sábado, julho 21, 2007

Vou de FÉRIAS!!!!!!

Para aqui. Diz que é bonito.
Somiedo

quinta-feira, julho 19, 2007

Sushi

Ontem decorreu mais um jantar de (quase) mestres, desta vez num restaurante japonês, para um estudo em que seremos as próprias cobaias sobre a anisakíase (Anisakis ao lado... ou pensavam que era algum prato de massa?). Entre sushi, sahimi, tempura, raviolis grelhados, gelado de feijão e um chá que sabia a serradura, conversou-se até altas horas, só lamentando a ausência de algumas pessoas.
Se entretanto, aparecerem com algum destes sintomas: dor abdominal, vómitos, quadros de obstrução intestinal ou reacções alérgicas (causadas por hipersensibilidade aos antigénios das larvas), que podem ir desde a urticária, angioedema ou artralgias, lembrem-se deste post e pensem em tomar Albendazol. É verdade que na maioria dos casos estas lombrigas não se conseguem adaptar ao nosso organismo, mas também basta uma para causar chatices e ficarem com os olhos em bico.
Resto de boa semana... se conseguirem!

Os 5 segredos das Tartarugas Ninja

A pedido de um novo (e espero que futuramente assíduo) leitor, hoje apetece-me falar de tartarugas (lá chegaremos às ninjas) e de alguns dos seus super-poderes. Até pode parecer que não se tem passado nada digno de nota mas o relato da noite de ontem demonstra o contrário e como vou de FÉRIAS para a semana, deixo-vos um último texto assim a atirar para o pseudo-científico-intelectualóide para ficarem cheios de saudades da minha escrita.

Bom, só para situar um pouco... as tartarugas são Répteis (Ordem Chelonia ou Testudines) e a sua característica mais distintiva é a sua carapaça (a carapaça propriamente dita e o plastron) formada por placas ósseas cobertas de pele e suportadas pelas costelas. Existem cerca de 307 espécies, distribuídas por várias famílias e por todos os continentes (excepto a Antártida), em habitats terrestres, dulçaquícolas e marinhos. Podem encontrar mais informação aqui. Apesar de serem animais bastante familiares para o públigo em geral, graças a disparates como a tartaruga touché e coisas afins, desvendo aqui alguns dos seus segredos, que me foram confiados pela super-tartaruga-ninja durante um período de estágio nos esgotos de Nova Iorque:

O primeiro fóssil de uma tartaruga, Proganochelys, provém do final do Triássico (há 200 milhões e tal de anos atrás), quando começavam a surgir os primeiros Dinossáurios e primeiros Mamíferos, de regiões que são hoje a Europa Central e Sudeste asiático. Apesar desta antiga ancestralidade, Proganochelys possui praticamente todas as características morfológicas da Ordem, sugerindo que esta terá divergido dos restantes Répteis bastante mais cedo. Por essa altura as tartarugas já se encontravam separadas em 2 grandes grupos, Cryptodira e Pleurodira, que se distinguiam então pelo modo como a bacia se articula com a carapaça. Só mais tarde é que cada um desses grupos desenvolveu os diferentes mecanismos de recolher o pescoço no interior da carapaça, principal característica que os separa actualmente (os Cryptodira recolhem o pescoço ventro-dorsalmente enquanto que os Pleurodira lateralmente). Os quelónios fazem parte de um grupo de Répteis designado Anapsida, que não possui aberturas pós-orbitais no crânio e que não tem mais nenhum representante actual. Ainda é um mistério qual o grupo antepassado das tartarugas; foram avançadas diversas hipóteses de ancestrais, incluindo Pareiasaurios, Placodontes, Procolofonídeos ou Captorrinídeos, mas nenhuma ganhou concenso entre as pessoas que ligam a estas coisas.

Os Placodontes, um dos supostos antepassados ou parentes dos Quelónios, são exemplo de uma evolução mais ou menos convergente com as tartarugas. Estes Répteis aquáticos surgiram no início do Triássico, tendo desaparecido no final desse período e ao longo da sua curta história no planeta mostraram uma tendência para desenvolver uma carapaça dorsal a partir de placas ósseas. Na verdade, 2 famílias deste grupo, Placochelydae e Henodontidae (Henodus ao lado), mostram grandes semelhanças superficiais com as tartarugas. Actualmente pensa-se que os Placodontes, especialmente as formas mais tardias como Henodus, Placochelys e Psephoderma, mais do que constituirem uma segunda onda de répteis tartarugóides, seriam a resposta evolutiva dos Répteis às raias que se alimentam de organismos bênticos.

