segunda-feira, abril 02, 2007

Primates

Os registos fósseis de ambas as Terras (a real e a imaginária) colocam tentativamente a origem deste Ordem no final do período Cretácio da América do Norte, sendo Purgatorius um exemplo destes percursores dos Primatas. Nos milhões de anos seguintes, os Primatas espalharam-se pelo globo, à excepção da Austrália, evoluindo para uma multiplicidade de formas, muitas sem equivalente na nossa Terra.
Contudo, nunca chegou a ocorrer, há 50 milhões de anos, a separação de 2 linhagens, Adapídeos (antepassados dos lémures e afins) e Omomydeos (antepassados dos társios, símios e Homem, na nossa Terra) e a fauna primata desta Terra (alguém quer sugerir um nome?) é composta exclusivamente por prossímios, embora com um número muito maior de famílias e espécies.

Lemuridae, Cheirogalidae, Indriidae
Madagáscar é igualmente o reduto de 3 famílias de prossímios, em tudo idênticas às da nossa Terra: Lémures típicos (Lemuridae), que ocupam o nicho de herbívoros generalistas arborícolas de pequeno/médio porte; Lémures-rato (Cheirogaliidae), insectívoros nocturnos de pequeno porte; Sifakas (Indriidae), herbívoros arborícolas especializados de médio/grande porte.

Parapropliopithecidae
Madagáscar aloja ainda uma quarta família de prossímios, semelhante à encontrada nos registos sub-fósseis da ilha na nossa Terra. Estes herbívoros de médio/grande porte alimentam-se quase exclusivamente de folhas e rebentos e deslocam-se na copa das árvores de modo semelhante às preguiças (Ordem Xenarthra); Os membros são extremamente compridos e os dedos longos, à excepção dos polegares, que se encontram bastante reduzidos. A cauda é curta e funciona como orgão de reserva de gordura. O aparelho digestivo é extremamente desenvolvido e a digestão é feita parcialmente pela flora bacteriana e protozoária presente no ceco.

Lorisidae
As florestas de África e da Ásia possuem dezenas de espécies de galagos e lóris, similares aos da nossa Terra, que ocupam o nicho de insectívoros nocturnos de pequeno porte. Uma espécie ocorre ainda no Sul da Europa.
Pseudotarsiidae
Apesar de nunca terem evoluído verdadeiros társios, um grupo de prossímios, provavelmente aparentados com os lóris, evoluiu de forma convergente com os primeiros. Os pseudotársios possuem olhos e ouvidos desenvolvidos, que lhes permitem detectar insectos e outras pequenas presas na escuridão, possuem membros posteriores desenvolvidos, que lhes permitem deslocar por saltos e uma cauda longa. As pontas dos dedos possuem discos, que à semelhança de ventosas, lhes permitem aderir praticamente a qualquer superfície. Ocorrem em África e na Índia.
Pithecomydae
Esta é uma das famílias de Primatas com maior sucesso, ocorrendo em praticamente todos os continentes. Na ausência de Roedores, um grupo de prossímios evolui para ocupar um nicho equivalente ao dos esquilos e outros roedores arborícolas. A dentição é especializada, sendo os dentes incisivos muito desenvolvidos e em forma de bísel, os caninos fortes mas reduzidos e os molares com muitas cúspides. Tipicamente, possuem bolsas faciais desenvolvidas que usam para armazenar alimentos e pensa-se que, as crias, numa fase de desenvolvimento muito precoce. A alimentação é à base de nozes, frutos e alguns insectos. A maior parte das espécies ocorre em África e na Ásia, embora algumas ocorram na Europa e América do Norte e algumas tenham inclusivé colonizado a América do Sul após a ligação pelo istmo do Panamá há 2 milhões de anos.

Pithecailuriidae
Um outro grupo de prossímios evoluiu de forma bastante diferente, ocupando hoje o nicho de pequenos e médios predadores arborícolas, de modo semelhante ao ocupado por alguns Mustelídeos e Viverrídeos na nossa Terra, com os quais se assemelham bastante.
Os dedos possuem unhas modificadas semelhantes a garras mas as principais diferenças são a nível da dentição: os caninos são fortes e desenvolvidos e os pré-molares têm a forma de lâmina, à semelhança do que ocorreu ao longo da evolução de outros grupos de Mamíferos (Gondwanatheres, Carpolestideos e Daubentonídeos). A visão binocular e os membros dextros tornam-nos predadores muito eficientes de pequenos animais, incluíndo outros primatas.

Xenonychidae
Nas florestas do Sudeste asiático ocorrem 2 espécies de primatas aparentadas, que por vezes são colocadas numa Ordem separada (Xenonychae) devido à sua grande derivação, quer em formas corporais, quer em comportamento e hábitos, sendo comparáveis ao aye-aye. Os dedos II dos anteriores possuem unhas extraordinariamente desenvolvidas, usadas para arrancar a casca de árvore, onde se alojam larvas de insectos e outros invertebrados, que são posteriormente capturados com a língua longa e pegajosa. Os dedos I dos posteriores são muito móveis, podendo mover-se num ângulo de aproximadamente 180º, o que juntamente com a sua longa cauda preênsil, permite deslocarem-se e firmarem-se nas árvores com grande segurança. A dentição é relativamente fraca.

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