sábado, janeiro 31, 2009

Já chega!

Há anos que não me lembro de um Inverno assim, interminável, e nem falo do frio, que com mais uns 2 ou 13 polares até se vai tolerando, mas da chuva. Eu sei que a chuva assim e o ciclo da água assado, e que sem chuva, no Verão se faz canoagem em seco - alguém para os lados do Ribatejo registou a indirecta? - mais a agricultura e as plantinhas que depois ficam cheias de sede e mirram e o camandro.
Mas já estou cansado de sair de casa com blusões e gabardines, de perder guarda-chuvas e quando me esqueço deles, apanhar uma molha, de andar com os pés molhados, de as coisas não secarem devidamente, de conduzir à chuva e, como se não bastasse a água que cai dos céus, ainda levar com tsunamis de água das poças quando um cabrão qualquer passa de carro, como aconteceu ontem.
É que assim não dá para passear sem ser de fato de mergulho, desenhar sem ser em poliéster, as únicas redes que dá para montar são de pesca e os peixes não têm patas para pôr anilhas, os binóculos, apesar de serem à prova de água, só deixam ver um céu cinzento em que a única coisa que passa são aguaceiros e a máquina fotográfica não é impermeável.
Por isso, antes que me comecem a crescer guelras e membranas interdigitais entre os dedos - o que até teria o seu grau de fixeza, mas acho que sou mais montês que marinho - vamos lá fechar as torneiras e poupar água.
Eu sei que já não me queixava há algum tempo nem largava aqui as glândulas de veneno, como algumas pessoas gostam de lembrar, mas com tanta água o veneno sai mesmo diluído. E é certo que no Verão não me vão ouvir falar mal do calor.
Ah! Mas não há alterações climáticas...

sexta-feira, janeiro 30, 2009

menos uns minutos de vida

Os breves momentos de angústia de uns são cabelos brancos para o resto da vida para mim. Ou veias na testa que explodem. Ora como reacção a barbaridades várias e atropelos à biologia, ora para conter gargalhas - e alguns devem fazer ideia do esforço que isto é para mim - ante visões e/ou audições inenarráveis.
Pronto, está bem, eu refiro só algumas. Desde piolhos com 2 patas, passando por protozoários com aparelho digestivo. Na maratona de 10 horas - no fim de contas, nem custou assim tanto - houve espaço para tudo um pouco. A maioria destas tiradas faz-me apenas revirar os olhos mas algumas deixam-me um pouco apreensivo com o futuro.
Mas nada como jantar chamuças às dúzias, arroz de pato do mocho e sushi para esquecer um pouco estes pormenores.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Os 3 F's da ilustração

O ano passado, quando estive no Douro em Novembro, acho que atingi um novo patamar da iluminação desenhadeira, depois de ter estado um dia a desenhar em S. João das Arribas com 2º C, à chuva (aqui estou a exagerar, estávamos todos debaixo de um telheiro de colmo), nutrido apenas por um panado e um copo de vinho. Descobri então os 3 F's do desenho de campo que, quando conjugados, permitem entrar num registo meio zen e fazer muita coisa. Este fim de semana em Mértola voltei a alcançar o nirvana. São então estes os 3 elementos:
Frio
As temperaturas baixas, próximas do ponto de congelação levam a movimentos frenéticos dos dedos e mãos e a uma produção, quase epilética, de bonecos.
Fome
Sábado: 1 croissant + 3 bolachas; Domingo: 2 sandes mistas. É verdade que depois desforrava-me alarvemente no jantar mas há ali um momento em que o centro nervoso da fome é simplesmente desligado.
Fadiga
Um total de 7 horas de sono no fim de semana deve alterar ligeiramente os neurotransmissores e dá uma inspiração tremenda para o desenho (tipo, se adormecer caio com a cara em cima das aguarelas ou espeto um pincel num olho).
A conclusão final é que, aqpesar dos inegáveis benefícios desta prática - produção artística, perda de peso, etc. - o seu uso frequente pode levar a sérios danos, físicos e mentais. Mas com treino...

Regresso a Mértola

Foi uma breve incursão a Mértola, 2 dias apenas para ver abetardas, dar muitas voltas e passeios de carro (e matar saudades do QI), rever algumas pessoas, conhecer a Amendoeira da Serra e quase... quase encher um caderno de campo. Ficam aqui alguns instantâneos do fim de semana.
Pulo do Lobo. Vista para montante. Grafite e aguarela. Desta vez, desenhado noutro registo e de outro local, que o pontão onde deixei cair um pincel o ano passado está a rachar.