Uma espécie actual, Platysternon megalocephalum, do Sudeste asiático, surpreende pela sua agilidade e capacidade de trepar às árvores (ou pensavam que as tartarugas ficam assim feitas monas no fundo dos lagos?), graças aos seus membros desenvolvidos, à cabeça de grandes dimensões, que desloca o centro de gravidade do corpo para a frente, e pela cauda, longa e robusta, capaz de suportar a tartaruga quando esta trepa pelos troncos acima.

A apropriadamente baptizada tartaruga-panqueca (Malacochersus tornieri), da África Equatorial, contraria a ideia de que as tartarugas terrestres (Testudinidae) têm carapaças altas e abobadas e que são animais lentos. Esta espécie vive em habitats rochosos e a sua carapaça espalmada e fracamente mineralizada (e portanto, bastante flexível) permite-lhe enfiar-se em fendas estreitas nas rochas, mais ou menos encaixando entre as 2 superfícies; mais, ao firmar as patas contra as rochas, que possuem unhas e escamas robustas, são praticamente impossíveis de retirar. Para além disso, deslocam-se extremamente depressa, ultrapassando facilmente um ser humano em terreno horizontal. No habitat natural, utilizam essa agilidade para se esconderem rapidamente.

Uma família de Cryptodira, que terá evoluído no que era a então Gondwana (super-continente composto pela América do Sul, Antártida e Austrália) no final do Cretácio, chamada Meiolaniidae, terá subsistido na Austrália e Indo-pacífico até há bem pouco tempo (2000 anos atrás), contrariando um pouco a ideia de que a fauna de tartarugas australianas actuais é apenas composta por Pleurodira. Os membros desta família eram herbívoros, terrestres, atingiam grandes dimensões e a carapaça, cabeça e cauda eram adornadas por nódulos e espinhos, provavelmente usados como defesa contra os predadores malignos que habitavam o continente australiano nessa altura. O género Meiolania (esqueleto à esquerda), com 2,5 m de comprimento, é dos mais bem conhecidos, tendo aparecido no Oligoceno e sobrevivido na ilha de Lord Howe até há bem pouco tempo. Curiosamente, várias espécies colonizaram ilhas do Pacífico Sul, chegando até às ilhas Fiji e comprovando que as grandes tartarugas terrestres são bons colonizadores insulares, tal como já se tinha verificado nas ilhas Galápagos, Canárias (exemplares sub-fósseis) e ilhas do Índico (Seycheles e Mascarenhas). Uma espécie fóssil, Ninjemys owenii, do Pleistoceno da Austrália era a verdadeira tartaruga-ninja, com longos espinhos transversais na cabeça. Afinal há ou não há tartarugas ninja??
Muito mais se podia dizer sobre as capacidades paranormais de algumas tartarugas marinhas conseguirem comer esponjas, de algumas espécies conseguirem (por exemplo, Lissemys punctata) efectuar trocas gasosas através da pele e cloaca, conseguindo permanecer submersas durante horas, de as tartarugas-das-galápagos (Geochelone elephantopus) atingirem a provecta idade de 150 anos e por aí fora mas fiquem-se com a tartaruga ninja!


crânio de Ninjemys owenii

quarta-feira, julho 18, 2007

Zero a comportamento

"É docinho" comentou a Maria Amélia, quando chupava o pauzinho. Obviamente, que esta situação está descontextualizada, mas era só para atrair a atenção e a ver se tenho mais alguns comentários a este post. Na verdade, que comentários fazer ao comportamento de uma certa mesa ontem à noite no Tuareg de Telheiras? Desde gozar descaradamente com a empregada (que devia ser a primeira noite de trabalho, mas que também não devia nada à inteligência "Duh..."), a guerras de almofadas, empurrões, rasteiras, conversas badalhocas elevadas à nona potência, sessões de strip forçado (só os sapatos) no chão do bar, atirar peças de roupa ás árvores, etc., etc. É que nem a presença de ilustres desaparecidos como a workaholic Vanda...ou Bânia? ou a presença do Batman que veio em missão de salvamento a uma boneli, fizeram com que o comportamento do grupo fosse minimamente aceitável.
Para agravar ainda mais, a média de idades dos clientes no bar rondava os 17,4 anos e portavam-se impecavelmente. MONOS! Só mesmo nós, cotas com quase 30, é que nos sabemos divertir!

