terça-feira, maio 27, 2008

So long, farewell, auf wiedersen, goodbye

Vou só ali à Califórnia e já venho. Sempre que possível e se justificar, seguem-se boletins informativos.

domingo, maio 25, 2008

Sudoeste Surf Trip

Foram 2 dias passados para os lados de Vila Nova de Mil Fontes. Alguma chuva mas sempre fora das horas de praia, escaldões nas mais variadas formas e localizações, o portátil que foi apanhar ar sem ter tido sequer um dedo a carregar numa tecla e a excelente companhia que faz parte destas andanças. Ainda deu tempo para gastar mais algumas páginas do caderno com alguns bonecos:
Praia de Aivados


Praia das Furnas

quinta-feira, maio 22, 2008

Guia de mar

Um dia de faina


Desde já faço o aviso: não estou na posse total das minhas capacidades mentais - que, já no estado normal, são o que são - porque o dia foi cheio e só dormi meia hora. Se o post ficar demasiado longo, sem nexo ou com uma percentagem de erros ortográficos excessivamente elevada, dêm o devido desconto mas tenho receio que se deixar esta crónica para amanhã possa perder algumas impressões e imagens importantes.
Por oposição às saídas de campo, hoje tive a minha primeira saída de mar; Apesar do mau tempo e da chuva que teimava em nos fustigar, toda a experiência foi excelente, sobretudo pela companhia e acabou por ter o seu quê de iniciático.
Tudo começou, ainda em Lisboa, numa ceia estupenda às 2h30 da manhã. A noite começou ou continuou mais cedo para 2 amigas, que vieram directas de um concerto - finalmente! Alguém que me compreende e também sofre do síndrome de ubiquidade de Santo António.
Às 4h30 já estávamos em Setúbal a embarcar na traineira "Belo Sado" - era assim que se chamava? havia alguém suficientemente desperto para ler o que quer que fosse? O grupo, composto por 10 pescadores, mais ou menos experientes fez-se então às águas para pescar ao largo da Comporta.
Imagino que haja pessoas neste momento a interrogar-se sobre uma questão de suma importância e a resposta é: não enjoei nem gregoriei um único mililitro de suco gástrico- apesar daquele copito de aguardente de medronho a seguir ao almoço tenha tido o efeito de bomba atómica no estômago. É verdade que tomei 1 primpéram e 1 vomidrin antes de embarcar mas houve quem tivesse tomado 4 vezes mais, sem surtir qualquer efeito e acabou por fornecer litros de engodo - o que foi um desperdício das tartes deliciosas que comemos à ceia. Sem me querer deleitar com a desgraça alheia, devo referir que ainda consegui injectar anti-eméticos em dois marinheiros desesperados por pôr o ouvido interno no sítio.
Mais jeito, menos jeito lá consegui pescar uns quantos peixitos, entre cavalas, choupas e sargos, que para além de constarem da ementa de amanhã, foram já exaustivamente fotografados e serão objecto de mais uns quantos desenhos. Ainda consegui espetar um anzol num dedo, que ninguém me viu a tirar - deve ter sido a tal parte da iniciação, dormir uma sesta depois de almoço e delirar com o movimento do barco entre as vagas de 2 a 4 metros que nos embalavam - mas se calhar este conceito de diversão não é partilhado por todos.
Havia ainda tanto para contar mas como descrever 14 horas de diversão quando o nível de consciência a bordo era mínimo? Coisas como as super-puseiras-anti-sol, a pesca de cenouras-do-mar e bisnagas de Carnaval, os rascassos desfigurados, a experiência única e transcendente de fazer xixi a bordo, os assentos de ameijoa e tantas outras vão ter de ficar mesmo só para nós.
Apesar do regresso a causa de olhar esgazeado, com olheiras até ao queixo, desgrenhado e a cheirar a Choupa nº 5, só me apetece voltar rapidamente para o mar. Quem alinha?

quarta-feira, maio 21, 2008

Mais brinquedos novos

E a crise de meia-idade antecipada continua... agora patrocinada pela Decathlon.

terça-feira, maio 20, 2008

Num cinema perto de si

Mas que raio de filme é este? Mas está tudo doido? Ainda bem que sou só figurante!

Desligado da realidade

Hoje esqueci-me do telemóvel em casa e tive dos dias mais tranquilos de que há memória. Apesar de ter andado a rodar as capelinhas todas (Hospital, Benavente, aulas e novamente Hospital) quase parecia que estava no planalto da Mourela, onde só há um pauzinho de rede naquela curva da estrada. Até o arroz de tamboril e o piri-piri do almoço me souberam melhor.
O pior foi mesmo chegar a casa e ter o telemóvel a rebentar pelas costuras com chamadas e mensagens recebidas durante o dia...

