praia e caracolada ao fim do dia que mais se pode querer? A companhia que se teve, evidente ;)

Globetrotter #5 - Coimbra

Depois de um dia e meio em Lisboa, ala para Coimbra para mais um curso de formação de vampiros. Uma garrafa de tinto Palhacanas para mostrar às gentes do Norte as coisas boas que se fazem pelo Sul e a exaustão para as cordas vocais das horas de paleio no Choupal de Coimbra.

Globetrotter #4 - Elvas

Chegar do Gerês e 2 horas depois partir para Elvas para trabalho de campo. Mudança total e completa de paisagem, pensar como é bom ser pago para passear e ver passarinhos e criar danos psicológicos graves aos meus sócios que ficaram a precisar de urgentemente de terapia do sono.

Globetrotter #3 - Gerês

Devo estar mesmo a perder qualidades porque depois de despedir-me dos Morcegos e deixar Peniche para trás tive mesmo de parar para dormir a meio da viagem para o Gerês. Fraquinho... Mais uns dias de anilhagem, na companhia do pessoal do costume, excepto algumas ausências de nota, desta vez sem uma única refeição de massa, as mesmas paisagens deslumbrantes, o escritório com melhor vista, lobos, cabras, noitibós, pica-paus, uma passagem por Braga e um reencontro, a travessia de serra até à Vila do Gerês e o regresso chuvoso a Lisboa.

Globetrotter #2 - Berlengas

Ao chegar a Portugal vindo das américas ainda tentei convencer o piloto do avião a deixar-me saltar de para-quedas para as ditas ilhas (o cenário impossível de verem-me a saltar de para-quedas de onde quer que seja só serve para acentuar o dramatismo) mas os senhores não me deixaram e apertaram-me o cinto do assento. Portanto tive mesmo que apanhar o barco no dia a seguir e reunir-me ao resto dos Morcegos.

Paisagens deslumbrantes, gaivotas até enjoar, algumas cagarras e de noite, uns roquinhos a chamar lá ao longe a boa disposição que já é costume. Deu para produzir algum material e ficou a ideia de lá voltar novamente para ver as ilhas de outra perspectiva.

Globetrotter #1 - Califórnia


Como já devem ter percebido, dei um saltinho à Califórnia para participar num congresso de bird-nerds. Foi oportunidade de rever amigos, conhecer uns quantos cromos (obviamente que toda a população americana é croma per se mas vamos considerar que o termo cromo é aqui aplicado como um elogio), assistir a cenas perfeitamente surreais (devo referir a título de exemplo, as palestras em que os palestrantes cantavam e os alás ao fish-man god), tantas que davam um blog só por si e botar faladura no último dia de congresso, quando o pessoal queria era encher a mula.

Os dias seguintes foram passados a passear por Los Angeles e arredores, que deixaram dividido entre o piroso e o medonho, continuando o espírito geek e a visitar sítios como o zoo de LA, o Aquarium of the Pacific, outro aquário de que não me lembro do nome, o IBRRC, museus de história natural, La Brea, quase sempre com a possibilidade de visitar os bastidores (aqui fui adepto incondicional da cunha) sem pagar um tusto e alimentar os poucos neurónios que sobram.

Acabei inevitavelmente por fazer de turista mais convencional e passar por sítios como Long Beach, Orange County, Rodeo Drive, Beverly Hills, Hollywood e comprovar que afinal, existem mesmo mas que se calhar as dezenas de sem-abrigo e cenas que ultrapassam o limite do bom gosto fazem um pouco de contraste com a imagem que temos de alguns desses locais.
Outra parte boa foi rir-me, gargalhar por dentro com os cromos dos americanos e, por vezes, confesso, gozar um bocadinho com as situações. Pronto, um bocado.
Fica tanta coisa por falar, a cirurgia ao computador, as conversas de spanglish, a Borrelia que trouxe, sessões estonteantes de birdwatching, rinocerontes sem chifres, frascos com larvas de mosca, hordas de criancinhas infernais, peixes instantâneos e tanto, que se quiserem saber alguma coisa, perguntem!

I'm back!

Sosseguem corações desalentados, ao fim de quase um mês de silêncio bloguístico, e de uma tourné intercontinental estou de regresso... pelo menos até à próxima viagem. Se por vezes, com pequenas aventuras de um dia já é difícil comprimir todas as histórias, é praticamente impossível fazê-lo quando as viagens de sucederam a um ritmo estontante. Para mais, houve uma outra viagem que começou na mesma altura e que foi transversal a todas as outras. Mas há que manter uma aura de mistério para manter o público interessado. E, bem vistas as coisas, vocês querem é mesmo saber é dos momentos non-sense, das palermices e apreciações gastro-científicas ilustradas não é mesmo?

terça-feira, junho 03, 2008

Ainda estou vivo!

Aproveito este intervalo para informar que estou bem e de saude, quica com mais um quilo, mais sabio, com o cabo do computador cortado, sem pasta de dentes, umas trezentas fotos, muitos cromos na caderneta (uns americanos, outros com penas), incluindo um Gymnogyps californianus e muitas historias para contar quando regressar. Por isso, vao ter de me ouvir por muitas e longas horas quando regressar.
P.S. So gostava mesmo que os PCs por aqui tivessem acentos. enfim...