segunda-feira, julho 16, 2007

5 coisas que desconhecia sobre pirilampos


Quem pensava que ia falar do pirilampo mágico, aqueles bonecos que mais parecem bolas de cotão estrábicas, desengana-se; hoje apetece-me é mesmo escrever sobre pirilampos, que na verdade são Insectos (Ordem Coleoptara, Família Lampyridae). No fim de contas, este blog chama-se Guia de Campo e não Guia da Solidariedade. Também espero que no fim, achem estes pirilampos (os verdadeiros) bem mais interessantes e mágicos que os outros.
No outro dia, a falar com o Xefe fiquei a saber que houve há bem pouco tempo em Portugal uma Convenção internacional sobre os pirilampos (!) e que reuniu lá para os lados do Porto cerca de 50 profissionais (!!), entre biólogos, bioquímicos e etólogos, que se dedicam única e exclusivamente ao estudo dos diferentes aspectos da vida destes bichos. Como eu achava que os pirilampos eram basicamente uma meia dúzia de espécies de insectos que iluminava as árvores durante as noites de Verão na terra da minha avó, fiquei surpreendido com o conhecimento que existe sobre eles. Como por esta hora já deito toxoplasmas e projectos pelos olhos, resolvi fazer uma pausa, mudar de tema e partilhar o pouco que fiquei a saber sobre estes bichos. Afinal, até é um post bonzinho, sobre partilha (escusam de agracecer).
  1. Afinal existem um pouco mais de meia dúzia de espécies; ao todo, há cerca de 2000 espécies de pirilampos espalhados por esse mundo fora. Os adultos possuem orgãos luminescentes na parte posterior do abdómen, mas não possuem o exclusivo da luz; há espécies cujas larvas e mesmo os ovos são bioluminescentes. Também a família em que estão incluídos (Lampyridae) não detém esse exclusivo, já que outras famílias de Coleópteros (Elateridae, Phengodidae) também são capazes de produzir luz. A bioluminescência também foi desenvolvida por outros grupos animais (várias famílias de Peixes Teleósteos, Anelídeos, Cefalópodes e outros) e através de diferentes processos biológicos.
  2. A bioluminscência nos pirilampos adultos tem 2 finalidades principais: A primeira, mais conhecida, é utilizada como forma de comunicação intra-específica entre machos e fêmeas, durante o período de acasalamento. Os machos tendem a emitir padrões típicos de luz, geralmente de locais altos ou em vôo, que as fêmeas respondem, geralmente do solo, com outro padrão característico. Pensa-se que a bioluminescência tenha evoluído inicialmente nas larvas, para afastarem potenciais predadores. Contudo, esta capacidade é utilizada com outros fins, bem menos simpáticos que a procura do parceiro para dar umas pinadas e propagar a espécie. As fêmeas de algumas espécies simulam os padrões de luz de outras espécies de pirilampos de modo a atrairem os machos, que acabam por ser devorados (as putas!). Outras espécies também fazem o mesmo tipo de simulação para atrair pirilampos e apropriarem-se de substâncias repelentes de predadores que estas contém.
  3. O processo bioquímico (nem acredito que estou a escrever esta palavra) da bioluminescência ocorre em células especializadas (fotócitos) e assenta na presença, numa primeira fase, de uma enzima, Luciferase e de ATP, que juntas produzem Pirofosfato e Luciferil-adenilato-luciferase; este último, quando em presença de Oxigénio, produz Oxiluciferina, Luciferase, AMP e Luz! o controlo da produção de luz, de modo a serem produzidos os padrões característicos de cada espécie, são controlados por um sistema de enervação própria do abdómen e pela inibição do consumo de oxigénio nas mitocôndrias, sistema complexo controlado por Óxido Nítrico (que entre outras coisas, também serve para manter a nossa pressão sanguínea, eliminar bactérias fagocitadas no interior de macrófagos e é um dos principais factores no controlo da erecção do pénis- sim, o Viagra mexe no sistema de Óxido Nítrico).
  4. O processo de bioluminescência é extremamente rentável, sendo produzida virtualmente 100 % de luz com esta reacção química, ao contrário de uma lâmpada incandescente, em que são produzidos 10 % de luz e 90 % de calor.
  5. Para variar, as populações de pirilampos estão em fase de regressão, que pelo uso de pesticidas que têm um efeito letal directo, quer pela perda de habitat adequado, quer pela "poluição luminosa" criada pelo Homem, que interfere na comunicação entre os animais. O que é uma pena, pois algumas moléculas que participam no ciclo de produção de luz têm potencial para serem utilizadas no tratamento de alguns tipos de cancro.

