sexta-feira, março 09, 2007

and the winner is...

Hoje à tarde no trabalho, num daqueles breves intervalos que potenciam o debitar de disparates, estávamos a falar na quantidade de gente profundamente descompensada e infinitamente asquerosa que nos entra porta adentro e que nos deixa com dúvidas profundas se pertenceremos todos à mesma espécie (não, para variar, este post não é sobre o chefe). Houve logo uns quantos nomes que nos surgiram logo assim de repente, de tão perturbados que o contacto com estes seres nos deixam. A escolha do pior é difícil mas estes são os principais candidatos (os nomes são obviamente fictícios mas têm, não tão obviamente, a ver com as pessoas em questão):
A Dona Anita, ou Bina para as amigas. Felizmente, só a vi pessoalmente uma vez e que visão, tal era o modo como ocupava todo o meu campo visual. Esta senhora lembra-me o filme "Seven" e o pecado da gula, versão feminina. Não é o facto de ser morbidamente obesa, é o cabelo oleoso escorrido, o sarro que lhe espreita entre as pregas de pele, os pneus de camião que ameaçam explodir a qualquer momento, deixando as paredes a escorrer lentamente litros de tecido adiposo. Se pensarmos um pouco mais noutras zonas corporais maior é o asco. Não pensem que falar ao telefone com esta senhora é menos aterrador; afogada em valiuns e anti-depressivos, as palavras arrastam-se sem qualquer nexo e o fio do raciocínio é inexistente, tal deve ser a pedrada com que se encontra. Compreendo que seja difícil levantar-se de manhã (será que consegue?) e olhar-se ao espelho e que esta vivência deve ser um ciclo vicioso de prozacs e colestrol. Também desconheço que problemas terão levado a isto mas é uma personagem perturbadora, no mínimo. Medo, muito medo.
A Dona do Esquito. A história do esquito já é sobejamente conhecida por alguns amigos meus e sempre motivo de gargalhadas, de tão irreal que é. Mas se conhecessem esta senhora perdiam rapidamente a vontade de rir. Obviamente que Deus (para os crentes) ou a genética pregaram uma grande partida a esta senhora mas não lhe contaram. É certo que há ali patologia do foro psíquico, ligeiro atraso, paralisia, quiçá encefalopatia, mas clinicamente provada. É certo que não devemos segregar os deficientes e os maluquinhos e etc. mas também não temos de ver os dentes desalinhados e amarelos intercalados com verdete desta senhora, quando ela nos conta histórias surreais, que tentamos abafar a todo o custo as gargalhadas. Também dispenso de a ver a puxar escarretas e lá vai molho no meio da rua. Não é bonito. Mas o mais assustador é que esta criatura, até há bem pouco tempo, estava grávida!! Mas quem poderá ser o pai???
O senhor Jojó. Não tem mal nenhum ser-se pequeno, careca e com ar de tolinho. Também não é nunhum problema viver em casa dos pais quando se tem, digamos 30 e muitos anos (por este andar da economia deve ser o que me vai acontecer). O problema é ter de aturar este senhor semanas a fio, com um rol interminável de problemas, demorar meia hora a explicar coisas simples como usar uma seringa para apanhar água mas pior de tudo, vê-lo a imitar um canário a piar e a por um ovo... é que tirem-me deste filme!
É verdade que é um post bem maléfico, mas tenho de purgar estes fantasmas senão sou eu que enlouqueço. E também, mal por mal, já devo ter reserva no inferno à minha espera. Pelo menos, pelo pecado da gula. A maledicência é algum pecado mortal? Mas digam sinceramente, com quem gostariam de viver para sempre numa ilha deserta?