domingo, outubro 14, 2007

Encontro Nacional de Centros de Recuperação

Após um breve interregno de escrita por estes lados, devido a 3 dias de palestras e muita conversa, eis-me regressado para fazer o balanço deste encontro.
Obviamente que não estamos a falar de recuperação de edifícios ou de fisioterapia para acidentados no trabalho (embora haja algumas pessoas que devem ser verdadeiros acidentes profissionais mas isso é outra história).
Obviamente que este tipo de reuniões, carinhosamente apelidadas por mim de Clube Amigos Disney - porque somos quase sempre o mesmo grupo de habituées e, sinceramente, acho que somos verdadeiras personagens (alguns mais cartoonescos que outros) - me estimula e me dá imenso prazer. Não tanto pelas palestras, algumas muito boas, outras nem por isso (aquela da gripe aviária... WTF?!), mas pelo reencontrar e conhecer amigos e colegas e por tudo o que se passa pelos bastidores.
Não se trata de nenhuma teoria da conspiração e como os tais acontecimentos dos corredores não aparecem no livro de comunicações, vou levantar uma ponta do véu. Até porque sinceramente, passado uns tempos ninguém se lembra da comunicação A ou B, mas sim da palhaçada C ou do cromo D.
Antes de mais, foi curioso finalmente conhecer pessoalmente colegas com que já comunicava via electrónica há bastante tempo. Ainda ganhei um hemoclip improvisado e nos intervalos deliciei-me com belos pratos de pastéis de nata e queques. Para além do fluxo constante de cafés, que deve dar para manter acordada a população de uma aldeia média transmontana durante uns meses. Jantar de sábado animado para ficar com a pulga atrás da orelha, entre outras coisas, do pica-miolos. Uma comunicação hoje à tarde que esteve quase a necessitar de distribuição de luvas de boxe e uma visão do inferno do Jabba the Hut a ter orgasmos múltiplos atrás de golfinhos (!). Também foi muito agradável rever (NOT!) o projecto de Lara Croft à portuguesa (quem esteve na companhia dos lobos há uns anos sabe de quem falo) que ora punha ora tirava um cachecol muito curioso ( o Sócio elaborou a sua teoria).
Mas o que vai ficar mesmo na memória, e pelas piores razões possíveis, foi o almoço de sábado e o coleguinha que ficou à minha frente. Entre um nariz empinado que quase lhe batia na nuca, um ego que batia no tecto da sala e saídas geniais como:
"não se pode negar um cigarro a um gajo com tuberculose" - quando este anda a escarrar bacilos pelos corredores hospitalares, como vi durante 1 ano de mestrado;
"não sei se sabes o que é bumblefoot..." - frase que ecoou propositadamente mais tarde na sala;
"estes colegas novos..." - confesso que nesse momento deixei de ouvir que disparates saíam do Tico e do Teco (vêm? uma referência Disney)
... fizeram com que quase ganhasse uma faca espetada na testa. Só quem esteve naquele canto da mesa é que entende a dificuldade que foi conter o vómito com aquela conversa e o Sócio e uma quase-aluna já reviravam os olhos, embora temessem pelo homicídio, perfeitamente justificado, daquele calhau. Não ganhei um exemplar da bíblia da medicina de rapinas do século XVII, mas em compensação tive o enorme prazer de fazer uma careta à frente do gajo que, sinceramente espero que a tenha visto. E não me importar um c*****o com isso!

3 comentários:

Krugul disse...

Interessante descrição. Tens um certo jeito para a narrativa, algo que me deixou verdadeiramente surpreendido, uma vez que não dava nada (e continuo a não dar) por ti..hehe. Agora fora de brincadeiras, assim é que é pipinho. Dá-lhe que o cabrão bem merece. Mas convenhamos que uma careta é pouco para alguém sem sentimentos como tu..grande abraço

Fuzhong! disse...

Ainda bem que ainda vou conseguindo surpreender os amigos :)
Pois, uma careta foi notoriamente pouco mas há que manter a compostura. Paciência, para a próxima leva com a faca no meio da testa!

Anónimo disse...

Não se esqueçam de mim para a noitada do Pica-miolos!! Também quero provar....

Beijinhos!
Fábia

PS: Vê se trocas os óculos senão ninguem te leva a sério nas aulinhas... ou pelo menos limpa o verdete!!!