Alguma asneira ou correcção?

domingo, julho 15, 2007

Noite normal

Ontem foi noite de rambóia. De vez em quando, desço à terra e deixo as andorinhas de louça e as sardaniscas lá no seu sítio e consigo fazer programas de gente normal. A verdade é que gosto muito das faroladas e saídas vertente-fauna, mas também não prescindo de uma noite de copos. Só é pena que as 2 coisas não sejam exactamente conjugáveis. Mas adiante...
Então para comemorar o aniversário de um colega encheu-se o restaurante. O sr. Reis, atrás do balcão, já estava completamente alcoolizado ainda nem eram 20h30. Oportunidade de rever amigos, muitos dos quais já não punha os olhos em cima há anos. Uns juntos, outros separados, uns com filhos, outras grávidas, ex-namoradas, pessoas que não se falam bem. Tudo bem regado. A comida estava boa. Diz que havia lombo de porco e bacalhau (batatas) com natas. Havia também uns quadros assustadores com retratos da mulher barbuda do circo. Música ao vivo versão feira popular mas ainda mais surreal. À saída a percepção da realidade já estava meio distorcida e andou-se a flutuar pelas ruas do Bairro Alto, apinhadas de gente, só que não faziam qualquer diferença. Tal como o andar, a conversa correu fluida, só acho que ninguém se lembra exactamente sobre quê. O que me lembro foi de uma noite muito bem passada.

sexta-feira, julho 13, 2007

Boa disposição

Hoje ao almoço, com a Maria Amélia e o Hugo, fui acusado de a minha disposição estar mais ou menos assim:

Só para informar que ao fim do dia estava MUITO PIOR!!!

Uma noite como outra qualquer

Ontem ao início da tarde, quando me levantei da cadeira, após 2 horas a trabalhar fervorosamente em frente ao portátil, e senti as vértebras lombares a pulverizarem-se e os discos intervertebrais a guincharem, achei que o resto de dia ia ser muito interessante. Obviamente, e contrariando todas as expectativas, foi perfeitamente normal.

Logo após o incidente lombar, fomos invadidos por clientes, que me fizeram andar feito velhinho entrevado de um lado para o outro. Ao fim do dia foram dar comigo deitado no chão a fazer uma posição de "encaixe vertebral" para pôr as vértebras descarriladas de volta ao sítio. Tarde demais, pois apesar de terem voltado à linha, a composição ia toda trocada.


Por esta altura acharam vocês que me fui deitar para casa, beber um cházinho e receber uma massagem relaxante. ERRADO!! É lógico que fui para as salinas do Samouco para uma sessão de anilhagem à luz das estrelas. "Salinas? O que é isso?" Ouvi perguntar na pizzaria em Alcochete, fazendo com que me esgueirasse para a rua, abafando um riso. "Duh! Olha à volta!". As pizzas eram muito boas, melhores que as Sofias Lorens espalmadas, mas é melhor calar-me, senão depois a irmandade não me leva a jantar fora.

Com a promessa de apanhar cem Sternas, lá fomos para as salinas. O mais correcto seria dizer sem Sternas, que eram como estavam as redes passado um tempo. A única coisa que apanhei foram picadelas de mosquito nos 3 minutos que levei a sair do carro e a besuntar-me com repelente. Como já tenho experiência nestas coisas, ia já com as expectativas em baixo, do género "qualquer ser vivo que veja já é bom" e lá consegui tirar umas fotos a umas osgas.

"Chup! Chup!" fazia o mosquito enquanto lambia o probóscide, todo contente por me sugar o sangue e me despejar alguns Arbovírus em circulação. Alguns ficaram esborrachados à superfície da minha epiderme, após levarem uma bolachada com a minha manápula, outros agonizaram passados alguns segundos, intóxicados com o meu sangue peçonhento. Pelo menos, é o que eu desejo. Morram, Cabrões!!


Tarentola mauretanica



No fim da noite lá apareceram as Sternas e pode-se dizer que a noite não foi em vão.

A família de Sterna albifrons à espera de receberem uma anilha.

quinta-feira, julho 12, 2007

Concerto

Imbuído de espírito caridoso e de bondade, venho aqui publicitar mais um concerto a não perder da banda de uns amigos meus; Katabatic, é claro; os outros nunca vi mais gordos. Apareçam!

Jantar canibal

Pensavam que tinha desaparecido após o incidente urológico do início da semana? Errado, qual fênix renascida das cinzas, estou de volta e finalmente, com títulos nos posts. Portanto, sou um homem feliz.
Pois é, ontem a irmandade da esteva foi em visita de estudo a mais um restaurante italiano, que acho que só eu ainda desconhecia. E foi aí que nos inciámos nestas práticas canibais e pedimos 2 Sofias Loren, uma pequena para mim e outra, grande, para a Maria Amélia e a Van Van. Muito boa, a que eu comi. Embora, no que toca a restaurantini italianetti continuo naquela: GORDINI RULEZZZ!!!

segunda-feira, julho 09, 2007

Começar bem a semana!

