sexta-feira, julho 13, 2007

Uma noite como outra qualquer

Ontem ao início da tarde, quando me levantei da cadeira, após 2 horas a trabalhar fervorosamente em frente ao portátil, e senti as vértebras lombares a pulverizarem-se e os discos intervertebrais a guincharem, achei que o resto de dia ia ser muito interessante. Obviamente, e contrariando todas as expectativas, foi perfeitamente normal.

Logo após o incidente lombar, fomos invadidos por clientes, que me fizeram andar feito velhinho entrevado de um lado para o outro. Ao fim do dia foram dar comigo deitado no chão a fazer uma posição de "encaixe vertebral" para pôr as vértebras descarriladas de volta ao sítio. Tarde demais, pois apesar de terem voltado à linha, a composição ia toda trocada.


Por esta altura acharam vocês que me fui deitar para casa, beber um cházinho e receber uma massagem relaxante. ERRADO!! É lógico que fui para as salinas do Samouco para uma sessão de anilhagem à luz das estrelas. "Salinas? O que é isso?" Ouvi perguntar na pizzaria em Alcochete, fazendo com que me esgueirasse para a rua, abafando um riso. "Duh! Olha à volta!". As pizzas eram muito boas, melhores que as Sofias Lorens espalmadas, mas é melhor calar-me, senão depois a irmandade não me leva a jantar fora.

Com a promessa de apanhar cem Sternas, lá fomos para as salinas. O mais correcto seria dizer sem Sternas, que eram como estavam as redes passado um tempo. A única coisa que apanhei foram picadelas de mosquito nos 3 minutos que levei a sair do carro e a besuntar-me com repelente. Como já tenho experiência nestas coisas, ia já com as expectativas em baixo, do género "qualquer ser vivo que veja já é bom" e lá consegui tirar umas fotos a umas osgas.

"Chup! Chup!" fazia o mosquito enquanto lambia o probóscide, todo contente por me sugar o sangue e me despejar alguns Arbovírus em circulação. Alguns ficaram esborrachados à superfície da minha epiderme, após levarem uma bolachada com a minha manápula, outros agonizaram passados alguns segundos, intóxicados com o meu sangue peçonhento. Pelo menos, é o que eu desejo. Morram, Cabrões!!


Tarentola mauretanica



No fim da noite lá apareceram as Sternas e pode-se dizer que a noite não foi em vão.

A família de Sterna albifrons à espera de receberem uma anilha.

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