Estudo rápido de medronheiro. Marcador preto e aguada de tinta da china. Exercício de 10 minutos.


Estudo de Poupa (Upupa epops). Grafite. Domingo de manhã foi reservado para um mini-safari desenhadeiro. Foram feitos vários esboços rápidos com binóculos de algumas espécies de avifauna.
Estudo de Abibe (Vanellus vanellus). Aguarela. Depois de feitos os esboços a grafite, foram feitos outros com cor, ligeiramente mais elaborados. Esta era uma das espécies que queria retratar, sobretudo pelo desafio que é representar a plumagem iridiscente. Mas até dá para perceber o que é, certo?

sábado, janeiro 24, 2009

Sketchbook #26456

Esboços para a família Corytophanidae: crânio de Basiliscus plumifrons; Corytophanes cristatus , Basiliscus plumifrons e Laemanctus longipes.


O que é que uma família de Iguanídeos neotropical pode ter a ver com Aveiro? Ora, tudo! Pelo menos, no meu projecto para o curso avançado de ilustração, tem. Não percam as cenas dos próximos capítulos... e do próximo caderno de campo, que com esta página acabou-se mais um.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Aleluia!

Podem fazer soar as trombetas e entoar hinos de alegria pois ao fim de exactamente 21 longos e penosos dias, recuperei o meu QI - não exactamente esse em que estão a pensar, pois apesar do meu extraordinariamente elevado e brilhante Quociente de Inteligência, é certo e sabido que os neurónios vão sumindo a cada dia que passa.
Falo do meu carro, finalmente retornado da oficina, sobrevivente a semanas de burocracia e peritagens e centenas (vá, dezenas) de minutos ao telefone para a seguradora, queixando, rogando, ameaçando, para que o processo de reparação fosse mais célere.
Após ter-me finalmente livrado do carro de gaja telecomandado com que andei nas últimas semanas (quando pensarem em mudar de carro evitem o C1), pude finalmente reencontrar o meu velho amigo - e, sim, eu SEI que nós, homens, temos por vezes relações um pouco patológicas com os veículos motorizados.
Após matar saudades, enquanto carregava em todos os botões e acariciava ternamente o volante, achei que a melhor maneira de celebrar a saúde automóvel era rumar ao Sul, para um fim de semana de desenhos, natureza e gastronomia. Por isso, de regresso a Mértola!

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Guia de campo cultural

Janeiro parece ser o mês de todas as exposições. Umas que começam e outras que acabam - ontem desmontou-se a exposição dos alunos do curso de ilustração científica do IAO por isso, quem foi, foi; quem não foi, tivesse ido. Engª Saramuga e Mr. Titi, ficarão eternamente no meu coraçãozinho por terem ido a esse mega-evento científico-cultural. Os outros, venham cá pedir bonecos sem me passar a mão pelo ego, que vão ver...
Hoje, inauguração do mestre e ainda vão a tempo de ver outras duas, uma de fotografia e outra de pintura, todas de amigos. Por isso, ide! Ide!




quarta-feira, janeiro 21, 2009

Começaram os jogos!

Se nas próximas semanas andar mais bem disposto é porque, se por um lado, as horas de trabalho diminuiram, por outro, as restantes são muito mais divertidas. Vão ser 2 meses ricos em pérolas como as análises crocológicas, choradeiras e muitas, muitas gargalhadas (minhas, evidentemente).

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Qual é coisa, qual é ela...

Ontem quebrei uma jura de muitos anos e vi uma espécie nova só que num contexto profissional. Mas, pelos amigos, faço tudo - Sócio e JP estou a pensar seriamente numa retribuição à altura - e ainda saquei algumas fotos, apesar de não ser caso para o prémio Nobel da inconsciência. Dito isto, quem adivinha o que é?
PS: apesar de rumores lançados ontem, todos os intervenientes na história continuam vivos e com os dedos todos. Portanto, ainda consigo fazer piretes e mandar-vos para um sítio quando me voltarem a arranjar petiscos destes.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Ai que eu sou uma pessoa doente...