Hoje, quando acordei, sentia-me indisposto, uma dor difusa na região pélvica e lombar, que se ia agravando a cada minuto que passava e cujo epicentro desse terramoto doloroso era a minha gónada direita. Procurando não entrar em pânico, já que só me vinha à memória uma certa história de terror de uma torção testicular relatada por um amigo meu, tentei pensar racionalmente. Primeiro, esperei que passasse. Nada, só piorava. Depois tentei andar, deitar-me, qualquer coisa. Obviamente, não tinha morfina em casa. Ir às urgências também estava, para já, fora de questão (já que ia ser, no mínimo interessante, pegar no carro e conduzir até ao hospital neste estado). Quando já estava no ponto em que o mais leve movimento quase me deitava ao chão, agonizante, achei que estava na altura de tomar medidas drásticas:
Liguei o Google e fui à primeira página que me apareceu. Meus amigos (as amigas que me desculpem, mas nunca hão-de passar por isto), leiam bem esta página. Passem as descrições horripilantes do problema e das possíveis complicações e vão directamente à parte do tratamento. Pode ser que vos salve de um aperto. Eu sei que a mim salvou e passados uns 10 minutos pude regressar à minha vida normal, seguro de que as funções tinham sido restabelecidas.
Agora, não posso deixar de pensar que ainda só estou no início da semana; será que sobrevivo até ao fim? De qualquer modo, só posso dizer:
"Abençoada internet!!!"
A Manhã dos Mortos Vivos
Podia ser o título da manhã de ontem, quando 3 mortos-vivos já estavam no campo às 5h30 a montar redes e a anilhar pássaros. Outros títulos alternativos podiam ser:
"A invasão dos moto-quatro de Marte"
"Os 1001 guarda-rios que teimavam em ser apanhados"
A recompensa pelo esforço surgiu já à hora de almoço no Mequinhos, frente a 5 barros. Só lamento não haver aquele semi-frio de natas com um cheirinho a café... E também lamento todas as minhas propostas de identificação de raridades, como Acrocephalus palustris, Hippolais pallida e Hippolais icterina, terem sido sumariamente recusadas pelo sr. coordenador. O tempo vai dar-me razão...

sábado, julho 07, 2007

Terra Alternativa

Pelos vistos agora sou obrigado a fazer eu os títulos... c****ho do blogger! Bem, como agora não tenho mesmo nada para fazer, decidi continuar o massacre com mais rabiscos antigos da fauna vertebrada de uma realidade alternativa já conhecida.
Hesperornithiformes
Este grupo de Aves arcaicas, provavelmente aparentadas com os Ichthyornithiformes, surgiu pela primeira vez no Cretácio inferior no Hemisfério Norte, ocupando o nicho de mergulhadores piscívoros. A sua anatomia era muito derivada, com asas muito reduzidas, membros posteriores extraordinariamente desenvolvidos e um bico cheio de dentes, adequado para capturar presas escorregadias.
Actualmente, esta Ordem pouco alterou os seus hábitos e morfologia, sendo os principais predadores marinhos do Hemisfério Norte. Todas as espécies são ovovivíparas, mantendo o ovo, cuja casca é substituída por uma membrana porosa, no interior do oviducto até à eclosão. Nessa altura, as fêmeas regressam a terra, geralmente ilhas isoladas, onde se deslocam muito desajeitadamente, para "darem à luz"; no entanto, pensa-ve que uma das linhagens actualmente existentes, tenha superado este problema e desenvolvido uma placenta rudimentar, estrutura até então nunca descrita para uma Ave. Deste modo, é possível às fêmeas darem à luz em pleno oceano, sem necessidade de virem a terra. Estão descritas 3 famílias:
Aviserpentidae
Superficialmente semelhantes a antepassados como Hesperornis, do Cretácio da América do Norte, as Aves-serpente têm um pescoço longo e sinuoso e um bico ponteagudo, com dentes pequenos nos 2 maxilares, que usam para arpoar as presas. Os membros anteriores não são visíveis e os 4 dedos dos posteriores possuem lobos de pele, que permitem aumentar a superfície de propulsão na água. É também a família com maior número de espécies, presente em todos os continentes em zonas de água doce e salobra; as espécies com distribuição tropical surgem também em águas costeiras como mangais. O método reprodutivo ainda é ligeiramente primitivo, construindo o casal um ninho flutuante de vegetação, onde a fêmea deposita os 5 a 6 ovos de casca membranosa para que possam eclodir. As crias são relativamente precoces, conseguindo acompanhar os progenitores poucas horas após o nascimento.

