sexta-feira, agosto 18, 2006

Ainda sobre música...

Para que nenhum dos meus caros leitores imaginários (ainda não descobri como é que se põe na página um daqueles contadores de visitantes- pareço eu no laboratório do meu mui amado local de trabalho a contar leucócitos de algum passaralho) pense que, na sequência do meu último surumbático post tivesse cortado os pulsos com lâmina de bisturi nº 15 ou que tivesse emborcado o resto da sinistra garrafa de halotano que repousa no frigorífico, engana-se!
É verdade que a minha colecção de cd's não tem exemplares de pop-rock-pastilha-elástica-às-bolinhas-e-aos-saltinhos-eia!-eia! Também é verdade que, muitas vezes, alimento sentimentos de auto-comiseração com Lá menores. Mas outras vezes há em que alguns álbuns ou músicas levam-me ao desvario e euforia... um pequeno senão é que 99,9 % da música que ouço é no carro, em deslocações entre os meus inúmeros locais de trabalho, e começo a notar que as descargas eléctricas do meu par de neurónios no buraco negro a que chamo "o meu cérebro" produzem ao som de determinados acordes depois se reflectem no estilo de condução.
Aposto que ficam muito mais descansados a saber que há mais um louco na estrada. Pelo menos, quando vai a ouvir o último álbum dos Franz Ferdinand! Por isso, mais que abrir os olhos na estrada, é apurar esses tímpanos. Sim, porque música que é música ouve-se no limite do que decibelmente tolerável.

quinta-feira, agosto 17, 2006

No outro dia na Fnac, encontrei um livro que se chamava mais ou menos "I hate myself and to die- the 52 more depressing songs". Não era nada de especial e a maioria das músicas nem sequer conhecia, mas mesmo assim lembrou-me que a minha musicoteca já tem sido apelidada de "Noboy loves me", parafraseando Beth Gibbons.
É verdade que é um tema musical recorrente e particularmente atractivo. Não a depressão, mas a melancolia que transborda de alguns destes albúns e as associações que vou fazendo entre determinadas músicas e alguns momentos da minha vida. Algures deve-se estabelcer um ciclo vicioso, em que a música alimenta estados de neura e em que, esses estados de neura vão encontrar tradução noutras músicas. No fundo, é extremamente reconfortante, a perda e a melancolia que daí advém acaba por ser a única garantia que temos. Mesmo músicas mais alegres ou associadas a momentos felizes estão inequivocamente ligadas a sentimentos de nostalgia, porque os bons dias já lá vão...
Eis então a minha lista de alguns dos meus 5 albuns mais deficientes em serotonina...
1. Anthony and the Johnson's "I am a Bird Now"
2. Tindersticks "Curtains"
3. Spain "The blue Moods of Spain"
4. Aimee Man "Magnolia OST"
5. Badly Drawn Boy "The Hour of Bewilderbeast"

Introdução

Esta é a minha estreia na blogosfera. Nos últimos dias andei a percorrer os blogs de alguns amigos e conhecidos; encontrei muitas coisas desconcertantes, muito exercício terapêutico e algumas verdadeiras pérolas. Julgo não ter muito jeito para a escrita mas também não estou à espera que tenha muitos leitores a seguir estes textos. Como a única coisa que acho que escrevi (à parte de alguns pequenos artigos científicos) foram cadernos de campo e diários de viagem, decidi e actualizar-me e construir um guia de campo online do meu dia-a-dia.
A escrita destas frases soltas não é premeditada; o que sai no momento sai, sem cosmética linguística ou figuras de estilo elaboradas.
Como disse, este guia de campo é do mais abrangente possível, compreendendo espécies terrenas, alienígenas ou incorpóreas dos mais variados reinos, que se vão cruzando comigo nas minhas actividades profissionais, pessoais e lúdicas. Não há coerência nem sequência taxonómica e provavelmente vão surgir aqui os temas mais díspares ou contraditórios, mas é só um reflexo de mim mesmo.