Os 5 no museu

Mudança de cenário. Passar da paludícola Tornada para a zona ribeirinha de Lisboa. Mas continuam as alusões ao vampirismo, já que havia programa com mais alguns morcegos.
O local: Museu do Oriente.
O drama: a fila de 300 Kms de gente à espera de entrar e o ar lampeiro como passei à frente de todos. Só consegui visitar a sala das máscaras mas a galhofa foi tal que só me lembro de umas carantonhas de olhos esbugalhados a deitar a língua de fora. Mas isso se calhar até eram as pessoas sérias e os guias a olharem para nós, completos arruaceiros. Acho que para a próxima nos barram a entrada.
O pânico e a explicação do mistério das meias grossas: o João devia ter um plano secreto para pôr uns patins nos amigos e atirá-los ao rio. Não fosse termos sobrevivido todos (apesar de uma pessoa com tantos hematomas devido às quedas que deve ter precisado de um enxerto de pele) eu diria que ele queria mesmo ver-se livre de nós.
O final: chez Joana naquela varanda de sonho sobre o rio a conversar, a beber chá e a comer uma massa de improviso, que são sempre as melhores.
Prólogo: grato pelo fim de tarde bem passado, confesso que a cidade até é uma alternativa de saída interessante (apesar de ninguém ter pegado num lápis).

1º Curso de Vampiros

Finalmente, a crónica do fim de semana transacto. De certeza que há algumas pessoas a estoirar de curiosidade para saber a minha visão, sempre particular, dos acontecimentos. Pois então diz que se passou o seguinte, mais coisa menos coisa:
Nestes dias estive a dar um curso de formação a aspirantes a vampiros para aprenderem como recolher correctamente sangue para preparar belas cabidelas. Depois de juntar os 4 sobrinhos do pato Donald, o Sócio e o Dr. Salinas, rumou-se a Tornada, aquela bela localidade. Ainda houve tempo de fazer umas anilhadices mas o dever chamou mais alto e tive mesmo que ir dar as aulas. Que acabou por ser o menos interessante. Afinal o que interessa nisto tudo?
Interessa que almocei o belo polvo à lagareiro no "Pinheiro",
Que a seguir ao curso fomos estagiar nas mines e tramoço antes de passar ao bacalhau à cortiço no estabelecimento do mesmo nome,
Que mais tarde, já a cabecear de sono, ainda houve conversa noite fora, com alguém sempre a fazer considerações perfeitamente alucinadas e desligadas da realidade sobre gaivotas, cavalos e Puffinus - há sempre com cada cromo nestas actividades,
Que os beliches onde dormi despoletariam uma completa reacção de pânico em qualquer doente com claustrofobia ou uma ou duas hérnias discais,
Que ainda não se descobriu quem roncou feito um porco a noite inteira,
Que ainda consegui desenhar um Buteo, um Circus aeruginosus e uns coelhos que por lá andavam,
Que iam-me caindo os tomates ao chão quando vi que faltava uma coisa fundamental no material para as aulas práticas - digamos que num curso de vampirismo é muito mau faltarem os caninos afiados,
Que a arte de desenrascanço à la tuga continua a ser uma instituição admirável, se bem que tenha tido suores frios e perdido uns anos de vida enquanto esperava a encomenda de dentes vampirescos,
Que ainda houve tempo para ir comer churrasco de javali ao almoço,
Que estas actividades ultrapassam sempre o âmbito do mero curso e que o saldo é sempre positivo, sobretudo pela troca de experiências profissionais. Nada mau para a primeira edição Sr. Presidente e demais apaas presentes!

sexta-feira, maio 16, 2008

Pânico de última hora

Provavelmente, não é surpresa para algumas pessoas que às vezes faço uma gestão criativa do tempo (leia-se, deixar tudo para última da hora) e que trabalho melhor sob pressão (leia-se, o pânico dos prazos a caírem estimula-me a escrita). Também tenho ideia que já devo ter escrito uma meia dúzia de posts sobre este tema e que o mais certo é que, enquanto durar este blog, devo abordá-lo mais umas quantas vezes.
Entre terminar a minha primeira comunicação congresseira internacional, terminar a formação para um curso que vou dar este fim de semana - faço aqui um aparte para alguns interessados para dizer que está tudo sob controle - e escrever a m***a da fita para a minha irmã, passei o dia a auto-flagelar-me mentalmente para não repetir a proeza.
Também não ajuda nada quando uma encomenda que era suposta chegar hoje ainda estava no armazém. E se não me tivesse lembrado de ligar e cuspir bolas de fogo ao telefone com a senhora telefonista ainda para a semana estava à espera. Mas tudo se resolve, ainda consegui ir a voar a outro labratório comprar tudo o que precisava, explicar à senhora da recepção que APAA não quer dizer Associação Portuguesa dos Amigos dos Animais e o que significa "anilhar". Por isso, sr. Murphy, para a próxima fique quieto.
Ainda tenho trabalho à minha espera às 21h e ir buscar os sobrinhos do pato Donald à margem Sul. E a noite promete ser longa.
Este dia nunca mais acaba. Prometo que aprendi a lição. Para a próxima faço tudo a tempo.
Pois...