Artospheniscidae


Os pinguins-árticos são predadores de pequeno a médio porte (1 a 200 kg) que habitam as regiões mais setentrionais do Atlântico e Pacífico, ocupando um nicho semelhante aos verdadeiros pinguins.
O corpo é compacto, o bico curto e forte com dentes em ambos os maxilares, com a ponta encurvada para baixo. Os membros posteriores são muito desenvolvidos, embora o dedo I seja livre, muito móvel e com uma garra forte, que os pinguins-árticos usam para se ancorarem às rochas do fundo do mar. A sua dieta é composta em grande parte por moluscos e crustaceos bentónicos, cujas cascas e carapaças são partidas com o bico forte. Durante a época de reprodução, formam-se grandes colónias em ilhas rochosas ou em plataformas de gelo flutuantes, onde as fêmeas dão à luz 1 a 2 crias.

Cetornithidae


As aves-baleia constituem a família mais derivada de todas, completamente adaptados ao meio marinho. São animais de grandes dimensões, alcançando desde 300 kg até 2 toneladas de peso, sendo as maiores Aves de que há registo. O bico é longo e ligeiramente curvo, com dentes apenas no maxilar superior; contrariando a tendência da Ordem para reduzir as dimensões dos membros anteriores, as aves-baleia têm-nos desenvolvidos, que utilizam como estabilizadores e para mudar de direcção; Os membros posteriores estão trasformados em barbatanas, só se distinguindo as unhas nas extremidades. Esta família desenvolveu uma pseudo-placenta, que não é mais que uma anastomose dos vasos da membrana alantóica do embrião com os vasos da parede do oviducto e que lhes permite serem completamente independentes do meio terrestre para efeitos de reprodução.
Estão presentes no Atlântico e Pacífico Norte, com espécies isoladas no Mediterrâneo e Mar Negro.
Enquanto o blogger continua amuado e não me deixa escrever títulos, lembrei-me a propósito da eleição das 7 maravilhas do mundo:
"Maravilha, maravilha é... "
Vá lá, vocês sabem o resto!
"Transformers... na na na na eye" Lembram-se da música do genérico dos desenhos animados há muito tempo atrás? Eu lembrava-me e soube ontem que podia ter ganho bilhetes para este filme.
(entretanto, como devem ter reparado, este post não tem título porque o blogger se passou dos cornos. Adiante...)
Continuando o tema Cinema, e após grandes reviravoltas do programa de ontem à noite, que incluíram não ir ver Rodrigo Leão a Belém nem ir ver Asian Dub Foundation ao festival Musa em Carcavelos, acabei por ir com a Pintinhas e o Sócio ver este filme à sessão da meia-noite.
Àquela hora tardia, o cérebro já escorria em avançado estado de fusão pelos ouvidos, avisava que não ia aguentar filmes com enredos muito complexos, portanto a escolha de um block-buster era mais que óbvia; contudo, devo avisar que, em puto, era um ávido consumidor dos desenhos-animados, dos bonecos e afins. Portanto, ia ligeiramente condicionado.
Mas... surpresa! O filme é mesmo bom, tem grandes cenas de acção de porrada entre os robots, tem umas gajas bem jeitosas e cenas de rir (sacrilégio... talvez tanto como no Shreck 3). Em suma, 2 h30 de bom entretenimento (pois, de vez em quando também se vai ao cinema para filmes "pipoqueiros") e em que acho que muita gente voltou aos seus 10 anos de idade, quando encenava lutas imaginárias entre facções robóticas rivais no chão do quarto.

quinta-feira, julho 05, 2007

Filme #5 - 25t hour

Grande filme!

Filme #4 - The Thin Red Line

Uma perspectiva diferente sobre a II guerra mundial no pacífico

Filme #3 - Magnolia

É frequente música e cinema entrecruzarem-se, mas nunca antes visto desta maneira. O filme é excelente e a banda sonora também.

Filme #2 - Garden State

Não há uma cena preferida, o filme é muito bom do princípio ao fim, daí aparecer aqui o trailer. E tem a Natalie Portman...

Filme #1 - Fight Club

Provavelmente, o preferido. Para todos os efeitos, a melhor cena final que um filme pode ter.

Guia de campo cinematográfico

Como este blog cumpre um importante serviço público como arauto da cultura e ciência, e sinceramente, tendo esgotado o tema "festivais de música" e como não tem ocorrido nada de extraordinário esta semana (mas estejam descansados, a minha vida continua salpicada de surrealismo, embora ultimamente não têm ocorrido invasões alienígenas nem andei a combater vampiros mutantes), lembrei-me de ir buscar os meus 5 filmes preferidos e pôr aqui pequenos excertos ou trailers. Se não viram, vão ver. São bons filmes, alguns muito bons e até pode ser que fiquem a conhecer melhor o Tico e o Teco.

quarta-feira, julho 04, 2007

Super Rock!