Ontem, quase que dava para estrelar um ovo na minha testa ou ferver água para fazer chá, tal era a fervura (o que sugere que mais alguns neurónios terão ido à vida) ou aproveitar para transformar leite em mateiga ou fazer batidos de morango tal era o grau de tremores que me percorriam o corpo. Mas como queixar é no hospital e geralmente volto de lá mais doente do que quando entro, deixei-me ficar.
A muito custo e após muita canja, aspegics e nimeds ao ponto de tornar a parede do estômago num lindo rendilhado, lá consegui restabelecer minimamente as funções.
Isto porque fui invadido por uma série de coisos daqueles, vírus da gripe que não tinham mais nada para fazer. Enquanto recupero passo mentalmente na lista de suspeitos. Quem terá sido o infame que me passou esta porcaria? O pior é que há sempre a possibilidade de esta ser uma gripe dos pitos. Pelo menos, faz alguma estimulação antigénica e sempre aparecia nas notícias como primeiro caso de gripe aviária em Portugal.
Enquanto isso não acontece, vai mais um nimed e umas pastilhas para a garganta. Só não me chateiem muito nos próximos dias porque além de Dr. Veneno sou agora também Dr. Virose.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

O melhor de 2 mundos

Fins de semana como este que ontem terminou, perfeitos hinos ao hedonismo, deviam ser obrigatórios. Se bem que não se começa a semana propriamente com aquela frescura (mas também é segunda-feira, ninguém liga).
A começar na sexta com o jantar de aniversário do Caloiro, sobrevivendo à sessão no Samouco, em que para além da Recurvirostra avosetta, só faltou apanhar neve, passando pelo jantar oficial de regresso da Pintinhas em terras lusas, terminando numa mega-noite de borga na disco em que a música mais rodada foi o novo hit "Professô mi levá pegá ais bichias", repetido até à exaustão. Melhor mesmo, só a Maria Amélia em grande forma, a passar em quase todos os vermelhos da cidade.
Exaustão foi também a palavra de ordem no Domingo, em que só deu para beber dois cafés.
Próximo!

sexta-feira, janeiro 09, 2009

2008 revisto

Pronto, vamos lá a despachar a coisa mas de uma maneira diferente. É comum para mim e acho que para toda a gente associar músicas e sons a momentos, viagens e pessoas e é uma maneira mais encriptada de percorrer o ano passado. Fica então a minha banda sonora de 2008:
Janeiro
The Killers "For reasons unknown"
Fevereiro
Death Cab for Cutie "Into the dark"
Março
Tindersticks "Let's pretend"
Abril
Rufus Wainright "Hallelujah"
Maio
Yael Naim "New Soul"
Junho
Cat Power "The greatest"
Julho
James Mraz "I'm yours"
Agosto
Roncos do Diabo "Fado batido"
Setembro
Eddie Vedder OST "Into the wild"
Outubro
Build to Spill "Kicked it in the sun"
Novembro
Pulp "The Fear"
Dezembro
Gift "Fácil de entender"

Pergunta retórica

Na, provavelmente, noite mais fria do ano, onde é que eu me vou encontrar? à lareira, salamandra, aquecedor eléctrico ou a gás, enrolado em mantas a cobertores? Nãooooo... nas salinas, com todos os polares vestidos, a desejar que não me caia o nariz ou a ponta dos dedos com o frio e a pensar onde tenho o juízo.
Mas antes, nada como um toque de normalidade, trabalho e um jantar de aniversário.

Update

Ainda sem paciência para fazer balanços do ano velho e resoluções para o ano novo, vou fazer um reset e começar por retomar a escrita do blog.
Vou contornar o último dia de 2008 e o primeiro de 2009 que foram passados para os lados da ora-ensolarada-ora-chuvosa Ericeira na companhia de amigos, infelizmente não todos, da lauta ementa de lasanhas, dos cocktails do líder e da recriação das caipirinhas, do enterro do ano velho e instintos pirómanos, dos brindes e das garrafas de chapomy com confetis.
Também vou esquecer que comecei o ano novo com um acidente de carro mas como vasos ruins não se partem, estou inteiro, a jante, eixo e direcção é que não podem dizer o mesmo, que estou sem viatura própria há uma semana, que ando a circular com um C1 alugado, que mais parece um carro telecomandado e que estou quase a compreender aquelas pessoas que se passam e entram na sede das seguradoras aos tiros a rebentar com tudo.
Adiante com considerações sobre o frio, a guerra no Médio Oriente, terem-me entornado um ucal de chocolate nas costas no café, andar a dormir uma média de 3-4 horas por noite sem conseguir dar vazão a todo o trabalho e de esta semana não ter conseguido ir às aulas de gaita.
Mas para ser justo, também vou ter de omitir que nem tudo é mau, a minha progenitora fez anos, a Olga também o faria, pus a minha primeira anilha oficial de 2009 num collybita em casa do Dr. Salinas, continuo a ter tempo para os amigos e almoçar entre trabalho óptimas espetadas de picanha com gambas, fiz claque para os Nódoas Negras, ontem foi a inauguração da exposição da Sardinha e fui promovido a padrinho do filho adoptivo da Miss Suzy Anne.
Portanto, começar 2009 fresquinho.