terça-feira, março 18, 2008

As melhoras...

Ao ler uma história de terror num outro blog, veio-me à memória algumas das minhas aventuras em algumas urgências do nosso país. Felizmente, não foram assim tantas e assim as mesmo mais giras, que fica bem sempre contar ocorreram num certo hospital privado, que isto de ir às urgências de Santa Maria ou de qualquer outro hospital público ainda parece que é o que nos safa...
Então há uns anos atrás estava eu com a mãe de todas as gastroenterites. Ao fim de dois dias a viver praticamente na casa de banho e após ter vomitado praticamente a mucosa gástrica, lá me arrastaram para as urgências do dito hospital. Após ter ido largar mais um bocadinho de suco gástrico na casa de banho da sala de espera, lá me chamaram - e, confesso, até nem esperei muito tempo.
Entrei no consultório verde, branco, azul às riscas, retorcido sobre o estômago que devia estar todo virado do avesso. A senhora doutora, simpática, perguntou do que me queixava. Apesar de me parecer óbvio, lá fiz o relato dos distúrbios digestivos. Para minha surpresa, a primeira coisa que faz é enfiar-me o otoscópio por um ouvido adentro, exclamando 0,2 segundos depois: "Está tudo branco! Tem uma otite!". E devia ter mesmo, porque achei não ter ouvido lá muito bem.
Em seguida, perguntou-me se tinha algum problema renal. Sem perceber bem porquê lá disse "ah e tal, tenho hiperuricémia..." e foi então que, triunfante, qual australopiteca a descobrir o fogo, sacou de caneta e papel de receita e disse (e passo a reproduzir textualmente): "vou passar um antibiótico porque, quer seja dos ouvidos, quer seja dos rins, mata o bicho!".
Eu nem sei que cara devo ter feito mas só me saiu: "então e para o estômago?". "Ai, acha mesmo que precisa?". Não minha puta, e apeteceu-me ter-lhe vomitado assim de esguicho, como já vi na televisão, para cima dela. Assim, podia achar que realmente dava-me jeito qualquer coisa para o estômago. Mas não, limitei-me a sair, de tão aparvalhado que estava, deitar a receita para o lixo e tratar-me sozinho.
Ainda hoje uso esta história como exemplo da roleta russa que é ir às urgências. Só mesmo se estiver KO.

1 comentário:

Krugul disse...

hahaha desculpa filipe, mas só dá para rir..

de certeza que não era 1 de abril ou coisa do género?

infelizmente o moral da história é triste, porque anda aí muito boa gente a marrar que nem uns malucos para entrar em medicina e depois o resultado é este...queimam o único neurónio que tinham e receitam antibióticos para "matar o bicho"..onde é que era mesmo o hospital para eu não ir lá?