Ontem consegui escapulir-me do local de trabalho 1 hora mais cedo (o que não foi assim tão cedo) e rumar ao parque Tejo para uma noite que viria a ser memorável em termos musicais. Após deixar o carro estacionado para lá do sol posto, entrar no recinto pela via verde e finalmente encontrar a dra. Pink e a amiga (ainda não deu para inventar um nome fictício), comecei a contagem decrescente para o grande concerto. Entretanto, fica aqui a apreciação musical (e não só) do evento:
Klaxons
Estavam a tocar quando entrei no recinto e não prestei atenção nenhuma à música, embora tenha reconhecido uma canção. Foi por esta altura que decidimos ir buscar uma pizza para a janta e que a dra. Pink ia dando um valente encontrão no Miguel Ângelo, o que não seria necessariamente mau, especialmente se isso impedisse os Delfins de fazer mais discos.
The Magic Numbers
Durante o jantar de pizza, foi necessário por diversas vezes, parar de enfardar e ficar a ouvir o que se passava. Este concerto foi uma agradável surpresa e a banda londrina de 2 pares de irmãos merece uma investigação profunda. Altamente recomendável. Por esta altura encontrei, ou mais exactamente fui encontrado, por mais amigos e fui severamente censurado por alguém presente por encontrar gente conhecida em toda a parte.
Bloc Party
"Bloc party não é com k?" perguntava insistentemente um festivaleiro, ébrio e queimado, ao nosso lado. Durante a actuação da banda conseguimo-nos separar todos uns dos outros e ficámos reduzidos a um trio. A ver pelas reacções de algum pessoal, que parecia possuído por espíritos malignos, foi um grande concerto, mas eu achei as músicas todas parecidas e não puxou muito por mim. No fim da actuação, a dra. Pink teve a brilhante ideia de ir comprar pin's, ficando nós a acreditar que a íamos perder para sempre no meio dos magotes de gente, e perdeu o momento surreal da noite, sob a forma de um "triálogo", que passo a descrever:
gaja nortenha: Olha, és capaz de segurar no copo enquanto tiro os cigarros da mala?
eu: Humm... está bem (enquanto pensava se lhe bebia a imperial ou cuspia uma escarreta para dentro do copo).
gaja nortenha (sacando o telemóvel da mala): Onde estás carago?... f***-se, à frente... à frente está toda a gente carago... and so on and so on, fazendo desfilar um chorrilho de palavrões.
amiga: Então e os cigarros?
eu e amiga: gargalhadas incoercíveis.
gaja nortenha (desligando o telemóvel): Homens...
eu: Por acaso foi um homem que te segurou no copo, sem sequer cuspir lá para dentro, mas está bem...
gaja nortenha: Eu sei, obrigada. (virando-se para a amiga): mas nunca deixes de acreditar!
Entretanto, chega a dra. Pink, toda contente por ter comprado 3 pin's da Mafalda (?!), mas sem perceber do que nos estávamos a rir, explicando que nos tinha encontrado no meio da multidão por ter seguido qualquer pista no chão. Fizemos que sim e furámos um bocado mais para a frente até ficarmos num bom sítio.
Arcade Fire
Decididamente, O concerto da minha vida até ao momento, destronando momentos míticos como a versão de "Where is my mind?" tocada pelos Placebo há uns anos no coliseu ou o derradeiro concerto de Smashing Pumpkins no Restelo. Nem a chuva, que teimava em ir caindo, nem um copo de imperial a voar e a respingar cerveja por todos os lados, conseguiram macular esta prestação da banda canadiana. As músicas criteriosamente escolhidas (só faltou mesmo "Crown of Love"), soberbamente interpretadas por uma quase orquestra, todos os aspectos cénicos, a multidão a entoar em coro referões ou a acompanhar o solo de violino de "Rebellion", os pormenores do tambor a voar pelo palco ou das 2 tubas a tocar de frente uma para a outra e tudo mais fizeram deste o melhor momento musical ao vivo que já presenciei.
Hoje, estou cansado, rouco, com sono mas a trautear todas as músicas da véspera.