quarta-feira, maio 14, 2008

Despedida

Esta semana, a Irmandade da Esteva vai-se ver subtraída de um dos seus membros fundadores. A Pintinhas ganhou juízo, despediu-se da empresa esclavagista onde penava, quase sem ver a luz do dia e vai trabalhar uns meses para Barcelona para depois regressar triunfante a terras Lusas. Apesar da perda e de estes meses terem uma aparente carga de eternidade, o tempo vai passar depressa, não só porque Barcelona é Barcelona mas também porque vai ter a casa sempre cheia de amigos a visitá-la. Boa viagem e até já!

segunda-feira, maio 12, 2008

Finalmente...

... Já pus alguns dos desenhos de Mértola aqui. Enquanto esperam os convites para a exposição podem ver uma selecção do meu caderno de campo.

Rasteira

Podia pegar em dezenas de metáforas sobre o sentido da vida, há filmes, livros e frases bem mais eloquentes do que qualquer post que aqui escrevesse. Há inúmeras referências bem mais interessantes sobre o modo como esta nos apanha de surpresa e como, por vezes, nos dá um toque no ombro e sussurra um "pst" quase impercetível, que nos traz de volta à realidade. Por vezes, é mais uma rasteira ou um puxar de tapete sob os pés. Mesmo não tendo acontecido comigo, quando é um amigo que tropeça, não posso deixar de parar para reflectir um pouco. E ajudar a aparar a queda.
Meu amigo, tal como no Sábado, ainda continuo sem saber o que dizer para ajudar a minorar a perda que sofreste.

Época de caça

Apesar da acção furtiva na esplanada do café Guadiana, foi ontem que abriu oficialmente a época de caça ao caracol. Com alho e oregãos, acompanhados de uma mine. E para sobremesa, ver o Sporting a ganhar e o benfica ficar em 4º na tabela.

domingo, maio 11, 2008

De regresso à lagoa

Não à lagoa azul, mas à de Albufeira. Hoje de madrugada, Estevídeos e Morcegos encontraram-se para mais uma sessão de anilhagem, interrompida por breves aguaceiros. Observaram-se e anilharam-se ainda umas quantas espécies, que espero que tenham sido de agrado de miúdos e graúdos, mas fico com receio que o pessoal novo fique com uma ideia deturpada da anilhagem.
É que não é de todo normal apanharmos passarões de 2 patas que se deslocam, não pela própria asa, mas de moto ou moto-quatro, a fazer dezenas de infracções à lei. Também não é habitual o pessoal disparar armado de cajados pronto a rachar um qualquer capacete ou a espatifar raios de rodas de motociclos. Também não é costume chamar a GNR para identificar meliantes motorizados.
Pretende-se que esta seja uma prática calma e relaxante e não um qualquer episódio de série policial ou cowboyada. Por isso, para a próxima não vale a pena trazerem sacos de pipocas que o filme deve ser bem mais calmo. Mas podem trazer tábuas com pregos ou fios de nylon que são capazes de dar jeito.
Para acalmar os ânimos e os estômagos, nada melhor que uma pratada de choco frito capaz de alimentar a população da Somália durante 1 semana. Desenhos, nem um para a mostra. Mas é compreensível, hoje a manhã foi recheada de distracções. Portanto, para as próximas sessões, os Morcegos (eu incluído) têm mesmo de voltar a marcar presença e restaurar a sua reputação de ilustradores compulsivos.

sábado, maio 10, 2008

Jantar #435124

Ontem houve bat-jantar, desta vez com alusões à cozinha brasileira. A comida estava irrepreensível, a feijoada foi a raínha da festa mas a entrada de húmus marcou muitos pontos. Boa selecção vinícola (Terras de Pó, Monsaraz e Chaminé, assim por esta ordem) e a excelente companhia dos morcegos, como já é costume.
Contudo, vive-se e aprende-se. E ontem aprendi 2 coisas sobre os MACs:
  • Os MACs são jardineiros criativos;
  • Os MACs são seres sociáveis, ao demorarem mais de 3 horas a a gravar um DVD - que acabou por não ficar gravado, promovem o convívio entre as pessoas.
E pronto, foi só uma repetição de piadolas de ontem à noite. E o próximo jantar, pode ser de peixe fresco nas Berlengas?

Passa ao outro e não ao mesmo!

Já cá faltava o blog-passatempo, desta vez conhecido por six word memoir. Obrigado ao S.C. pelo petisco encomendado. Eis então a minha memória de 6 palavras:
Dr. Wade, He is a Freak!

