sexta-feira, julho 03, 2009

Pesadelo

Decididamente, ontem foi um daqueles dias em que devia ter ficado trancado em casa, com o ar condicionado ligado, a escrever projectos ou a corrigir certas coisas. Mas como ler calinadas de primeiro grau como "quidados" também faz mal à saúde, achei que lidar com mosquitos, carraças, variações térmicas de 20º C e morte por afogamento em barcos furados era bem mais simpático.
Portanto, era dia de ir à lagoa. Último dia do PEEC, garças e a rambóia do costume. Mas sobretudo, assistir a um certo episódio ofídico.
Às 5h15 já tinha saído de casa e uns 15 minutos depois estava no centro de Lisboa à espera de uma colega para lhe dar boleia. Quando rodo a chave na ignição, o QI faz um som vindo das entranhas que me fez gelar o coração, as luzes do tablier piscam e apagam-se e nada de arrancar. A cada vez que repetia a operação o resultado era o mesmo: uns gorgolejos e imobilidade.
Primeira ideia genial: o carro estava parado no meio da rua. Vamos fazê-lo recuar um pouco.
Pormenor: a rua tem uma suave inclinação e, apesar do carro ter ficado mais ou menos estacionado, foi muito divertido andar a fazer manobras sem direcção assistida. Mas pelo menos, assim não estorvava o trânsito.
Segunda ideia genial: o carro ficou parado num espaço de descargas de uma loja Modelo. Ainda estava a recuperar o fôlego e a ligar para o reboque quando estaciona um camião monstro para, pareceu-nos, largar hortaliças e peixe - que tinha um odor muito pouco saudável - tendo ficado a bloquear a rua. A partir daí, tenho a memória turva: estava a amanhecer, carros a buzinar, outros a fazer manobras suicidas, munícipes a gritar, as ambulâncias do INEM a querer sair, os chorrilhos de palavrões que larguei. Felizmente, chegou o reboque que, depois de largar uns parafusos (wtf?!) e ter içado o carro de uma maneira muito original me levou dali para fora, antes de ser linchado pela população ou que os funcionários do modelo começassem a atirar-me com fruta podre.
Depois do carro ficar na oficina veio a pior parte: o telefonema com o orçamento da reparação. Alternador, correia de distribuição, fusíveis, blá, blá,...
E é assim que vos escrevo, do leito do hospital, onde fui parar depois de ouvir um valor "assim por alto que falta o IVA" e ter tido três apoplexias. Tudo isto para dizer que nos próximos dias tenho mobilidade reduzida e que o estado de humor está a uns 10% daquela história do cinto em S. Tomé (os que assistiram devem estar a tremer de medo mas são uns exagerados). Portanto, tratem-me bem e tenham muita paciência comigo.

5 comentários:

Vera Codices disse...

tadinho.....eu avisei-te quando estivemos em Espanha, que esse travão de mão que faz ângulos de 90º e os limpa pára-brisas psicóticos do teu carro (que ainda hoje me assuatam) eram uma premonição nada boa....tu é q não acreditaste em mim!!!!!!!!

Fuzhong! disse...

travões? limpa para-brisas? Isso são pormenores. O importante é que o carro ande!!

pqt disse...

ultimo dia do PEEC? Penultimo

Jp disse...

Daaaaaaaaaaaasse!! 10% de S. Tomé?? Eh pá... só volto a entrar em contacto dentro de duas semanas no mínimo :P

SHM disse...

Oh meu Pimpão do Coração... faz-se já uma psicoterapia breve para melhorar essa tolerância à frustração! O que eu não faço para evitar que essa tensão arterial rebente por aí! :P