segunda-feira, julho 02, 2007

Guia de campo jurássico

"Oh não! Mais dinossauros!" Pois é, voltamos a este velho tema, que surge de forma recorrente em ideias para desenhos e rabiscos. Mas de certa forma, é compreensível, apesar de não ser paelontólogo (acho que já ficou mais ou menos claro que gosto destas coisas, se bem que se tivesse enveredado por essa área profissional, o mais certo era estar desempregado e nem ter dinheiro para pagar internet de maneira a chatear-vos o neurónio com estas coisas), os dinossauros são parte integrante da minha vida profissional. Ainda ontem estivemos na Lagoa de Albufeira a capturar vários exemplares de uma certa linhagem derivada destes seres (há também quem lhes chame Aves) e a minha tese de mestrado também tem a ver com o mesmo. Às vezes não deixo de me sentir meio geek com estes posts mas depois acabo por pensar que este espaço serve mesmo para escrever sobre o que me apetece. E se me apetece escrever sobre dinossauros, toxoplasmas, as minhas férias, besouros, sardinhas assadas ou as cretinices do chefe, whatever...
Bem, tendo em vista concursos de ilustração em que provavelmente nunca irei participar, fui investigar sobre dinossauros portugueses (e não, não é um post político) e eis o que descobri:

Theropoda

Os grandes dinossauros carnívoros são dos grupos mais facilmente reconhecíveis pelo público. Os seus crânios eram grandes e parcialmente pneumatizados, tal como os ossos dos membros, as costelas e vértebras; os dentes comprimidos lateralmente, ligeiramente encurvados para trás e com 2 bordos serrilhados; as falanges dos membros anteriores eram alongadas, com garras longas e curvas; ao longo da evolução do grupo, que surgiu no final do Triássico/início do Jurássico e que se espalhou por todos os continentes (incluíndo a Antártida), houve uma perda progressiva dos dedos IV e V.
Por cá, passearam-se 2 grupos: Ceratosauroidea e Allosauroidea.

Ceratosauroidea

Predadores primitivos, o crânio era ornamentado por cristas e cornos. O género Ceratosaurus foi encontrado em rochas do Jurássico superior, não só em Portugal, mas também nos EUA e na Tanzânia.



Allosauroidea
Predadores de grandes dimensões e com o corpo comprimido lateralmente, possuiam o crânio com processos lacrimais desenvolvidos e frequentemente ornamentado por cristas e cornos. Em Portugal, estão presentes 2 famílias: Sinraptoridae, representada por Torvosaurus e Allosauridae, representada por Allosaurus e Lourinhasaurus, todos encontrados em rochas do final do Jurássico.



















Digam lá se a anilhagem não era ainda mais interessante com estes bichos?

Prémio Nobel

Realmente há investigação científica e investigação científica... enquanto alguns tolinhos procuram desenvolver uma vacina contra o HIV, estudam marcadores genéticos para diferentes tipos de tumores, descobrem novas espécies animais em florestas remotas ou planetas em galáxias ainda mais remotas, outros iluminados fazem estudos sobre isto. Realmente podia ter escolhido um tema de tese beeeem mais fixe...

24 horas

... que pareceram 48, tal esteve a agenda preenchida. Obviamente, com o habitual sacrifício de horas de sono, mas que no grande balanço cósmico das coisas, foram posteriormente recompensadas. E pegando nessa tal cosmicidade e enquanto pensava noutro título para este post, lembrei-me de um livro que nunca li "O deus das pequenas coisas", de Arundhati Roy e achei como se podia adequar a este post, já que foi de pequenos grandes pormenores que parte deste fim de semana se distinguiu. Mas depois achei que era um pouco pretensioso.
Então a história começa sábado à noite, após finalmente desligar do trabalho. Jantar no mexicano "La Siesta" para a despedida de solteiro do sr. engº. Margaritas a pingar. Crises de meia-idade antecipada que podiam roçar a pedofilia em alguns estados norte-americanos de um "primo" meu. A boa disposição habitual, embora sem conhecer a maioria dos convivas. Conta pesada para o que se comeu e bebeu. Abandono o grupo durante um daqueles momentos de indecisões "onde vamos agora?". 3 horas de sono. Acordar às 04h45 para ir para a Lagoa de Albufeira. Ver finalmente Rallus aquaticus (e sem binóculos, tão perto que estava). A expressão "caem que nem tordos" (ou pardais) ganha um novo sentido, já que as redes quase deitavam fumo de tanto apanhar pássaros. Mais uma rodada de amostras para o mestrado. Almoço no Macbosta. Empate técnico em 2 rounds entre o macburger e o meu estômago. Andar 2 km para chegar à praia. Estender a toalha na areia e adormecer a ouvir lá ao fundo a rebentação das ondas e a conversa das pessoas. Acordar e ver uma tartaruga gigante a correr pela praia atrás da filha. Muita conversa sobre IF e IB. Voltar a fazer 2 km de volta ao carro. Jantar com amigos uma pizza fumegante. Comprar o bilhete para o Superbock. Finalmente, chegar a casa e cair de sono na cama.
Ficam algumas fotos para apreciação.

Alguém quer adivinhar o que isto é?

A praia, finalmente a praia!

De papo para o ar.