Quando estive da primeira vez nos estados unidos fui definido por uma colega com esta frase. Alguns, conhecem a história (até porque tive a triste ideia de a contar cá). Agora que vou retornar lá no fim deste mês nem sei o que esperar...
Mas como não vou penar sozinho, passo a batata quente a:
Os outros agradeçam por não terem blog.

quinta-feira, maio 08, 2008

Perdiz-vermelha (Alectoris rufa)

No já mítico fim de semana passado, vimos, ouvimos, comemos (em escabeche e em açorda) e desenhámos perdizes. Elas corriam à nossa frente, voavam por cima de nós, viajaram na mala do meu carro e sentaram-se à nossa mesa. Por isso, nada mais justo que fazer as primeiras experiências com gouache tendo uma perdiz como modelo. E devo dizer que gostei da técnica.

Crise de meia idade antecipada resolvida (ou talvez não...)

E um muito obrigado ao Estúpido. Os tímpanos dos vizinhos que se cuidem!

terça-feira, maio 06, 2008

Mértola 2008 - as ilustrações

Para não perturbar o (por vezes) normal funcionamento deste blog e de maneira a poupar a troca de impropérios e demais chatices, o material produzido no fim de semana passado pode ser visto aqui.

Mértola 2008 - As fotos

Uma pequena amostra do fim de semana passado. Já perceberam porque é que estando o corpo em Lisboa a mente ficou lá pelo Baixo Alentejo?

segunda-feira, maio 05, 2008

Concurso "Quem quer ser internado?"

Ahhh! Aposto que já tinham todos saudades dos passatempos com marca registada "Guia de Campo"... Apesar deste ser uma private joke para o pessoal da expedição Mértola 2008, todos os outros são convidados a participar (até para terem noção dos momentos de pura insanidade mental). A ideia é fazer corresponder pessoas a situações, no mínimo... desligadas da realidade. Aqui vai:
  1. Atravessar o rio Guadiana em pura fúria de águas no Pulo do Lobo através de um tronco espetado entre 2 rochas;
  2. Apanhar cobras para depois confirmar na mão se é uma víbora ou outra coisa qualquer;
  3. Batalhas campais de azeitonas que deixaram o restaurante num estado deplorável e adolescentes de 13 anos atónitos com os amigos da mãe;
  4. Atirar garrafões de 5 L cheios de sunquick pelo ar de uma ponta da mesa para a outra;
  5. Levar os carros (o meu não, bendita a hora que estava na ribeira) para sítios perfeitamente loucos, não conseguir regressar e ponderar seriamente ter de passar a noite ao relento;
  6. Subir de canoa cascatas para, 2 segundos depois e tal como se estava à espera, cair na água;
  7. Tirar migalhas de formigas e mais outra cena qualquer com um mosquito que não percebi;
  8. Andar a recolher coisas mortas do chão que incluíam uma perdiz, uma rã mumificada e um esqueleto completo de ovelha;
  9. Ter contactos demasiado directos com dedaleiras, plantas reconhecidamente tóxicas;
  10. Fazer a saudação do Sol e naribigos.

E, já agora, qual vos parece o momento mais alucinado? Estou a esquecer-me de algum?

De regresso à realidade

Se na semana passada, quando regressei do Gerês, andei como que se a flutuar nos dias de trabalho seguintes, agora que cheguei de Mértola devo estar a funcionar numa frequência completamente diferente. Assim, sem querer, nestes 4 dias consegui conjugar uma série de coisas que gosto mesmo muito de fazer. Se, a somar a isto, juntarmos um grupo de pessoas de que gosto cada vez mais, a expedição Mértola 2008 torna-se inesquecível:
Regressar ao campo. Monte do Vento. Pulo do Lobo. Vale do Guadiana. Ribeira de Terges e Cobre. Andar. Trepar às rochas. Descer os rios de pedra em pedra. Sujar-me de pó. Apanhar escaldões. Cromos novos (Chlidonias niger, Callandrela brachydactyla, Cercotrichas galactotes). Fotografar. Não me cansar de ver a planície alentejana.
Desenhar. Quase do nascer ao pôr do Sol (às vezes, até depois), com pausas para tudo o resto. Experimentar materiais, temas e fontes de inspiração novos. Quase encher um caderno de campo.
Canoagem. Subir e descer parte do rio Guadiana. Parar na margem para dar um mergulho. Sulcar o rio com a canoa. (Nota para o pessoal scalabitano: este rio merece uma exploração séria).
Last but not least, comer e beber. Perdiz de escabeche. Javali estufado. Açorda de perdiz. Migas de espargos. Torrão real. Lombinhos de porco preto. O melhor presunto do mundo. Arroz de pato. Sopa de cação. Saladas. Tintos Esteva e Chaminé. Garrafões de tinto da casa.